sexta-feira, 29 de abril de 2011

CHRISTIAN ORTUNO



Christian Ortuno estará amanhã, Sábado 30, no WMC Artist's Corner, em Cannes, para cantar JACQUES BREL.

Neste vídeo uma pequena amostra do que será o espectáculo...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

BANDA JOTA


BANDA JOTA - Banda franco brasileira apresenta o forró que fala Oui...

Há cerca de seis anos, o carioca Jota Anderson, o gaúcho Paulo Camargo e o baiano Rubens Pinheiro decidiram apostar no casamento entre a “chanson” e o forró, e passaram a levar o ritmo dançante aos bares de Paris. Formaram a BANDA JOTA e foi o sucesso inesperado! (a história deste sucesso pode ser lida AQUI).

(Para quem não sabe o forró é uma festa popular brasileira, de origem nordestina e é a dança praticada nessas festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que veio de Portugal, são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeon - que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo.)

E do tal casamento do forró com a canção francesa já devem ter nascido coisas bem pitorescas a avaliar por este NE ME QUITTE PAS de Jacques Brel...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A BREL, sempre!



Mais um livro sobre JACQUES BREL."Brel, Le clandestin de la Côte d'Azur" .
É uma edição Lumières du Sud, de Abril de 2005 (95 páginas). O seu autor, Hugues de la Touche, é conservador dos Museus Menton e autor de várias obras de carácter cultural como: « L’esprit de Jean Cocteau », « Le bestiaire du bout du monde » (prefácio de Brigitte Bardot), « Les cinq Impératrices de la Côte d’Azur au 19e et 20e siècle » e muitos outros.





BACIAMI ANCORA
É um filme de Gabriele Muccino (2010) com Stefano Accorsi, Vittoria Puccini e Pierfrancesco Favino. A banda sonora contém temas originais compostos por Paolo Buonvino mas também temas de outros autores como Jacques Brel. La chanson des vieux amants faz parte da banda sonora.

terça-feira, 26 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

CARMEL REPERTORY THEATRE




Produção, concepção, tradução para inglês e material adicional de Eric Blau & Mort Shuman, baseado nas canções de Jacques Brel e com direcção musical de Sandra Baetzhold e direcção geral de Jonathan Horton "Jacques Brel Is Alive And Well And Living In Paris" estreou no dia 7 de Abril no STUDIO THEATER e manteve-se em cena até antes de ontem.
O elenco é composto por: Andy Morales, BJ Bovin, Kayla Bennett, Rachael Whitlock, Shannan Speicher.

Já por diversas vezes falei aqui neste blog do referido espectáculo. Por exemplo, AQUI.

Como não encontro imagens sobre este trabalho, mostro alguns excertos de um musical levado à cena pelo Carmel Repertory Theatre : OLIVER, The musical.

domingo, 24 de abril de 2011

MÁRIO MOURA



Há dias deparei com um artigo sobre JACQUES BREL num jornal açoriano. É da autoria do micaelense (com costela faialense) MÁRIO MOURA que me autorizou divulgá-lo neste espaço.
Aqui fica um excerto do texto de Mário Moura, intitulado "Je me pisse sur les femmes infidéles", e o link para aceder ao mesmo. Leiam porque vale a pena.

“...Concha, quando chegar ao porto de Amesterdão, vou dar este título à minha crónica: 'Ils [os marinheiros] pissent comme Je pleure sur les femmes infidèles.'
Lá, o ideal seria no próprio porto, vou querer ouvir à viva força 'Amsterdam.' Quero ouvi-la do princípio ao fim e do fim para o princípio, uma, duas, vezes sem fim, mas, se porventura, não encontrar por lá quem a cante de viva voz, não sei se haverá quem a cante por lá, é provável que haja, vou ouvi-la mo meu MP-4.
De qualquer modo, de viva voz ou apenas no MP-4, vou saborear cada letra, cada sílaba, cada estrofe.
Não vou cantá-la porque não tenho voz para tal, mas vou dizê-la porque a conheço de cor desde os tempos em que a ouvi por aqui e fiquei logo apaixonado pela sua intensidade absoluta. E verdade gritada.
E, se não houver quem a cante ou se o meu MP-4 se avariar, com voz de cana rachada ou não, não hesitarei em cantá-la só para mim.
Mas, talvez, só no porto de Amesterdão consiga atingir a perfeita e primordial magia da canção de Brel.
E, depois, depois de ouvi-la vezes e vezes, penso dizer a mim mesmo: para chegares onde queres, só te falta subir ao Pico. E pouco mais.”


E à laia de pacote de amêndoas para o Mário Moura aqui fica, neste Domingo de Páscoa, AMSTERDAM, por Isabelle Boulayuma canadiana de Montréal.

sábado, 23 de abril de 2011

MYREILLE BÉDARD




Cantora, comediante, escritora e realizadora a canadiana Myreille Bédard gravou em 2007 o seu primeiro CD intitulado “Éclats de vie” que incluía a canção VOIR UN AMI PLEURER de Jacques Brel. Do disco resultou um espectáculo com o mesmo nome.
Espero que Myreille Bédard ainda tenha este espectáculo em cena no próximo Outono, em Montréal.
O Grupo de Teatro Carrocel estará lá nessa altura para actuar para a comunidade portuguesa e...

Eis um "trailer" do espectáculo:

sexta-feira, 22 de abril de 2011

JEAN-HUGUES LIME




A Editora LE CHERCHE MIDI lançou ontem o mais recente romance de Jean-Hugues LIME “Comment je suis devenu Jacques Brel“ ( ISBN : 978-2-7491-1813-0).
JEAN-HUGUES LIME além de escritor é também actor. Escreveu e realizou alguns filmes tais como La Bête Noire e Tête-à-Tête. É autor de romances como Fête des nerfs, Journal authentique d’un assassin, On dirait des nains e Gourouland.

Mais um livro para a minha colecção. Lá terá que ser…

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PAGANI A BOBINO




Em 1976 a Phaté Marconi EMI editou um LP com um concerto ao vivo gravado no BOBINO. A estrela do espectáculo era HERBERT PAGANI. Ele cantou 10 canções de sua autoria com excepção para GRACIAS A LA VIDA (de Violeta Parra) para a qual fez a versão em francês intitulada Merci l’existence.
Pelo palco do Bobino passaram os maiores nomes da música francesa como George Brassens, Gilbert Bécaud, Julliete Greco, Yves Montand, George Moustaki, JACQUES BREL e muitos, muitos, outros.
É um álbum memorável que ainda hoje oiço com muita emoção. É uma pena nunca se ter reeditado este disco em formato CD.
O LP PAGANI A BOBINO termina com esta canção :

L’amitié

Ça fleurit comme une herbe sauvage
N'importe où, en prison, à l'école,
Tu la prends comme on prend la rougeole
Tu la prends comme on prend un virage
C'est plus fort que les liens de famille
Et c'est moins compliqué que l'amour
Et c'est là quand t'es rond comme une bille
Et c'est là quand tu cries au secours
C'est le seul carburant qu'on connaisse
Qui augmente à mesure qu'on l'emploie
Le vieillard y retrouve sa jeunesse
Et les jeunes en ont fait une loi.
C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ça réchauffe et ça donne du courage
Et ça n'a qu'un slogan "on partage"
Au clair de l'amitié
Le ciel est plus beau
Viens boire à l'amitié
Mon ami Pierrot
L'amitié c'est un autre langage
Un regard et tu as tout compris
Et c'est comme S.O.S. dépannage
Tu peux téléphoner jour et nuit
L'amitié c'est le faux témoignage
Qui te sauve dans un tribunal
C'est le gars qui te tourne les pages
Quand t'es seul dans un lit d'hôpital
C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ça réchauffe et ça donne du courage
Et ça n'a qu'un slogan : "on partage"
Au clair de l'amitié
Le ciel est plus beau
Viens boire à l'amitié
Mon ami Pierrot

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CHE BELLA GENTE



Em 1976 BERNARDO BERTOLUCCI realizou o seu grande êxito “NOVECENTO” (“1900”). Para a banda sonora Bertolucci convidou o maestro ENNIO MORRICONE. E para a canção tema do filme convidou Herbert Pagani. Nesse ano a canção “1900” (Morricone/Pagani) acabou por ser editada em single (com “Voyage de noces” no lado B) fazendo um autêntico recorde de vendas em toda a Europa.

E agora oiçam esta versão de CES GENS-LÁ feita e cantada por Pagani em 1966. Ele deu-lhe o título de CHE BELLA GENTE.

terça-feira, 19 de abril de 2011

SAI CHE BASTA L’AMORE




HERBERT PAGANI nasceu na Líbia em 1944 e era descendente de Judeus Libaneses do tempo da Colonização Italiana. Teve uma infância errática entre o Norte de África e a Europa o que veio a influenciá-lo na sua vida artística futura. O conhecimento e vivência em diferentes tipos de cultura teve expressão na sua forma de comunicar com as artes.
Começou por ser um reconhecido desenhador dentro do Realismo Fantástico Europeu com vários livros ilustrados e várias exposições. Um dos ilustres apreciadores e compradores da arte de Pagani foi, na altura, Frederico Fellini.

Outra das canções de BREL traduzidas e cantadas por PAGANI foi QUAND ON N’A QUE L’AMOUR que resultou assim:

SAI CHE BASTA L’AMORE

Sai che basta l'amore
per alzarti al mattino
e inventare un giardino
la' dove non c'e' un fiore
Sai che basta l'amore
per ricominciare
quando tutti i tuoi sogni
se li e' bevuti il mare
Sai che basta l'amore
per trovare parole
che convincano il sole
a venire in citta'
Sai che basta l'amore
per avere ragione
e piantare in prigione
fiori di liberta'
Sai che basta l'amore
quando non hai bandiera
quando non hai speranza
quando non hai preghiera
Se ti basta l'amore
dai mettiamoci in viaggio
con un po' di coraggio
troveremo l'amore
E vedrai con l'amore
se mi resti vicino
forzeremo il destino
a cambiare colore
Perche' solo l'amore
fa d'un porco un poeta
fa d'un vecchio un atleta
d'un barbone un signore
Perche' solo l'amore
fa nel buio una luce
fa salire una voce
anche in mezzo al rumore
E noi due con l'amore
canteremo canzoni
per far battere i cuori
e tacere i cannoni
E l'amore sara'
per noi due la ricchezza
e la sola certezza
l'unica verita'

segunda-feira, 18 de abril de 2011

LOMBARDIA




HERBERT PAGANI: Pintor e Escultor. Actor. Escritor e Poeta. Cantor. Político - pacifista e ecologista. A leucemia fulminou-o aos 44 anos, na Florida.
Em 1975 edita o seu trabalho musical/visual mais arrojado, a ópera "Megalopolis" baseada na obra futurista de Roberto Vacca "Medioevo Prossimo Venturo". O seu show Multimage com as suas famosas "Xerografias" dentro do contexto musical da ópera teve um enorme sucesso entre o público e a critica francesa. Apresentou "MEGALOPOLIS" em 1976 no Festival dos Dois Mundos em Spoleto e nesse ano foi agraciado pelo cultura francesa com o Grand Prize Of Academy Charles Cros.

HERBERT PAGANI esteve em Lisboa em 1980 e cantou no Coliseu, no dia 25 de Abril. Foi um sucesso segundo testemunhos de quem assistiu ao espectáculo no Coliseu à cunha...

Neste vídeo Pagani canta outra canção de Brel, LE PLAT PAYS. Ele intitulou-a LOMBARDIA. Lombardia é uma região a norte de Itália que tem Milão por capital. Longe de ser uma região plana, Pagani optou por substituir “Le plat pays qui est le mien” por “in Lombardia che e' casa mia”.

LOMBARDIA (LE PLAT PAYS)

Qui l'arpa della pioggia per mesi suonera'
ed un'infinita' di nebbia scendera'
e vedrai coprira' tutto intorno a noi
e anneghera' il tuo cuore anche se non vuoi
perche' d'autunno piove qui e non smette mai
se vieni su da me vedrai ti abituerai
in Lombardia che e' casa mia

Vedrai la cattedrale che sembra una montagna
con mille guglie bianche che la luna bagna
e dei diavoli in pietra che sputano alle stelle
e che graffiano il cielo con gesti di zitelle
son secoli che fanno le stesse smorfie ormai
se vieni su da me vedrai ti abituerai
in Lombardia che e' casa mia

Qui il cielo e' cosi' grigio che sembra venga giu'
qui il cielo e' cosi' basso che insegna l'umilta'
e' cosi' grigio che il naviglio anneghera'
e' cosi' basso che il naviglio non c'e' piu'
il vento qui si invita ai funerali sai
se vieni su da me vedrai ti abituerai
in Lombardia che e' casa mia

Ma quando il primo fiore dal fango nascera'
e fra le ciminiere il pioppo cantera'
capirai che a novembre noi dobbiamo pagare
quel che maggio promette e giugno ci puo' dare
fra i grattacieli e i tram l'estate scoppiera'
se vieni su da me vedrai ti piecera'
la Lombardia che e' casa mia

domingo, 17 de abril de 2011

HERBERT PAGANI



HERBERT PAGANI (1944/1988) um cantor Líbio que viveu na Itália, França e Alemanha começou por ser artista gráfico destacando-se na ilustração de livros. Dedicou-se depois à palavra escrita e cantada. Mas só em 1967 lançou o seu primeiro LP.
Em 1965 PAGANI traduziu para italiano algumas canções de JACQUES BREL.
Comecemos por esta, Le moribond, que em italiano ficou...

Testamento all’ilatiana (1965)

Senti Giuseppe vecchio mio
Sei sempre stato un vero amico
Con me hai diviso donne e guai
Compagno d'armi e d'osteria
Ti lascio solo e vado via
Dov'è mia moglie cosa fa
Starà provando il velo nero ormai
Che bella vedova sarà
Tu che sei buono come il pane
Falle la guardia come un cane.

E voglio canti e preghiere di prima qualità
Un milione di ceri e due soldi di pietà.

Signor curato amico mio
Ci siamo visti solo in piazza noi
Da lei non ci venivo mai
Ma una parola buona a Dio
La dica lei per conto mio
Signor curato senta un po'
Mia moglie a lei non ha mentito mai
Però è una bella donna assai
Giacché sa tutti i fatti suoi
La tenga d'occhio pure lei.

E voglio canti e preghiere di prima qualità
Un milione di ceri e due soldi di pietà.

Senti Turiddu socio mio
non mi sei proprio mai piaciuto sai
muori di rabbia perché so
che appena gli occhi chiuderò
la cassaforte tu aprirai
l'anno di lutto aspetterai
per impalmare la mia vedova
ma un anno è lungo e chissà mai
lei forse un altro sceglierà
forse d'un colpo morirai.

E voglio canti e preghiere di prima qualità
Un milione di ceri e due soldi di pietà.

O bella e fredda moglie mia
Se non ci fosse tanta gente sai
Fra le mie braccia ti vorrei
L'ultimo addio che ti darei
Non te lo scorderesti mai
Cerca di piangere se puoi
Fai il tuo dovere fino in fondo ormai
E raccomandami al buon Dio
In nome della libertà
Che lascio a te in eredità.

E voglio canti e preghiere di prima qualità
Un milione di ceri e due soldi di pietà.

sábado, 16 de abril de 2011

LES PAVÉS



O Brel tímido dos primeiros anos canta as pedrinhas da sua rua e do que por lá passa. As raparigas que ele namorisca que estendem a roupa na varanda, as freiras da escola que ele tinha frequentado e pela primeira vez fala da sua morte. Muito vagamente, claro. Não como mais tarde fará em La mort, em Le Moribond ou Le Tango Funébre.

A CALÇADA (1953)

Gosto da calçada da minha rua
Ruazinha simpática
Onde vemos as raparigas
Pendurando a roupa branquinha
Nas varandas dos pátios, rindo
Para os rapazes que lhes falam de amor

Gosto da calçada da minha rua
Os meus passinhos de murganho
Levaram-me sorrateiramente
Ao orfanato do Sagrado Coração
Ah, lembro-me da escola
E as irmãs
Toucas em auréola.

E mais tarde, quando íamos dançar
Nos bares do bairro
As calçadas
Com as faces molhadas de orvalho
Sentiam os nossos passos vacilantes
Cantando
As canções que vão montadas
Nos dorsos dos cavalos

Gosto da calçada da minha rua
Ela conheceu a minha amada
A bela Lucie
No dia em que ficámos noivos
Havia apenas sol bastante
Para amar
Que os outros dias sejam semelhantes

Gosto da calçada da minha rua
O seu ventre sujo guardou
As folhas mortas de verão
As minhas belas cartas de amor
Para lá deitadas ao vento
Comoventes
Memórias de uma vida

Gosto da calçada da minha rua
Costumo pedir-lhe muitas vezes
Como uma criança pequena
Par não gritar muito alto
Sob a carroça que levará
O meu corpo
Na sua caixa de madeira

Para não perturbar a minha rua
Ruazinha simpática
Onde vemos as raparigas...



quinta-feira, 14 de abril de 2011

COEUR D’ENFANTS

A canção “Un enfant” de JACQUES BREL é interpretada por um coro de 40 crianças, dos 7 aos 12 anos, no CD “COEUR D’ENFANTS”.




O objectivo deste disco produzido por uma escola alternativa do Québec – Canadá – é conseguir a soma de 12 mil dólares para auxílio internacional à infância.
A escola TOURTERELLE tem levado a efeito outras iniciativas como esta, sempre para apoio a crianças carenciadas especialmente no 3º mundo. Antes deste CD um outro (Bonheurs d’eau) foi feito para angariar fundos para uma coisa tão simples como esta: Levar água potável até uma escola primária no Burundi.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

“SAUDADES DE BREL”



“SAUDADES DE BREL”

Há mais vida para além do FMI... E a vida agora precisa de imaginação e criatividade para afastar o peso deste pesadelo que nos querem fazer viver.

Portanto, faço aqui um desafio a quem possa, por acaso, ler esta mensagem e tenha um grupo de teatro à espera de um autor. De preferência um grupo de teatro com actores que saibam cantar.

A minha proposta é fazer um espectáculo musical com as canções de JACQUES BREL... mas cantadas em português. E porque não?
Para além das traduções que estão neste blog eu também traduzi Brel para a nossa língua mas num formato cantável. Isto é, os textos mantêm o espírito e a intensidade dos textos de Brel mas estão na exacta medida das melodias do seu autor.
Entre as canções um actor vai falando da vida e obra de Brel e faz a ligação do seu texto ao texto das canções.

Para tornar a coisa bem portuguesa o espectáculo teria o nome de “SAUDADES DE BREL”.
Aqui fica o desafio.

Estes dois vídeos são um pequeno exemplo do que se poderia fazer... em português.



terça-feira, 12 de abril de 2011

DÉPARTS




PARTIDAS (1953)

Todas as amizades
Que deixámos morrer
Que abandonámos
Para ir a correr
Por caminhos inúteis
Buscando passo a passo
A felicidade humana
Que não conhecemos
Velhas amizades
Velhas como a vida
Ideias feitas nossas
E que se rejeitam
Face sem nome
Nome sem face
Risos que perdemos
Bagagens desnecessárias

Todos os "adeus"
Que lançamos à vez
Porque achamos que devemos
Percorrer o mundo
E todas as despedidas
Às raparigas que se deram
É tão difícil ser como elas
Quando fazem o seu combate
As felicidades que semeamos
A cada partida
Logo morrem por si
Na plataforma duma estação
Todos os "adeus"
E todas as despedidas
Deixam-nos a esperança
Deixam-nos mais velhos


segunda-feira, 11 de abril de 2011

PROIBIDO FUMAR

Há uns anos, por razões comerciais e uma boa dose de ”politicamente correcto”, vimos o famoso Lucky Luke abandonar o seu cigarrinho e trocá-lo por uma palhinha…




Agora chegou a vez de JACQUES BREL. Ele que fumou a vida inteira, e acabou por morrer por causa disso mesmo, aparece agora no FACEBOOK sentado a uma mesa de Café em pose de quem está a fumar, mas… sem cigarro entre os dedos nem nuvem de fumo à sua volta.
Comparem-se as duas fotos abaixo. A original e a do Facebook.



Esta paranóia anti-tabagística vai ao limite de ter que se branquear o passado até dos nossos heróis. A seguir será o Gandalf do Senhor dos Anéis a ficar sem o seu cachimbo e depois o Inspector Maigret. E porque não o Sherlok Holmes e o próprio Popeye?
Se até o Pai Natal já andou de cachimbo na mão de que estão à espera?

domingo, 10 de abril de 2011

GYLE WADDY



GYLE WADDY, cantor de jazz americano, canta NE ME QUITTE PAS no seu último CD “TELL ME THE MEANING”.
Gyle, que além de cantar também compõe e produz, nasceu em Philadelphia, Pennsylvania, mas vive actualmente em Bruxelas onde dirige a ELYTS Records and Publishing desde 1988.
Quem quiser ouvir Ne me quitte pas por Gyle Waddy pode visitar ESTE SITE.

sábado, 9 de abril de 2011

PIERO CONZ



Do breliano de Minas Gerais RAFAEL MOREIRA, sempre atento às novidades discográficas que tragam o nome do Grand Jacques, recebi esta informação :

O cantor italiano PIERO CONZ gravou um disco totalmente dedicado a Brel intitulado simplesmente JACQUES. É um disco com 10 canções de que se podem ouvir pequenos excertos AQUI. No Facebook li que Piero Conz é médico especializado em nefrologia e farmacologia. Nas horas vagas dedica-se à pintura, à escrita (narrativa e poesia) e à música. Tem vários livros publicados e agora este CD dedicado a BREL.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

FACEBOOK




As EDIÇÕES JACQUES BREL têm a partir de agora o seu espaço no FACEBOOK para manter um diálogo directo e personalizado com todos aqueles que querem saber mais sobre o autor de NE ME QUITTE PAS, AMSTERDAM, LES BOURGEOIS, JEF, MARIEKE, etc,etc,etc...
É uma boa notícia, hoje 8 de Abril, dia de aniversário do Grand Jacques. Se fosse vivo faria 82 anos. Parabéns Jacques!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

MICHELINE VAN HAUTEM



O novo CD de Micheline van Hautem LA MUSIQUE é um tributo a JACQUES BREL. Um trabalho acústico que conta com a voz de Micheline e a colaboração de Erwin van Ligten.
Micheline tem um outro CD dedicado a Brel – L’esprit de Brel – este gravado com a colaboração de Bruno Brel, sobrinho do Grand Jacques.


A energia com que Micheline Van Hautem canta Brel é extraordinária. Com o seu talentoso guitarrista Erwin Van Ligten fazem um duo perfeito. Este é com certeza um concerto a não perder”. Estas são palavras de Robert Love, director do Riverside Theatres (Austrália) onde Micheline e o seu guitarrista se apresentarão a 15 de Abril. Sobre este espectáculo ela diz: “Apesar de Brel ter vivido há já alguns anos, ser um homem, e cantar em francês, eu sinto uma ligação muito forte com a música dele. Sinto-me muito entusiasmada por regressar a Sidney e cantar no Riverside Theatres

quarta-feira, 6 de abril de 2011

LES GENS



Les Gens faz parte do lote de 25 canções que Brel gravou, somente acompanhado pela sua viola, para a BRT (Radio belga da flandres). As canções foram gravadas de 14 a 21 de Agosto de 1953. Em Setembro parte para Paris, aluga um quarto em Montmartre, e começa a cantar no cabaret Aux Trois Baudets.

AS PESSOAS (1953)

A bela Jeanette errou, e não digo mais nada
Porque isso pode acontecer com todas as raparigas da sua idade
Mas quando a sua mãe soube que ia ser avó
Rebentaram os gritos de maiúsculas cóleras
Você fala, minha boa senhora, de vícios, de imoralidade
Mas será que também faz um drama dos amantes que teve

Pessoas de boa consciência nas ruas à noite
Pessoas de boa consciência, têm muitas vezes uma ruim memória

E aqueles que se acham belos, porque eles são uns idiotas
E aqueles que se dizem maus, porque são apenas inconvenientes
E aqueles que dizem que são felizes porque são fanáticos
E aqueles que se dizem bons porque são estúpidos
Aqueles que têm a cabeça erguida porque já sabem tudo
E que têm a alma serena porque não compreenderam nada

Pessoas de boa consciência nas ruas à noite
Pessoas de boa consciência, têm muitas vezes uma ruim memória


terça-feira, 5 de abril de 2011

GÉRARD CHAMBRE




GÉRARD CHAMBRE é actor, cantor e encenador e tem feito alguns trabalhos homenageando Brel. De entre eles destacam-se :
“Jacques Brel na China”, ballet concerto em Pequim, com a companhia de teatro e os bailarinos da Ópera de Pequim.
"Les enfants de l'Amour", espectáculo Brel-Piaf (com Gérard Chambre-Brel, Irène Roussel-Piaf, Franck Monbaylet, piano, Didier Roman, acordeão, primeiro no Espace Cardin, seguindo-se depois uma digressão por Marrocos, Jordânia, Espanha, Síria, Rússia, etc)
E "L’Homme de la Mancha" em 2008 e 2009...

Neste vídeo Gérard canta Brel no festival “CHANTER DANS LA FRANCOPHONIE” realizado em 2006. Este festival foi organizado pela UNESCO e contou com a colaboração de vários cantores francófonos para homenagear JACQUES BREL.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CERVANTES



A cena passa-se numa prisão de Sevilha no fim do Séc XVI. Cervantes e o seu aio são presos pela Inquisição. Enquanto esperam o julgamento são lançados num cárcere cheio de bandidos. Para salvar o seu manuscrito, Cervantes imagina representar as aventuras dos seus heróis, D.Quixote, Sancho Pança e Dulcineia, com a ajuda dos indigentes que ele obriga a entrar na representação. Sentado no centro do palco ele caracteriza-se e encena as aventuras que lhe povoam a imaginação.

Brel diz sobre o musical: “Eu vou tentar personificar um homem. Venham, deixem-se levar pela minha imaginação e depois verão.”

Neste vídeo está o “trailer “ de uma versão de D.Quixote protagonizada por GÉRARD CHAMBRE.

domingo, 3 de abril de 2011

D.QUIXOTE em PARIS



L’HOMME DE LA MANCHA esteve na Bélgica (Théâtre Royal de la Monnaie) até 13 de Novembro de 1968. Na última semana a bilheteira não abriu porque estava tudo esgotado até ao fim do contrato com aquele teatro. Brel rumou então a Paris e pôs o espectáculo em cena no Théâtre des Champs-Elysées, de 11 de Dezembro até 17 de Maio de 1969. E naturalmente começaram a os pedidos de digressão a nível nacional e internacional. Mas o Grande Jacques recusou. Ele tinha abandonado os palcos em 1967 porque não queria cair na rotina e acabar a sua vida como um velho cantor que se aplaude por favor ou por reverência. Continuar com o L’Homme de la Mancha indefinidamente seria ir contra os seus princípios. E para variar dedicou-se ao Cinema.

O que dizem os jornais da altura: o jornal francês Le Monde, dois dias depois da estreia, refere-se ao Homem da Mancha dizendo “ As duas primeiras representações de L’Homme de la Mancha, comédia musical americana importada por Jacques Brel para o Teatro Des Champs-Elisées foram um triunfo. Salas esgotadas, salas atentas, pode-se dizer que a recepção foi muito mais calorosa que em Bruxelas”.
O Paris Match comenta “D.Quixote auxilia a Medicina. L’Homme de la Mancha, a comédia musical onde Jacques Brel é D.Quixote começou a sua carreira parisiense ultrapassando um recorde conseguido por CHAPLIN: O da maior dádiva obtida numa noite de estreia. Todo o dinheiro da bilheteira daquela noite foi para os investigadores da Fundação de Pesquisa médica.”

Esta é uma recriação chilena do espectáculo de Mitch Leigh, textos de Joe Darion e libreto de Dale Wasserman no Teatro Teleton, MAN OF LA MANCHA.

sábado, 2 de abril de 2011

Tout le Monde Est Don Quichotte




“Uma casa lotada e em pé. Doze minutos de ovações crepitantes depois de duas horas e vinte de espectáculo sem falhas e sem intervalo. As canções que já cantarolamos na rua. As centenas de admiradores amontoados nos bastidores e na saída dos artistas. Sem dúvida: É o sucesso triunfal.”
Jean Pigeon (Le Journal de Charleroi , 07.10.1968)

Esta é uma das críticas publicadas depois da estreia de L’Homme de la Mancha no Théâtre Royal de la Monnaie. Numa entrevista dada uns dias depois (que está no vídeo abaixo) Brel afirma que “todo o mundo é D.Quixote”... Todos temos direito de sonhar e todos procuramos alcançar a nossa estrela inacessível.