sexta-feira, 28 de maio de 2010

LA VALSE À MILLE TEMPS



LA VALSE À MILLE TEMPS funciona como um emblema de Jacques Brel. Não só porque se tornou uma das canções mais carismáticas do cantor, mas também porque é o modelo de canção tipicamente breliano. Começa numa suave bonança e termina numa violenta tempestade.
LA VALSE À MILLE TEMPS é o título que dá nome ao seu quarto disco, editado em 1959, e vendeu na altura cerca de 500.000 exemplares. Ganhou no ano seguinte o Grand Prix Francis Carco de l'Académie du Disque.
Os autores de uma campanha publicitária francesa, que incentivava o consumo de carne - "Suivez le boeuf" – fizeram uma versão desta valse à mille temps que passou a ser "La Vache à 1.000 francs". Foi cantada por um senhor chamado Jean Poiret, e mais tarde o próprio Brel, num espectáculo no Olympia, também cantou... La vache.

A valsa a mil tempos (1959)

Ao primeiro tempo da valsa, sozinha, tu já sorris. Ao primeiro tempo da valsa eu estou só, mas dou por ti, e Paris que marca o compasso, Paris que marca a nossa emoção, Paris que marca o compasso, segreda-me muito baixinho...

Uma valsa a três tempos que ainda oferece o tempo para os rodeios do amor...
Como é elegante uma valsa a quatro tempos.
É muito menos dançante, mas sempre elegante, como uma valsa a três tempos. Uma valsa a quatro tempos. Uma valsa aos vinte anos, é muito mais estonteante, mas muito mais fascinante que uma valsa a três tempos...
Uma valsa aos vinte anos. Uma valsa a cem tempos, uma valsa aos cem anos, uma valsa que se ouve em cada esquina de Paris, onde o amor renasce na Primavera...
Uma valsa a mil tempos, uma valsa a mil tempos… uma valsa que pôs o tempo a esperar vinte anos, para que tu tivesses vinte anos e para que eu tivesse vinte anos, uma valsa a mil tempos... Uma valsa a mil tempos oferece, unicamente aos amantes, trezentos e trinta e três vezes o tempo de construir um romance...

Ao segundo tempo da valsa, somos dois. Tu estás nos meus braços. Ao segundo tempo da valsa contamos ao mesmo tempo, um... dois… três... e Paris, que marca o compasso, Paris, que marca a nossa emoção, Paris, que marca o compasso já trauteia...

Ao terceiro tempo da valsa, nós dançamos enfim os três. Ao terceiro tempo da valsa é tu, é o amor e sou eu. E Paris, que marca o compasso, Paris, que marca a nossa emoção, Paris, que marca o compasso, deixa por fim resplandecer toda a sua alegria...


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