Brel viveu as consequências da segunda guerra mundial. Tinha ele 11 anos quando a Alemanha invadiu a Bélgica, em 10 de Maio de 1940. Até aos 16 anos conheceu a tragédia da ocupação. Nesta canção - Caporal casse-pompon - Brel faz a caricatura do velho militarão nazi reformado, que sonha regressar a Paris, não para chorar ou lamentar os tempos da ocupação, mas para voltar a desfilar à frente do seu pelotão. Brel, não suportava os alemães, para ele, os invasores bárbaros…
N. T.: A piada do segundo verso tem a ver com a invasão-relâmpago inventada pelos franceses mas usada pelos alemães para invadirem a França (a famosa blitzkrieg).
O CABO CACETEIRO(1962)
O meu amigo é um tipo enorme... Ama o trompete e o clarim, preferindo, ainda assim, o clarim, que afinal é um trompete fardado... O meu amigo é uma autoridade, e diz muitas vezes sem vaidade, que “é na espessura das cascas de batata que se vê a grandeza de uma nação...”
Portanto... Portanto, eu não percebo porque é que os seus camaradas lhe chamam o Cabo Caceteiro.
O meu amigo é um doce poeta. No seu jardim, quando chega o Verão, vemo-lo plantar metralhadorazinhas, ou cavar pequenas trincheiras... O meu amigo é um homem bem-humorado... Foi ele que encontrou esta piada que eu vos vou contar agora: “Dormimos na vossa casa, e apanhámo-vos bem!“
Portanto... Portanto, eu não percebo porque é que os seus camaradas lhe chamam o Cabo Caceteiro.
O meu amigo é um doce sonhador... Para ele, Paris é uma caserna, e Berlim um pequeno campo florido que vai de Moscovo à Província de Auvergne... O seu sonho é voltar a Paris na Primavera... Voltar a desfilar à frente do seu pelotão, cantando: “Baixa a bainha, Guidinha, senão beijo-te a bundinha!!! Ein !!! Zwei !!!”
Portanto... Portanto, nós não compreendemos porque é que os nossos amigos... Os FRRRANSÔZEN... Eles OUSAM... Eles OUSAM chamar-lhe Cabo Caceteiro... EIN!!! ZWEI!!!
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