quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ISABELLE



Jacques Brel teve três filhas, Chantal, France e Isabelle. A todas deu alcunhas carinhosas consoante as suas maneiras de ser e os seus temperamentos. Assim Chantal era a Avestruz por ser extrovertida e divertida. France, a Guitarra, pelas suas formas femininas, e Isabelle, a Nuvem, por ter um ar de quem estava permanentemente acima das situações. É exactamente para Isabelle, a Nuvem, que o pai Brel fez em 1959 esta terna canção de embalar. Tinha ela um ano de idade.

Isabelle (1959)

Quando a Isabelle dorme, nada mais se mexe; quando a Isabelle dorme no berço da sua alegria, sabes que a marota rouba os oásis do Sahara, os peixes dourados da China e os jardins de Alhambra?...
Quando a Isabelle dorme, rouba os sonhos e as folias de uma rosa e de um botão-de-ouro, para os poisar sobre os seus olhos, bela Isabelle, quando ela dorme...

Quando a Isabelle ri, nada mais se mexe; quando a Isabelle ri no berço da sua alegria, sabes que a marota rouba o riso das cascatas selvagens que servem de bolsas aos reis que não têm séquito?...
Quando a Isabelle ri, nada mais se mexe , ela rouba as janelas do momento em que se abrem sobre o paraíso, para as poisar sobre o seu coração, bela Isabelle, quando ela ri...

Quando a Isabelle canta, nada mais se mexe; quando a Isabelle canta no berço da sua alegria, sabes que ela rouba a renda bordada em coração de rouxinol e os beijos que as sombrinhas impedem de voar?...
Quando a Isabelle canta, rouba o veludo e a seda que a guitarra dá à Infanta, para os poisar sobre a sua voz, bela Isabelle, quando ela canta...




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