segunda-feira, 29 de novembro de 2010

LE COLONEL










O CORONEL
(1958)

Coronel, vamos tocar os tambores logo que o dia nasça, e acordar todos esses básicos?...
Coronel, é preciso fazer soar todos os clarins para reunir os esquadrões?...
Coronel, coronel! Estamos à espera!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
A sua amada é tão meiga e tão bela, na sua túnica, ao sol,
que cada dia passado perto dela se enfeita de prodígios...

Coronel, disparamos a artilharia logo que chegue o inimigo, ou avançamos com a infantaria?...
Coronel, é preciso carregar a toda a força ou avançar em passo fantasma?...
Coronel, coronel... Diga-nos lá!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Os seus beijos suaves como veludo, docemente,
levaram ao Estado Maior do amor o coronel deslumbrado...

Coronel, se alguma vez for ferido é preciso a gente preocupar-se a procurar um padre?
Coronel, depois de morrer o boticário vamos chamar o veterinário?...
Coronel, coronel, que havemos de fazer?
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Ele vê-a e estende-lhe os braços... Ele vê-a e chama pelo seu nome.
E é falando-lhe baixinho que ele entra no céu...
Este coronel que morreu, e que morreu de tristeza, ferido com o seu amor no coração,
Este coronel, longe da sua amada, é o meu coração longe do teu...
É o meu coração longe do teu...


Sem comentários:

Enviar um comentário