Do meu amigo Victor Rui Dores vou publicar uma carta, endereçada a Brel, nos 35 anos da passagem do cantor pela Horta. Dada a extensão da mesma vou reparti-la por 4 publicações.
Peter Café Sport, 5 de Outubro de 2009
Meu caro Jacques Brel
Neste espaço de todos os reencontros, sentado à mesa onde tu um dia cantaste, escrevo-te esta carta, com os olhos postos no “gin”, a sede na cerveja e a memória em ti. E isto porque fez este ano 35 anos que, a bordo do teu “Askoy”, aportaste à Horta acompanhado da tua filha France e da tua companheira Maddly.
Nessa altura, eu ainda não tinha fixado residência nesta cidade, senão, garanto-te, ter-te-ia aberto a porta da minha casa e o meu melhor whisky.
Acontece que tenho um amigo chamado Sérgio Luís, engenheiro, artista e teu admirador profundo, que de há muito buscava um pretexto para te homenagear. Que é como quem diz: reunir os amigos, beber uns copos e falarmos de ti, da tua vida, da coragem dos teus versos e da força da tua música.
A ideia concretizou-se. Após contactos estabelecidos com aqueles que, por estas paragens, te viram e te conheceram, indagámos lembranças, memórias e arquivos, reconstituímos os teus passos por esta ilha e, numa realização da RTP/AÇORES, levámos a cabo um trabalho intitulado Brel no porto da Horta.
Deixa-me que te diga que foi a partir dos versos das tuas canções que me iniciei na aprendizagem da língua francesa
Sabes, às vezes, tenho saudades tuas – eu que nunca te conheci. Mas porque tenho todos os teus discos, e porque vi todos os teus filmes, e porque colecciono todas as tuas fotos, e porque li todas as tuas entrevistas, tenho a impressão, meu caro Brel, que somos velhos amigos, se não mesmo “compagnons de route”...
(Continua)
Horta, anos 60
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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