sexta-feira, 26 de novembro de 2010

L'HOMME DANS LA CITÉ



Brel é acompanhado pela primeira vez por François Rauber aqui nesta canção – L’HOMME DANS LA CITÉ – gravada em Abril de 1958. Segundo Jean Clouzet, um dos estudiosos da obra de Brel, a canção L’homme dans la cité foi dedicada ao General De Gaulle, que teria chegado ao poder dois meses depois, tendo como cenário de fundo a guerra da Argélia.
Segundo o mesmo Clouzet QUAND ON N’A QUE L’AMOUR, de 1956, (o primeiro grande êxito do cantor), foi escrita em honra da sublevação húngara contra a invasão soviética nesse mesmo ano.
Para ouvir O HOMEM NA CIDADE clique AQUI.

O HOMEM NA CIDADE (1958)

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o amor seja o seu reino e a esperança a sua convidada. E que ele se pareça com as árvores que o meu pai plantou, altivas e nobres como uma noite de Verão, e que os risos das crianças, que lhe tilintam na cabeça, o salpiquem de reflexos de festa...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o seu olhar seja um salmo feito de sóis resplandecentes... Que ele não se ajoelhe diante todo o ouro de um senhor, mas somente para colher uma flor, e que recuse para sempre, as soluções que sejam sem amor...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, e que não seja um bálsamo, mas uma força, uma claridade, e que a sua fúria seja justa, jovem e bela como uma tempestade... Que ele não seja nunca, nem velho nem sábio, e que torne a expulsar do templo o escritor sem opinião, vendilhão de nada, vendilhão da discórdia...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, antes que os outros homens que vivem dentro da cidade, humilhados por esperanças dilaceradas e carregados com a sua ira indiferente, comecem a erguer novas barricadas na calada da noite...

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