terça-feira, 30 de novembro de 2010

QU'AVONS-NOUS FAIT, BONNES GENS



Mais uma canção dos princípios da carreira de Brel. A sua veia lírica levava-o a escrever canções que eram autênticos panfletos de paz e amor. Em “Qu’avons-nous fait ,bonnes gens", de 1956, o poeta lamenta-se porque no mundo há falta de amor, de bondade, de esperança e até de alegrias imensas… E nós, boa gente, o que é que fizemos a tudo isso ?

Nestes dois videos podemos ouvir duas versões da mesma canção. A primeira com a presença de uma orquestra e a segunda apenas a voz de Brel acompanhado pela sua viola.

QUE FIZEMOS NÓS, BOA GENTE (1956)

Que fizemos nós, boa gente, digam-me, da bondade do mundo?!
Se a escondemos no meio de um bosque, não me admirava nada...
Se a enterrámos a sete palmos de terra, isso já nem me espantava...
E é pena não ver mais, em cada noite, em cada manhã, pelas estradas,
sobre as calçadas, uma multidão de pequenos São Martinhos...

Que fizemos nós, boa gente, digam-me, de todo o amor do mundo?!
Se o vendemos para não sei quê, não me admirava nada...
Se o vendemos para fazer a guerra, isso já nem me espantava...
E é pena não ver mais os apaixonados que têm vinte anos contarem mil e uma histórias...
Já não ardem mais as fogueiras de São João...

Mas, havemos de reencontrar, boa gente, creiam-me, todas essas alegrias imensas...
Vamos encontrá-las no fundo de cada um de nós, não me admirava nada...
Vamos encontrá-las debaixo da nossa vaidade, isso já não me espantava...
E isso vai ser bom, porque poderemos enfim ver outros, não somente os loucos,
a cantar o amor, a cantar a esperança, e cantá-los com palavras nossas...
Porque esperamos nós, boa gente, para encontrar essas coisas? Digam-me...
Porque esperamos nós, boa gente, digam-me lá....


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

LE COLONEL










O CORONEL
(1958)

Coronel, vamos tocar os tambores logo que o dia nasça, e acordar todos esses básicos?...
Coronel, é preciso fazer soar todos os clarins para reunir os esquadrões?...
Coronel, coronel! Estamos à espera!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
A sua amada é tão meiga e tão bela, na sua túnica, ao sol,
que cada dia passado perto dela se enfeita de prodígios...

Coronel, disparamos a artilharia logo que chegue o inimigo, ou avançamos com a infantaria?...
Coronel, é preciso carregar a toda a força ou avançar em passo fantasma?...
Coronel, coronel... Diga-nos lá!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Os seus beijos suaves como veludo, docemente,
levaram ao Estado Maior do amor o coronel deslumbrado...

Coronel, se alguma vez for ferido é preciso a gente preocupar-se a procurar um padre?
Coronel, depois de morrer o boticário vamos chamar o veterinário?...
Coronel, coronel, que havemos de fazer?
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Ele vê-a e estende-lhe os braços... Ele vê-a e chama pelo seu nome.
E é falando-lhe baixinho que ele entra no céu...
Este coronel que morreu, e que morreu de tristeza, ferido com o seu amor no coração,
Este coronel, longe da sua amada, é o meu coração longe do teu...
É o meu coração longe do teu...


sábado, 27 de novembro de 2010

PIETER EMBRECHTS...




Segundo informação das Edições Jacques Brel PIETER EMBRECHTS and THE NEW RADIO KINGS têm um novo CD - Time is a thief - onde está incluída a versão inglesa de QUAND ON N’A QUE L’AMOUR.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

L'HOMME DANS LA CITÉ



Brel é acompanhado pela primeira vez por François Rauber aqui nesta canção – L’HOMME DANS LA CITÉ – gravada em Abril de 1958. Segundo Jean Clouzet, um dos estudiosos da obra de Brel, a canção L’homme dans la cité foi dedicada ao General De Gaulle, que teria chegado ao poder dois meses depois, tendo como cenário de fundo a guerra da Argélia.
Segundo o mesmo Clouzet QUAND ON N’A QUE L’AMOUR, de 1956, (o primeiro grande êxito do cantor), foi escrita em honra da sublevação húngara contra a invasão soviética nesse mesmo ano.
Para ouvir O HOMEM NA CIDADE clique AQUI.

O HOMEM NA CIDADE (1958)

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o amor seja o seu reino e a esperança a sua convidada. E que ele se pareça com as árvores que o meu pai plantou, altivas e nobres como uma noite de Verão, e que os risos das crianças, que lhe tilintam na cabeça, o salpiquem de reflexos de festa...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o seu olhar seja um salmo feito de sóis resplandecentes... Que ele não se ajoelhe diante todo o ouro de um senhor, mas somente para colher uma flor, e que recuse para sempre, as soluções que sejam sem amor...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, e que não seja um bálsamo, mas uma força, uma claridade, e que a sua fúria seja justa, jovem e bela como uma tempestade... Que ele não seja nunca, nem velho nem sábio, e que torne a expulsar do templo o escritor sem opinião, vendilhão de nada, vendilhão da discórdia...

Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, antes que os outros homens que vivem dentro da cidade, humilhados por esperanças dilaceradas e carregados com a sua ira indiferente, comecem a erguer novas barricadas na calada da noite...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

LES BERGERS




Apesar de ser de 1964 esta canção ainda revela traços de um romantismo lírico, neste caso quase folclórico, do primeiros tempos de Brel. O próprio Brel não gostava da canção e nunca a cantou em público. 1964 é o ano de Les bonbons, Amsterdam, Au suivant, Jef, Mathilde, etc. portanto esta canção, Les Bergers, nasceu fora do tempo. Mas, de qualquer maneira, ela aí está rural e bucólica.

OS PASTORES (1964)

Às vezes aparecem-nos com os seus grandes chapéus, e as suas capas de lã, a seguir os rebanhos, os pastores.
Eles sobem, na Primavera quando os dias crescem, e descem depois à vila, tisnados pelo Verão.
Quando os animais param para beber, põem-se a dançar à sombra de uma flauta, os pastores...
Entre eles, são os velhos, os sábios, que reúnem junto ao poço todos os anciãos da aldeia...
E são eles que contam histórias que nos fazem um tal medo que durante três noites, pelo menos, nós sonhamos horrores...
Eles têm as mesmas rugas e as mesmas companheiras e os mesmos aromas que as suas velhas montanhas, os pastores...
Entre eles, são os jovens, os bonitos, que pedem às raparigas para se fazerem altivas...
Eles têm um sorriso que se pode dizer de flor, e as suas gargalhadas fazem jorrar água... Eles têm uns olhares que nos queimam a pele, nos desmembram, nos calam o coração, os pastores...
Mas, todos eles nos enternecem, sejamos raparigas ou rapazes... Os rapazes nos seus sonhos, as raparigas nas suas emoções...
Então, nós partilhamos o vinho e o queijo, e acreditamos por momentos que fazemos parte da viagem dos pastores...
É um pouco como o Natal, o Natal e os seus tesouros, que ficam em nossa casa, em Equinócios de ouro...
Depois, eles vão-se embora com os seus grandes chapéus, e as suas capas de lã, e seguem os seus rebanhos...


domingo, 21 de novembro de 2010

CARMO / SASSETTI




Excerto de uma notícia no DN Artes, de 16 de Novembro:
“Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti falaram com o DN sobre o álbum em que interpretam temas de José Afonso e Jacques Brel.
A ideia de gravar um disco com Bernardo Sassetti já andava a "fervilhar" na cabeça deCarlos do Carmo há algum tempo, mas foi em Janeiro deste ano que a proposta foi feita ao pianista. Apesar dos muitos projectos que tinha em mãos, Sassetti decidiu embarcar neste projecto com Carlos do Carmo, que acaba agora de chegar às lojas. Nele os dois artistas reinterpretam canções de nomes incontornáveis como José Afonso, Sérgio Godinho, Jacques Brel ou Fausto, além de apresentarem dois inéditos.”


A canção de Brel que Carlos do Carmo interpreta no disco é QUAND ON N’A QUE L’AMOUR. Há 30 anos Carlos do Carmo gravou e cantou em público LA VALSE À MILLE TEMPS e obteve um êxito assinalável. Depois de cantar Frank Sinatra propomos daqui que Carlos do Carmo entre no mundo breliano e faça um espectáculo com as canções do maior “cantautor” de língua francesa de todos os tempos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

BBB



BBB

Concerto original e divertido por quatro cantores/multi-instrumentistas que em vários estilos interpretam canções de três gigantes da canção francesa.

Cantar Barbara, Brel, ou Brassens ! Um grande desafio, quando se sabe quem são os gigantes da canção francesa. Todos eles deixaram a sua marca no património musical da humanidade. Cada um com a sua sensibilidade, a sua ternura ou a sua insolência. Quatro músicos/cantores belgas escolheram uma vintena de títulos no reportório dos "três", criaram novos arranjos e interpretações de uma forma ousada, mantendo o respeito que eles merecem, com uma generosidade e entusiasmo sem limites.

Movendo-se constantemente durante o concerto, de um instrumento para outro, estes quatro "inovadores" fazem-nos redescobrir o reportório dos três mestres "clássicos" ...num contexto actual. Dito isso, o show "BBB" não é um espectáculo de “reprises” e vai muito além da mera homenagem. O espectáculo joga todo o tempo com a tradição e a modernidade, num contexto de prazer, emoção, cumplicidade, invenção e poesia. Enfim ... um revivalismo emocionante, em Bruxelas, no palco do Café Teatro LA SAMARITAINE. Até amanhã, sábado.
São estes os músicos em palco: Anouk Ganzevoort, Marie-Sophie Talbot, Alain Delval, Frouch Dailly.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SANS EXIGENCES

SANS EXIGENCES é a uma das cinco canções gravadas em 1977 mas que não foram incluídas no álbum Marquises. Segundo Gilles Verlant, em Novembro desse ano, Eddie Barclay confirmou a BREL, por escrito, que respeitou as suas instruções : Os cinco títulos não deveriam figurar no novo disco, a não ser que ele recebesse outras instruções. Não se tratam, portanto, de maquetas, mas de produções prontas a editar. Talvez Brel pensasse gravar um disco no ano seguinte e já estava a reservar canções para o preencher.

SEM EXIGÊNCIAS (1977)

Eu não era mais que o seu amante, vivia bem de tempos em tempos, mas aos poucos, cada vez menos. Maldizia a minha última oportunidade ao longo da sua indiferença. Eu queria ser a minha única testemunha mas faltava-me o descaramento, porque, vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…

Eu protegia os seus menores passos, e passava discretamente. Eu descobri a maneira de viver a minha solidão, a dois. Depois tornei-me o seu hábito, e tornei-me no outro que chega quando ela regressa, e vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…

A água quente nunca mordeu, mas só nos resta banharmo-nos nela. E a ela só lhe resta, cada vez mais, arrefecer e censurar-nos que já não há sol suficientel. A água quente à água quente é parecida. Ela confunde fraqueza com paciência e vendo-me sem exigências, ela queria-me sem mistérios…

Se sofria a sós, sofria a dois e cheguei a rezar a Deus. Mas sabemos que ele é demasiado velho e que já não é senhor de coisa alguma. E foi preciso ser arrogante, se bem que tremendo de indulgência, para o meu coração não ousar levantar a mão… Vendo-me sem exigências ela acreditava que não me faltava nada…

E ela partiu como partem esses pássaros que descobrimos, depois de termos amado vê-los saltitar, no dia em que as suas asas se abrem, que eles se aborreciam entre as nossas mãos. Ela partiu como se fosse de férias e o céu, desde então, ficou um pouco mais carregado. Eu morro de indiferença e ela crê que se cobre de amor.


Sans Exigences é ilustrada neste video com imagens do filme L'EMMERDEUR.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

LUZ CHABANE



Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre mais um espectáculo com o reportório do Grand Jacques. A cantora belga LUZ CHABANE vai apresentar o seu novo disco IMPOSSIBLE RÊVE no próximo dia 20 (Sábado) em Bruxelas no Café Teatro “Le Petit Chapeau Rond Rouge”.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ONDAS MARTENOT

No dia 13 de Setembro passado falei AQUI do instrumento THEREMIN e de um dos seus mais conhecidos executantes PETER PRINGLE. Na altura falei também de outro instrumento com um som muito semelhante inventado por Maurice Martenot, que ficou conhecido por ONDAS MARTENOT, e que foi utilizado por Brel para a primeira versão de Ne me quitte pas, em 1959. Em 1959 o instrumento foi tocado em estúdio por Sylvette Allard.

Ora, na semana passada recebi daCompagnie Brel Trente ans Déjà! mais informações sobre este instrumento.
Maurice Martenot (1898-1980) foi militar na primeira guerra mundial na área das transmissões. Ao manusear as válvulas tríodo ele apercebeu-se da pureza das vibrações produzidas por essas válvulas electrónicas e fez variar a intensidade de corrente por meio de um condensador. Aperfeiçoou o seu invento e só em 1929 apresentou as suas “ondas musicais” na Ópera de Paris acompanhado ao piano pela sua irmã Ginette.
Neste vídeo um especialista de Ondas Martenot explica como se toca o instrumento.

Neste outro vídeo os Beach Boys utilizaram um Theremin para as suas Good Vibtrations.

sábado, 13 de novembro de 2010

PRESENTES DE NATAL






Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre estas duas edições musicais que poderão proporcionar um belo presente de Natal para quem gosta de música francesa, e de Brel em particular.
Trata-se da caixa com “Três poetas” com um disco de Brel, outro de Brassens e outro de Ferré, pelo preço de 20 €, e da caixa com 13 CDs “Integral dos álbuns originais” do Grand Jacques por 55€.
Estes discos estão à venda na loja internet das Edições Jacques Brel.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DEMAIN L’ON SE MARIE




Dentro do vincado estilo lírico da primeira fase da carreira de Brel aparece esta canção DEMAIN L’ON SE MARIE, com o subtítulo “la chanson des fiancés” (a canção dos noivos). Brel grava esta canção em 1958, depois de 8 anos de casamento e à espera da terceira filha. Porém, ao lermos o texto encontramos alguma resignação nas palavras do autor. Depois de ouvirmos a interpretação (que eu não encontrei na net) comprova-se realmente a falta de entusiasmo pelo tema escolhido – amanhã vamo-nos casar!
Brel tem a colaboração de uma cantora - Janine de Waleyne - para cantar o refrão da canção. Depois quando ele próprio ataca nas estrofes fá-lo com alguma indiferença. Nada do Brel arrebatado e intenso dos anos seguintes.

CASAMO-NOS AMANHÃ (a canção dos noivos) (1957)

Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me o que vamos cantar...
Forçaremos o amor a embalar a nossa vida com uma canção bonita que cantaremos a dois…
Forçaremos o amor, se tu quiseres minha querida, a ser nas nossas vidas não mais que um humilde ferreiro...

Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me o que vamos ver...
Forçaremos os nossos olhos a não ver nada mais que as coisas lindas que vivem em cada coisa…
Forçaremos os nossos olhos a não serem nada mais que uma esperança,
que vamos oferecer um ao outro, como quem oferece uma rosa...

Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me ainda aonde vamos...
Forçaremos as portas dos países do Oriente a abrirem-se diante de nós, diante do nosso sorriso… Forçaremos, minha querida, o sorriso das gentes a não serem nada mais que uma alegria que se anseia...
Já que amanhã se abre a vida, abramos a porta a estas canções...
Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LA BOURRÉE DU CÉLIBATAIRE



Esta canção - La bourrée du célibataire – está escrita no original utilizando tempos de verbos errados para lhe dar um cunho mais popular, tão ao gosto do povo rústico que dançava a “bourreé”. Esta dança é originária da província de Auvergne no centro da França. É uma dança viva em dois tempos que faz uso de ritmos simples à semelhança da gavotte.
Os textos destas “bourrées” eram muito simples e sobretudo de cariz humorístico.
Segundo Gilles Verlant, Brel estreou esta canção no primeiro espectáculo no teatro Trois Baudets em 1957.

A DANÇA DO SOLTEIRO (1957)

A rapariga que eu vier a amar terá um coração tão sábio que num recanto da sua margem o meu coração se aconchegará... Quero que ela tenha uma pele tão macia que possa aquecer os meus dedos quando chegarem as noites de Dezembro... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E os nossos corpos arderão numa só fogueira de felicidade... Entraremos a cantar pelas muralhas da vida, oferecendo os nossos vinte anos, para que ela seja mais bela...
Não, não serás tu, a rapariga que eu vou amar... Não serás tu, a rapariga que eu vou amar...

A rapariga que eu vier a amar terá uma casa baixinha, simples e branquinha, como um estado de graça... Terá noites sem dormir só para me falar das crianças que repousam... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E ofereceremos um ao outro, todo o amor que tivermos... E vamos embandeirar de sol a nossa vida antes de ficarmos velhos...
Não, não serás tu, a rapariga que eu vou amar... Não serás tu, a rapariga que eu vou amar...

A rapariga que eu vier a amar vai envelhecer sem tristeza, entre o calor da lareira e a minha grande ternura... Será como um bom vinho que fica melhor todas as manhãs... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E faremos canções com as nossas alegrias antigas, e deixaremos a terra com os olhos cheios um do outro, para florir o inferno com a nossa felicidade...
Ah, que venha já ter comigo a rapariga que eu vou amar... Que venha já ter comigo a rapariga que eu vou amar...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JEANE MANSON



JEANE MANSON é uma americana em Paris. É actriz de cinema e de teatro, cantora e pianista.
Tem feito variados espectáculos musicais em França e entre eles “L’Homme de la Mancha”. Neste vídeo ela aparece no Cirque d’Hiver a interpretar 3 excertos deste musical traduzido e adaptado para francês por Jacques Brel.

sábado, 6 de novembro de 2010

D.QUIXOTE ESTÁ DE VOLTA


Don Quixote, de Honoré Daumier (óleo sobre tela)

L’HOMME DE LA MANCHA volta à cena no Teatro Capitole, Toulouse, entre 12 e 19 de Dezembro. Tem direcção musical de Didier Benetti e encenação de Jean-Louis Grinda.
Nos principais papéis estão Marie-Ange Todorovitch – Aldonza, Laure Baert - Antonia, Christine Solhosse - Governanta, Nicolas Cavallier – D.Quixote/Cervantes e Rodolphe Briand – Sancho Pança.
As aventuras trágico cómicas do famoso Senhor de La Mancha, a cavalo no seu velho Rocinante, ao lado do seu escudeiro Sancho Pança, é transposta para o mundo do musical por Dale Wasserman, que também foi o autor da peça “Voando sobre o ninho Cucos”. O destino de Don Quixote, identificado com o do seu autor, Miguel de Cervantes, é o pano de fundo para a história épica de uma busca impossível, da propensão universal de sonhar a sua própria vida através das histórias, com música de Mitch Leigh e nos textos em francês de Jacques Brel, ele próprio um criador do personagem de Dom Quixote.
A primeira apresentação deste musical, com Brel no papel de D.Quixote foi em 4 de Outubro de 1968 no Teatro de la Monnaie em Bruxelas.


O texto em português desta canção pode ser lido AQUI neste blog.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EUROP'A SAX



A Associação Internacional A. Sax apresenta em Dinant, Bélgica, no quadro do 5º concurso internacional, o seu agrupamento de mais de 1500 saxofonistas, em 13 de Novembro, pelas 18 horas.
Os músicos vão tocar uma peça dividida em três partes de Alain Crépin, professor do Conservatório Superior de Bruxelas. A primeira parte evoca a Espanha com uma composição de ritmo muito próximo do passo doble. A segunda parte evoca a Bélgica através de excertos de canções de JACQUES BREL (Bruxelles, Le plat pays, etc). A terceira parte da peça de Crépin evoca a Hungria com uma rapsódia inspirada em Bartok e Kodaly.
Adolphe Sax, o inventor do saxofone , nasceu em Dinant, em 1814.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

JORDENS / BREL




Das Edições JACQUES BREL recebi a informação de mais um espectáculo de homenagem a Brel. Trata-se de FILIP JORDENS (já AQUI falado neste blog) que tem um espectáculo de 4 a 13 de Novembro no Espaço Delvaux em Watermael, Boitsfort, na Bélgica.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

LES AMANTS DE COEUR



Esta canção, Les amants de coeur, é assinada por Brel e por Rod McKuen.
Este senhor McKuen é o autor da famigerada versão inglesa de LE MORIBOND e que dá pelo nome de Seasons in the Sun. O tal êxito dos anos 60 que correu mundo na voz do canadiano Terry Jacks, e depois por muitos outros cantores nos mais variados idiomas, estilos e interpretações. Com tal sucesso da canção o senhor McKuen deve ter ficado rico com os direitos de autor da letra inglesa, apesar de ter prestado um mau serviço a Brel. Com a versão inglesa McKuen deturpou todo o conteúdo do texto breliano e com isso deu a conhecer aos anglo saxões uma imagem de um Brel muito vulgar, para não dizer piroso, tal a baixa qualidade da tradução.
No entanto, Brel quis conhecer o autor de Seasons in the Sun e veio a saber que ele era também um cantautor. E pediu-lhe uma canção sua para traduzir para francês e incluir no seu reportório. McKuen cedeu-lhe a canção The lovers que Jacques Brel Traduziu para Les amants de coeur.


OS AMANTES DO CORAÇÃO (1964)

Eles amam-se, amam-se, rindo. Eles amam-se, amam-se para sempre. Eles amam-se ao longo do dia, eles amam-se tanto, tanto, que parecem anjos do amor, anjos doidos protegendo-se quando se encontram de fugida. Os amantes do coração...

Eles amam-se, amam-se loucamente, desfolhando-se longe das luzes… E desvendam-se como dois frutos, descobrindo que já não são dois… E abandonam-se suavemente. Reencontram-se no novo dia e adormecem mais felizes, os amantes do coração...

Eles amam-se, amam-se assustados, o coração molhado, latejante. Cada segundo é um medo que devora o coração à dentada... Eles sabem demasiado de encontros onde se fingem de caçadores, para não terem medo do lobo, os amantes do coração...

Eles amam-se, amam-se chorando. Cada dia um pouco menos amantes, depois de terem bebido todo o seu mistério... Tornam-se irmão e irmã, queimam as asas de inquietação. Transformam-se em dois hábitos, e então, trocam de companheiro, os amantes do coração...

Que se amem, que se amem rindo…Que se amem, para sempre… Que se amem ao longo do dia… Que se amem tanto, tanto, que pareçam anjos do amor, anjos doidos protegendo-se quando se encontram de fugida… Que se amem, os amantes do coração !!!


Esta é a versão original de Rod McKuen... THE LOVERS