terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

LES COEURS TENDRES

Brel após deixar a vida dos palcos, continuou a gravar discos em estúdio e dedicou-se ao cinema. Participou em diversos filmes de 1967 a 1973. Realizou dois. Le Far west e Franz. Franz teve um óptimo acolhimento do público e da crítica. Porém, sempre insatisfeito consigo próprio, sempre à procura da perfeição, declarou que “gosto de fazer filmes mas dou-me a mim mesmo dez anos para me tornar um realizador aceitável. Mas, se um dia eu descobrir qual o segredo para fazer um filme de sucesso, paro de realizar filmes.”


Os corações sensíveis

Há quem tenha o coração tão grande que se pode lá entrar sem bater... Há quem tenha o coração tão grande que só se vê a metade... Outros têm o coração tão frágil que se pode partir com um dedo. Alguns têm o coração demasiado frágil para viver, como tu e eu, com os olhos cheios de flores, os olhos à flor do medo, o medo de perder a hora que nos leva a Paris...

Há quem tenha o coração tão sensível que lá repousam as aves... Há quem tenha o coração demasiado sensível, metade homem, metade anjo... Outros têm o coração tão vasto que andam sempre em viagem... Outros têm o coração demasiado vasto para se privarem de miragens... Têm os olhos cheios de flores, os olhos à flor do medo, o medo de perder a hora que os leva a Paris...

Há quem tenha o coração cá fora, e não pode senão oferecê-lo. Um coração de tal modo cá fora, que todos se servem dele... Aquele ali, tem o coração de fora, tão frágil, tão sensível, que malditas sejam as árvores mortas que não poderão de modo nenhum entendê-lo, cheio de flores nos olhos, os olhos à flor do medo, o medo de perder a hora que o leva a Paris...


A canção Les coeurs tendres, foi encomendada a Jacques Brel para o filme Um idiota em Paris, em 1967.

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