quinta-feira, 22 de julho de 2010
MATHILDE
Mais um caso de amor desesperado relatado por Brel. Nesta canção, Mathilde, o carácter do personagem é reforçado pelo ritmo desenfreado e fogoso da música e da orquestração. Tudo se conjuga para descrever as emoções dum pobre diabo que está completamente descontrolado e amedrontado pela chegada da amada…
Quanto à intensidade da interpretação é soberba como sempre: “ Acho que é inadmissível fazer batota nesta profissão – dizia Brel em 1966 – vive-se para ela ou não se vive! (...) As pessoas que vibram sobre o palco são as pessoas que vibram na vida. E o público nunca se engana”
Mathilde (1964)
Minha mãe chegou a hora de rezares pela minha salvação... A Matilde está de volta...
Taberneiro podes guardar o teu vinho. Esta noite vou beber o meu desgosto... A Matilde está de volta...
E tu, minha criada, tu, Maria, talvez seja melhor mudares os lençóis... A Matilde está de volta...
Meus amigos, não me esqueçam, esta noite volto à luta, maldita Matilde eis que chegaste!
Meu coração, meu coração, não te entusiasmes, faz de conta que não sabes que a Matilde está de volta...
Meu coração pára de repetir que ela é mais linda do que antes do Verão...
Meu coração deixa de badalar, lembra-te que foste destroçado pela Matilde que está de volta...
Meus amigos, não me deixem, não, digam-me que não é preciso , maldita Matilde eis que chegaste!
E vós, minhas mãos, fiquem tranquilas... É só um cão que regressa da cidade... A Matilde está de volta...
Vós, minhas mãos, não aplaudam, vocês não têm nada com isso... Não tremam mais... A Matilde está de volta...
Lembrem-se de quando eu vos chorava em cima. Vós, minhas mãos, não se abram. Vós, meus braços, não se estendam. Raio da Matilde eis que chegaste!
Minha mãe pára as tuas orações, o teu Jacques regressa ao inferno, a Matilde já me chegou...
Taberneiro traz-nos vinho, daquele, das bodas e dos banquetes, a Matilde já me chegou...
Tu, minha criada, tu, Maria, vai pôr lençóis na minha cama, a Matilde já me chegou...
Amigos não contem comigo, uma vez mais vou cuspir para o ar, minha linda Matilde eis que chegaste... Eis que chegaste!
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