sábado, 28 de agosto de 2010
L'AVENTURE
Jacques Brel fazia mais de 300 espectáculos por ano. Em todos eles se dava ao público da mesma maneira. Sem mentiras, sem artifícios, sem vedetismos.
Brel tinha esta opinião curiosa sobre as salas de espectáculo. Quanto mais confortável fosse a sala, com boas cadeiras, pior o espectáculo corria, porque, segundo ele, cada espectador ficava mais individualista e a comunicação tornava-se então mais difícil. O desconforto de uma sala cheia gerava um público em massa, muito mais comunicativo.
Tal como a canção de ontem, VOIR, também a de hoje é de 1958. Chama-se L’Aventure. É uma canção heróica com corais e sons de bigorna a bater o compasso. Ao contrário de Brassens, cujo estilo estava definido desde po primeiro disco, “ Brel levará mais de 5 anos a amadurecer, diz Marc Robine diz no seu livro GRAND JACQUES, (biografia de Brel, publicado em 1998), acumulando os fracassos, as canções medíocres, as imagens grandiloquentes e as lenga-lengas palavrosas, tudo entrecortado, cá e lá, por rasgos fulgurantes e preciosos”
A AVENTURA (1958)
A aventura começa na alvorada, na alvorada de cada manhã .
A aventura começa logo que a claridade nos vem lavar as mãos...
A aventura começa na alvorada, a alvorada que nos mostra o caminho...
A aventura é o tesouro que se descobre em cada manhã...
Para o Martin é o ferro na bigorna; para o César é o vinho que cantará;
para o Yvon é o mar que ele governa, é o dia que se ilumina, é o trigo que se malha...
A aventura começa na alvorada, na alvorada de cada manhã .
A aventura começa logo que a claridade nos vem lavar as mãos...
Tudo aquilo que procuramos descobrir, floresce cada dia, a um canto das nossas vidas.
A grande aventura é saber colhê-la entre a nossa igreja e o nosso município,
Entre a cancela do avô Machin e o bosque formoso do senhor barão,
E entre a vinha do nosso vizinho e o doce sorriso da Madelon...
Todos aqueles que procuram o amor estão perto de nós, a cada instante...
Nos ermos das ruas, na sombra dos prados, no fim do caminho, no meio dos campos,
Erguidos ao vento e semeando o trigo, curvados no solo saudando a terra,
Sentados ao lado dos velhos que entrançam os vimes, deitados ao sol bebendo a luz, dentro da luz...
A aventura começa na alvorada, na alvorada de cada manhã .
A aventura começa logo que a claridade nos vem lavar as mãos...
A aventura começa na alvorada, a alvorada que nos mostra o caminho...
A aventura é o tesouro que se descobre em cada manhã...
N.T.: La Madelon é o nome de uma canção feita no princípio da Primeira Guerra Mundial -1914/1918 - que ficou famosa por levantar o moral das tropas francesas. A letra de La Madelon, em francês e em inglês está AQUI.
A única versão de L’Aventure que encontrei na net é esta, cantada por um grupo coral numa igreja... Bem a propósito!
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