Quand Maman Reviendra fala-nos de um rapaz de vinte anos que tem o sonho caricatural da união da sua família que a mãe desmembrou. Não importa aqui a ironia do retrato. Brel faz sempre sátira das realidades que defende. Jacques Brel nunca gostou muito desta melodia unicamente por questões de perfeccionismo. Ele só achava que a canção estava completa quando a música e a letra se interligassem. Isto é, a música tinha que acompanhar o espírito e a emoção do texto cantado. Portanto, na opinião do autor esta é a canção menos conseguida. No vídeo aqui mostrado Brel é entrevistado por René Hénoumont, já AQUI falado neste blog, e faz uma abordagem muito despretensiosa de como compunha uma canção e dá como exemplo esta mesmo, QUANDO A MAMÃ VOLTAR.
QUANDO A MAMÃ VOLTAR (1963)
Quando a minha mãe voltar será o meu pai que ficará contente…
Quando ela voltar, a mãe, quem vai ficar contente sou eu...
Ela voltará, como sempre, a cavalo de um desgosto de amor
e para melhor festejar o seu regresso toda a santa família estará lá...
E ela voltará a cantar-me as canções que eu gostava tanto...
Precisamos tanto de canções quando temos vinte anos...
Quando o meu irmão voltar, será o meu pai que ficará contente…
Quando ele voltar, o Fernando, quem vai ficar contente sou eu...
Ele vai regressar da sua prisão, sempre a cavalo dos seus princípios...
Ele vai regressar e toda a equipa o vai acolher no patamar...
Ele vai contar-me as histórias que eu gostava tanto…
Precisamos tanto de histórias quando temos vinte anos...
Quando a minha irmã voltar, será o meu pai que ficará contente…
Quando ela voltar, a menina da sua mamã, quem vai ficar contente sou eu...
Ela vai regressar de Paris, montada no cavalo de um príncipe encantado...
Ela vai voltar e toda a família a vai acolher chorando,
e ela dar-me-á de novo o seu sorriso, esse sorriso que eu gostava tanto...
Precisamos tanto de sorrisos quando temos vinte anos...
Quando o meu pai voltar, é o meu pai que ficará contente...
Quando ele voltar aos berros, quem vai ficar contente sou eu...
Ele vai regressar da tasca da esquina, a cavalo de uma ideia negra...
Ele vai regressar só quando estiver bêbado. Só quando lhe apetecer…
E vai voltar a dar-me inquietações, inquietações que eu não gosto mesmo nada...
Mas, parece que é preciso inquietações, quando temos vinte anos...
Se a minha mãe voltasse, quem iria ficar contente, pai?
Se a minha mãe voltasse, quem iria ficar contente era eu...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
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