Jacques Brel tinha como objectivo, em cada actuação que fazia, dar-se ao público, em corpo inteiro e com toda a sinceridade. Segundo dizia ele, a “sinceridade não é uma qualidade. Não se chama sincero a alguém só porque o parece. É como dizer de um tipo perfeitamente idiota, que é idiota mas tem bom coração…” Portanto, esta sinceridade, esta verdade, tanto na vida privada como na pública, foi sempre a sua grande imagem de marca. Na canção Grand Jacques, o cantor fala consigo próprio e questiona-se sobre os seus valores e ideais. Esta canção foi gravada em 1953.
Grand Jacques (c'est trop facile)
É muito fácil entrar nas igrejas e despejar cá para fora toda a porcaria perante um padre, que na penumbra, fecha os olhos para melhor nos perdoar...
Portanto, cala-te Grand Jacques, que sabes tu do Bom Deus?... Um cântico, uma imagem. Tu não conheces nada de melhor...
É muito fácil quando as guerras acabam a gente pôr-se a gritar que esta foi a última. Amigo burguês fazes-me inveja...Tu não olhas para os teus cemitérios?
Portanto, cala-te Grand Jacques, deixa-os lá gritar, deixa-os chorar de alegria… Tu, tu que nem sequer foste soldado...
É muito fácil quando um amor morre, partido em dois, por ter sido demasiado vergado, e depois ir chorar como os homens choram, como se o amor durasse uma eternidade...
Portanto, cala-te Grand Jacques, que conheces tu do amor? Uns olhos azuis, uns cabelos ao vento, tu não conheces nada disto...
Portanto, diz Grand Jacques, diz muitas vezes que é muito fácil, muito fácil fazer de conta.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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