sexta-feira, 27 de novembro de 2009

LA DAME PATRONESSE

Sobre a caridadezinha, de que esta canção fala, Jacques Brel dizia que não aceitava dar espectáculos para ajudar essa “instituição de bem fazer” . Ele detestava a caridade. GENEROSIDADE, sim. Confessava que por vezes tinha que fazer caridade, mas, só porque era demasiado fraco para impor a justiça.

A DAMA BENFEITORA (1959)
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso ter olho vigilante!!! Porque, como provam os acontecimentos, a Revolução aniquila a nobreza...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso organizar bem as suas generosidades, porque “como dizia o duque de Porto Covo, é com o velho que se faz o novo”…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso estar muito atenta e não deixar escapar os seus pobres, porque senão fica sem ter que fazer…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para ser uma boa dama benfeitora é preciso ser boazinha, mas sem fraquezas. Portanto, deve riscar da sua lista aquela pobreza que frequenta o socialismo...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora, minhas senhoras tricotem tudo em cor de caca de ganso... Isto permite que aos Domingos, na missa, possam facilmente reconhecer os vossos pobrezinhos...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...


N.T. No original "89 mata a nobreza" – Brel refere-se à Revolução Francesa em 1789.

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