quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LES PAUMÉS DU PETIT MATIN

"Les paumés du petit matin" é mais uma das grandes canções de Jacques Brel...
É o retrato nu e cru de um certo tipo de frequentadores da noite que vivem só para isso, para frequentar a noite. Na galeria de retratos que Brel foi fazendo ao longo da sua carreira estão também os desesperados, os frustrados, os tímidos, os pobres, os traídos. No entanto, a mensagem que está por detrás de cada um destes retratos resume-se a uma palavra… “ternura” . Todos temos necessidade de ternura. Brel renegará sempre a caridade como remédio para os seus retratados.

N.T. A melhor tradução para PAUMÉS DU PETIT MATIN nos anos 60 seria «os meninos bem das noitadas». Em 2009 não resisto a usar os BETINHOS DA NIGHT que exprime na perfeição o que Brel pretende dizer na canção.

OS BETINHOS DA NIGHT (1962)
Eles deitam-se à hora dos pastores, para se levantarem à hora do chá e depois saírem lá para as tantas... Os betinhos da night... Elas têm a arrogância das mulheres de peito feito... Eles têm aquela segurança dos homens onde se adivinha que o papá venceu na vida... Os betinhos da night...
Venham dançar... Venham dançar... Betinhos e betinhas... Venham dançar... E dancem com os olhos postos nos seios...
Eles branqueiam as noites no lavatório das melancolias, que lava sem sujar as mãos dos betinhos da night... E à meia-noite eles falam dos poemas que nunca leram, dos romances que não escreveram, dos amores que não tiveram, das verdades que não servem para nada... Os betinhos da night...
“Ah...o amor destrói-me o fígado”... Oh... Isto é bonito, é bonito... Vocês nunca mais compreenderiam os betinhos da night...
Eles tomam o último whisky, eles despedem-se pela última vez, eles tomam outro último whisky, eles atacam o último tango, eles agarram a última tristeza, os betinhos da night...
Venham chorar, betinhos... Venham... E chorem com os olhos postos nos seios... Vá lá... Venham chorar... Betinhos da night...


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