Christian Rossi é um autor de BD francês que nasceu em 1954 e começou a publicar os seus trabalhos em 1973. Em 2004 foi um dos premiados no famoso festival internacional de BD de Angoulême.
Esta é a ilustração de Rossi para a canção LE CHEVAL, de Brel.
Dorme minha amiga, lá fora a noite está escura… Dorme minha amiga, boa noite. É a nossa última noite, dorme minha amiga, boa noite... Sobre as flores que fecham as suas pálpebras, chove uma leve chuva e o pássaro que irá cantar a alvorada dorme, e ainda sonha... E assim, amanhã, já estarei de novo só e ter-me-ás abandonado… nada que eu não quisesse, Ter-me-ás desprezado por te querer construir uma felicidade eterna… Contrariado, a definhar, em vez de, simplesmente, te ter debruçada sobre mim… Eu, que tanto precisava da tua Primavera... Não, as raparigas que amamos nunca compreenderão que elas são, à vez, a nossa última flor, a nossa última oportunidade, o nosso último sobressalto, a nossa última partida, o nosso último navio... Dorme minha amiga, lá fora a noite está escura, dorme minha amiga, boa noite. É a nossa última noite, dorme minha amiga, vou partir...
O escritor belga VINCENT ENGEL inspirou-se no texto de Brel POURQUOI FAUT’IL QUE LES HOMMES S’ENNUIENT e escreveu este esplêndido texto sobre a Bélgica de hoje e os seus graves problemas políticos. O texto foi publicado ontem no Jornal LE SOIR. No passado dia 4 deste mês falei AQUI desta canção.
«IL NOUS RESTE À ÊTRE ÉTONNÉES» (hommage à Jacques Brel)
Pourtant nos hôtesses sont douces, et nos auberges, et nos concitoyens qui affrontent de telles polémiques depuis des décennies sans que jamais le sang ait été versé. Il suffít d’un peu vovager en Europe, chez nos voisins Ies plus proches, pour se rendre compte que nous vivons dans un pays de Cocagne: les salaires résistent mieux qu’ailleurs à I’érosion (allez voir les salaires moyens en ltalie, en Espagne, en Grèce), les soins de santé sont excellents ; si le ciel est souvent gris et si le Belge est râleur, dit-on, l’ambiance dans les auberges est plutôt rose, et la kermesse, qu’elle soit héroïque ou alcoolisée, demeure une tradition vivace au nord comme au sud.
Pourquoi faut-il que les Belges s’ennuient?
Pourtant les villes sont paisibles, et l'urbanisation dense n‘empêche pas une relative préservation de nos paysages. Les entrées de nos villes ne sont pas toutes devenues d‘ignobles zones commerciales ou des banlieues insalubres transformées en ghettos ethniques et sociaux. Certes, le diable et Dieu sont plus présents qu’ailleurs sous nos bibles diverses, et nos rois savent se faire prier; mais si la laïcité est, chez nous, un vœu pieu,la cohabitation religieuse est moins tendue qu’ailleurs — même si une culpabilité diffuse demeure la clé de voûte de notre éducation commune, comme l'a si bien formulé André Baillon: «Je suis le pénitent exaspéré des fautes que je n’ai pas commises».
Pourquoi faut-il que les Belges s’ennuient?
Pourtant il nous reste à rêver et à savoir. Savoir au sens si belge, qui fait sourire nos voisins Français, de «pouvoir». Rêver, comme l’on pourrait dire que, depuis si longtemps, notre pays est un rêve, parfois cauchemar. Un rêve incessant, c’est aussi un possible permanent, une (ré)invention constante. On nous dit terre du surréalisme: au sens premier, le «surréalisme» désigne une réalité supérieure. «Désespérance ou désespoir, il nous reste à être étonnés», écrivait le Grand Jacques ; on aimerait croire que, s’il était encore vivant, il aurait maintenu ce constat.
Pourquoi faut-il que les Belges s’ennuient?
Pourtant il nous reste à tricher. On appelle cela, désormais, négocier. Souffler le chaud et le froid. Pratiquer le double langage. Confondre politique et populisme, débat de fond et jeu télévisé. «Être le diable et jouer fleur». Dépeindre la communauté voisine, dans les médias, sous des traits réducteurs ou caricaturaux. Ou faire croire que, désormais, l‘action démocratique des citoyens ne se joue plus dans les élections, mais dans des manifestations virtuelles supposées rappeler les vertus citoyennes à des responsables qui les auraient perdues de vue. Jouer la peur de la dissolution et revoter. Le vain fait tourner manège.
A coreógrafa canadiana ASZURE BARTON apresentou um espectáculo em Nova Iorque, em Dezembro de 2010, intitulado BUSK. Aszure é fundadora e directora do Aszure Barton & Artists, um projecto internacional com exibições na Europa, Brasil, Argentina, Ásia, África, Canadá, e USA. A Companhia tem residência no Banff Centre, no Canadá, e no Baryshnikov Arts Center, em Nova Iorque. Aszure foi nomeada Embaixadora oficial da Coreografia Contemporânea em Alberta, Canadá.
Neste vídeo, a interpretação coreográfica de JOJO de Jacques Brel.
OS BEIRUT vão estar no festival Super Bock Super Rock, no dia 14 de Julho, no Meco. Esta banda americana que combina o folclore dos Balcãs com o pop rock europeu tem como fundador e líder Zachary Francis Condon. Zach é um grande admirador da canção francesa e incluiu no reportório dos Beirut esta versão de LE MORIBOND.
Jacques Brel dizia que “o amor é uma das expressões da paixão. A ternura é outra coisa. O amor pode desaparecer de um dia para o outro, ao passo que a ternura não. A ternura é imutável. É um dado adquirido. Eu acho que nasci terno. Aquilo a que eu chamo amor nas minhas canções afinal é ternura”
Teria gostado, minha querida, escrever-te uma canção sobre esta melodia que encontrei uma noite... Teria gostado, minha querida, somente com o ponto de Alençon, escrever-te um longo poema. Escrever-te um longo “Amo-te”... Iria dizer-te Amor, iria dizer-te Sempre, mas de mil maneiras, com mil rodeios... Iria dizer-te Vamos, iria dizer-te Ardamos… Ardamos dia a dia, de estação em estação... Mas… O tempo de acender-se uma ideia sobre o papel, o tempo de pegar num lápis, o tempo de o aparar... E depois o tempo de me dizer como é que eu vou escrevê-la… E está chegado o momento em que tu já não me amas mais, em que tu não me amas mais...
Por falar em PLACIDO DOMINGO lembrei-me que ele cantou em duo com JOHN DENVER uma canção da autoria deste – Perhaps love. Ao procurar esta canção no Youtube encontrei esta versão inglesa de AMSTERDAM, Port of Amsterdam, cantada em 1973 por John Denver.
Segundo informação das Edições Jacques Brel o espectáculo “DE BRUXELLES AUX MARQUISES” vai estar de novo em cena no Théâtre du Gymnase, em Paris. Este espectáculo já foi aqui anunciado nos dias 13 de Dezembro de 2009 e 7 de Outubro de 2010. Trata-se de uma biografia musical de Brel assinada por JACQUES PESSIS, encenada por Ned Grujic e com interpretação de Nathalie Lhermitte, Aurélien Noel e o próprio Pessis.
NESTE VIDEO Nathalie Lhermitte fala de Brel e canta Brel.
Depois da versão em hebraico de LA FANETTE trago hoje ao Canto do Brel a versão de Amsterdam... em grego. Segundo o blog de RODOLPHE GUILLO (La chanson de Jacky) esta versão de Amsterdam e uma outra de Ne me quitte pas são as únicas que se conhecem na língua grega. A que está neste video é da autoria de Giorgos Arapakis (Γιώργος Αραπάκης), trovador e poeta grego, mas é aqui interpretada por VASILIS PAPAKONSTANTINOU.
RON ELIRAN há muito considerado “O Embaixador da canção israelita”, nasceu em Haifa, Israel, em 1937. Tem corrido o mundo cantando não só as canções tradicionais do seu país mas também muitos êxitos internacionais contemporâneos. O meu amigo breliano RODOLPHE GUILLO descobriu no youtube esta versão de LA FANETTE, de Jacques Brel cantada por Eliran em hebraico. Merci Rodolphe!
UTE LEMPER, cantora alemã, intérprete privilegiada de Kurt Weil, está em Lisboa para dar um espectáculo ao lado da Orquestra Gulbenkian no Grande Auditório da Fundação. O espectáculo chama-se “De Berlim a Paris” e poderá ser visto hoje e amanhã pelas 19 horas. Ute Lemper cantará “cabaret”, “Broadway”, Edith Piaff e Jacques Brel.
Neste video Ute Lemper canta AMSTERDAM com a colaboração do cantor corso MUVRINI.
O autor do famoso LUCKY LUKE da BD, MORRIS, também prestou a sua homenagem a JACQUES BREL com este estupendo cartoon. Um Lucky Brel ou um Jacques Luke como queiram.
MORRIS era belga, tal como Brel, e o seu verdadeiro nome era Maurice de Bévère. Nasceu em 1/12/1923 e faleceu em 17/7/2001.
Apesar de só ter sido gravada em 1963 esta canção - J’AIMAIS – pelos seus preciosismos poéticos e harmonias muito líricas deverá ter sido composta alguns anos antes. Em 1963 Brel já tinha alcançado a maturidade como compositor e já tinha sucessos musicais como Les bourgeois, Marieke, La valse à mille temps, Le moribond, ou mesmo Ne me quitte pas. E no LP onde está J’aimais estão canções inesquecíveis como Les vieux, Jef e Au suivant. Portanto, a inclusão de J’aimais neste LP de 1963 sabe a um fruto que se come fora da época.
Eu gostava das fadas e das princesas que me diziam não existir... Eu gostava do fogo e da ternura... Estás a ver, já então eu sonhava contigo.
Eu gostava das torres altas, imponentes, para ver ao longe chegar o amor... Gostava das torres com coração vigilante... Estás a ver, já então eu te espreitava...
Eu gostava do colo ondulante das vagas, dos nobres salgueiros a desfalecerem sobre mim... Eu gostava do perfil bamboleante das algas... Estás a ver, já então eu te conhecia...
Eu gostava de correr até cair, eu gostava da noite até ao amanhecer... Eu não gostava disso tudo, eu adorava… Estás a ver, já então te amava...
Eu gostava do Verão pelas suas tempestades, com os relâmpagos sobre o telhado... Eu gostava do clarão sobre a tua face… Estás a ver, já então eu ardia por ti...
Eu gostava da chuva que inundava o céu ao longo das neblinas do país raso... Eu gostava dessa neblina que o vento varre... Estás a ver, já então chorava por ti...
Eu gostava da vinha e do lúpulo, das vilas nortenhas, das galdérias da noite... Os rios profundos que me chamavam ao leito... Estás a ver, já então eu me esquecia de ti...
Mais um espectáculo musical sobre Jacques Brel. T'ES PAS TOUT SEUL vai ser no dia 14 e no dia 16 no Théâtre du Pré-aux-moines na cidade de Cossonay, na Suíça. Tem autoria de Guy-François Leuenberger, encenação de Gérard Demierre e interpretação de Antoinette Dennefeld, Laure Barras, Mallika Hermand, Capucine Keller, André Gass, Daniel Hellmann, Yannis François. Os músicos são: Piano, Guy-François Leuenberger, contrabaixo, Alain Dessauges, bateria e acordeão, Jean-Luc Decrausaz.
E neste princípio de annus horribilis continuemos com o nosso SONHO IMPOSSÍVEL porque sonhar ainda não paga imposto nem consta das medidas do PEC. E a versão que aqui trago hoje é na língua de Cervantes, o autor de D. Quixote de la Mancha. EL SUEÑO IMPOSIBLE nesta interpretação que encontrei no youtube do tenor RODRIGO JOSÉ DOMÍNGUEZ.
EL SUEÑO IMPOSIBLE
Con fe lo imposible soñar al mal combatir sin temor triunfar sobre el miedo invencible en pie soportar el dolor
Amar la pureza sin par buscar la verdad del error vivir con los brazos abiertos creer en un mundo mejor
Es mi ideal la estrella alcanzar no importa cuan lejos se pueda encontrar luchar por el bien sin dudar ni temer y dispuesto al infierno llegar si lo dicta el deber
Y yo sé que si logro ser fiel a mi sueño ideal estará mi alma en paz al llegar de mi vida el final
Será este mundo mejor si hubo quien despreciando el dolor combatió hasta el último aliento
PLACIDO DOMINGO também canta The impossible dream do Musical MAN OF LA MANCHA. Ficam aqui o texto original de Joe Darion e a interpretação do famoso tenor.
THE IMPOSSIBLE DREAM
To dream the impossible dream To fight the unbeatable foe To bear with unbearable sorrow To run where the brave dare not go
To right the unrightable wrong To love pure and chaste from afar To try when your arms are too weary To reach the unreachable star
This is my quest To follow that star No matter how hopeless No matter how far
To fight for the right Without question or pause To be willing to march into Hell For a heavenly cause
And I know if I'll only be true To this glorious quest That my heart will lie peaceful and calm When I'm laid to my rest
And the world will be better for this That one man, scorned and covered with scars Still strove with his last ounce of courage To reach the unreachable star
MAN OF LA MANCHA estreou-se em 1965 na Broadway. Baseado na obra de Cervantes D.Quixote de La Mancha tinha texto de Joe Lardon e música de Mitch Leigh. Jacques Brel fez depois em 1968 uma adaptação para francês e levou o musical L’Homme de la Mancha à cena na Bélgica e na França. O tema mais conhecido deste musical é sem dúvida The impossible dream que Brel adaptou e intitulou La Quête. Esta canção tem tido ao longo do tempo várias versões, sendo uma delas em português. Esta adaptação para a nossa língua foi escrita por Ruy Guerra, autor do FADO TROPICAL popularizado por Chico Buarque.
SONHO IMPOSSÍVEL (Ruy Guerra)
Sonhar mais um sonho impossível Lutar quando é fácil ceder Vencer o inimigo invencível Negar quando a regra é vender Sofrer a tortura implacável Romper a incabível prisão Voar num limite provável Tocar o inacessível chão É minha lei, é minha questão Virar este mundo, cravar este chão Não me importa saber Se é terrível demais Quantas guerras terei que vencer Por um pouco de paz E amanhã este chão que eu deixei Por meu leito e perdão Por saber que valeu Delirar e morrer de paixão E assim, seja lá como for Vai ter fim a infinita aflição E o mundo vai ver uma flor Brotar do impossível chão.
Esta é a versão de Impossible dream cantada por Maria Bethânia…
Sobre esta canção um cronista do Jornal Combat disse na altura : « Jacques Brel revela em VIVRE DEBOUT a beleza implacável e cruel dos que não perdoam àqueles que se contentam com o pouco que são »
A gente esconde-se, quando o vento se levanta, com medo que ele nos empurre para combates demasiado duros... A gente esconde-se em cada novo amor, que a seguir a outro nos diz “sou eu de certeza”... A gente esconde-se por um instante para que a nossa própria sombra, para melhor fugir da inquietação, seja a sombra de uma criança, seja a sombra dos costumes que plantaram em nós quando tínhamos vinte anos... Será impossível viver de pé?...
A gente ajoelha-se porque nos curvamos sob o incrível peso dos nossos tormentos ilusórios... A gente ajoelha-se depois de ter caído à frente de falsas aparências... A gente ajoelha-se quando a nossa esperança se reduz a rezar, e quando é demasiado tarde e nada mais se pode ganhar em todos esses encontros a que faltámos... Será impossível viver de pé?...
A gente deita-se por um derriço barato, por um piropo reles que se diz a toda a hora... A gente deita-se para melhor perder a cabeça, para melhor queimar o tédio com lampejos de amor... A gente deita-se quando acaba a vontade de viver o dia… Para melhor fazer a corte à morte que se aproxima… Para alcançarmos por fim a nossa própria derrota... Será impossível viver de pé?...
Mais uma homenagem a BREL. Desta vez feita por JOSEPH PENISSON, com a ajuda musical de JEAN-FRANÇOIS DUFOUR. Segundo palavras do próprio autor, a canção “Dans les rues de Bruxelles é um presente ao meu mestre, o Grand Jacques, que sempre admirei…”
Para melhor compreensão de DANS LES RUES DE BRUXELLES pedi ao senhor Joseph Penisson o texto que escreveu e ele teve a amabilidade de mo enviar. Aqui está o poema com a devida vénia.
DANS LES RUES DE BRUXELLES (Joseph Penisson/ Jean François Dufour)
je revois son enfance, ses amours, sa Fanette ses impossibles rêves pour atteindre sa quête ses chagrins ses départs vers un nouveau voyage ses regrets ses remords ou s'estompent les visages; le tram trente trois m'a emmené chez Eugène j'ai bien mangé des frites, mais j'ai attendu Madeleine; Marcel et son accordéon place de Brouckère bercé par le vent du nord me ravive ses airs
j'ai voulu voir Bruxelles et j'ai ressenti Brel j'ai voulu voir Fernand et j'ai revu les vieux amants
sur la grand place Germaine a toujours les cheveux roux et les bonbons de Jacques ont encore du gout le manneken pis me rappelle les marins d'Amsterdam qui boivent plein de bières sur la panse des dames devant l'église toujours là et elles radotent et patati et patata, mes oreilles sifflent de ces bigotes il y a toujours des salons et des pendules d'argent avec ces petits vieux qui se meurent lentement
j'ai voulu voir Bruxelles et j'ai ressenti Brel j'ai voulu voir Madeleine et j'ai revu Germaine
alors bourgeois curé personne au dernier repas Mathilde n'est pas venue même pas ces gens là; j'arrive sans chrysanthèmes pour te dire tout bas même si tu as mal aux autres ne me quitte pas... j'ai voulu voir Bruxelles et j'ai ressenti Brel le Jef et le Jojo comme moi deux vieux poivrots; j'ai voulu voir Bruxelles et j'ai ressenti Brel au petit matin avec les paumés on ira boire à ta santé...
(Faune/Penisson/Dufour)
Neste vídeo Joseph Penisson canta DANS LES RUES DE BRUXELLES acompanhado por Jean-François ao piano e por Michaël Belin ao violino.
Desde 1986 que em França se realiza anualmente um espectáculo de beneficência com o nome LES ENFOIRÉS onde participam os maiores nomes da cena musical francesa. Na edição de 2002, que tinha por lema "Todos no mesmo barco", SERGE LAMA, GAROU e HÉLÈNE SEGARA juntaram-se para cantar AMSTERDAM, de Jacques Brel, e o resultado foi este. Simplesmente intenso e brilhante.
Cinco dias depois de ter deixado os palcos, em Maio de 1967, Jacques Brel tem um convite para entrar num filme de André Cayate, Les risques du métier . Brel aceitou por cortesia mas impôs a condição de que as suas falas seriam adaptadas ao seu próprio estilo oral e que só estaria presente durante as gravações quando estritamente necessário. No entanto, esta experiência despertou-lhe o gosto pelo cinema e começou a aceitar mais papéis noutros filmes chegando mesmo a realizar alguns. Esta canção é de 1963 e foi feita para um filme chamado Un roi sans divertissement de François Leterrier, baseado num romance de Jean Giono, com Charles Vanel e Colette Renard.
Apesar de tudo as estalajadeiras são gentis nas estalagens bordadas de neve… Apesar de tudo as mães resignam-se porque os filhos caíram na ratoeira... Apesar de tudo as hospedarias são simpáticas, e lá, o vinho faz girar o carrossel... Porque é que os homens precisam de se chatear?
Apesar de tudo as cidades são tranquilas com sinos e campanários a badalar, Mesmo com o diabo a dormir debaixo da bíblia? E os reis saberão rezar? Apesar de tudo as cidades são tranquilas desde o branco amanhecer até ao alvo anoitecer… Porque é que os homens precisam de se chatear?
Apesar de tudo só nos resta sonhar, apesar de tudo só nos resta conhecer Todos esses lobos que é preciso aniquilar, todas essas primaveras que nos resta beber. Desesperança ou desespero, só nos resta ficar espantados… Porque é que os homens precisam de se chatear?
Apesar de tudo só nos resta fazer batota, ser espadas e jogar copas, Ter medo e voltar a jogar, ser o diabo e jogar flor… Apesar de tudo, resta-nos ter paciência... Ano bom ou Ano mau, não se vive mais que uma hora, Porque é que os homens precisam de se chatear?
PETER VAN STRAATEN é um dos mais famosos cartoonistas holandeses. O seu estilo é inconfundível e tem sido e divulgado com imenso sucesso ao longo dos anos em jornais e em revistas. É também autor de BD, ilustrador de livros e de outras publicações. No entanto, é conhecido no seu país, acima de tudo, pelo cartoon político. Os actores da cena política holandesa e internacional não escapam ao seu olhar atento e ao seu julgamento crítico. Peter Van Straaten nasceu em Arnhem em 1935. É assim que ele dá o seu contributo gráfico à canção AMSTERDAM, de Brel.
As canções de Jacques Brel têm sido utilizadas inúmeras vezes como fundo musical para coreografias a solo ou em grupo. Neste vídeo o bailarino russo Daniil Simkin, de 23 anos, interpreta na perfeição LES BOURGEOIS.
No dia 28 de Maio de 2010 falei AQUI neste blog da VALSE À MILLE TEMPS e na altura falei de uma versão que foi também um êxito mas na voz de JEAN POIRET. Esta versão, que parodiava a canção de Brel e tinha por título LA VACHE À MILLE FRANCS, está no youtube na interpretação do seu autor.