sexta-feira, 7 de maio de 2010

MADELEINE ZEFF BIVER



MADELEINE Zeff Biver.
Um nome que não diz nada às pessoas mais jovens, mas um nome que todos conhecem através de uma das mais famosas canções de Jacques Brel.
"Ela é tão bonita, ela é tudo isso, ela é toda a minha vida ..." cantou Jacques Brel em homenagem a uma jovem que encontrou em Paris nos anos 50. Uma “starlette” que, na época, frequentava os cafés de artistas, posava nua para pintores e se tornou a porta-bandeira da mini-saia na cidade da luz, antes de se fixar permanentemente em Espanha.
Porém, o país de Franco não conseguia suportar estas excentricidades de Madeleine, e fê-la passar algumas vezes pelas prisões espanholas.
Madeleine, aos 69 anos, ficou colada a uma cadeira de rodas sem qualquer esperança de a deixar um dia, sofrendo de uma forma aguda de esclerose múltipla, que, nas suas próprias palavras, lhe dava "um corpo semelhante a um prato de esparguete cozido".
Madeleine escreveu então uma carta aberta ao jornal espanhol El País, em que pedia permissão para morrer de cabeça erguida "enviando beijos aos que me ajudaram com as suas palavras ou o seu amor."
Depois de muita polémica, Madeleine conseguiu o que queria, mas seu filho não se conformou. Apresentou uma denúncia perante um juiz de Alicante contra aqueles que ajudaram ou incentivaram a morte da sua mãe. "Quando ela estava deprimida, dizia a todos que quisessem ouvir que queria morrer, diz ele, mas poucos dias depois, já tinha esquecido tudo. Eu acho que algumas pessoas são realmente encorajados a tomar a decisão final".
O caso da musa de Jacques Brel dividiu a Espanha e reacendeu um debate acalorado sobre a eutanásia.

JORNAL La Dernière Heure
22/01/2007

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