ESSA GENTE
Em primeiro lugar está o mais alto, aquele que é bastante magro, que tem o cabelo grande, aquele que é melancómico... Ó pá, o que ele escreve... Aquilo é que é dar ao dedo! Ele e o seu caderninho de notas, aforismos e vislumbres... E se à noite se encharca de jornalismo, ficcionismo e humorisimo, de dia é vê-lo nas aulas de escrita criativa nas Produções Fictícias...
É preciso dizer meus senhores que nas Produções Fictícias não se brinca em serviço, meus senhores, não se brinca em serviço... trabalha-se!
E depois há o outro... o do cabelo curto, mas já a dar p’ro grizalho... Aquele que é alentejano e tem um talento maior que ele. Aquele que é actor de teatro há uma porrada de anos mas que ficou muito mais conhecido depois de entrar nos CONTEMPORÂNEOS. E ele está na IMDB e na Wikipedia. Mas não gosta de se dar ares... É modesto e trabalha com afinco e profissionalismo.
É preciso dizer, meus senhores, que em casa deste alentejano não se intruja, meus senhores, não se intruja... trabalha-se com honestidade!
E depois há os outros... A Inês que docemente controla as despesas e põe ordem na casa... O Sérgio que é um sonoplasta meticuloso que fala à grandalhão e que está sempre a dizer ... Meu isto... meu aquilo... E há o Paulo, sereno mas observador, com um olho clínico para a edição de imagens... E o Feliciano que faz desenhos com a luz como quem pinta uma tela de emoções... E também o João que inventa cenários para enfeitar a nossa imaginação.
É preciso dizer, meus senhores, que em casa desta gente não se perde tempo, meus senhores, não se perde tempo... trabalha-se com competência...
E depois... e depois há o BREL, e as canções que ele fez, e a vida que ele viveu, e a sua passagem pelos Açores e os dias em que esteve no Faial. Dizemos muitas vezes que Brel morreu vai para 32 anos, mas eu tenho a certeza que o vi ontem no palco do Teatro Faialense... e quem o trouxe ao palco foi ESSA GENTE... o NUNO, o DINARTE e os outros... E não fui só eu que vi JACQUES BREL no palco. Mais pessoas que estiveram lá no teatro Faialense me vieram dizer a mesma coisa.
E então, por um instante, eu acredito nisso, meus senhores, por um instante, um instante somente... porque desta ilha, meus senhores ninguém sai, ninguém sai...
Mas está a fazer-se tarde, meus senhores, são horas de eu ir à doca e certificar-me que o Askoy já partiu rumo ao Pacífico.
domingo, 4 de julho de 2010
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