As Edições JACQUES BREL criaram um passeio por Bruxelas com a duração de 2 horas e meia que passa por lugares míticos que evocam a memória do cantor. O itinerário propõe uma sucessão de momentos de verdadeira cumplicidade com Jacques, comentados por MICHE (Madame BREL) e FRANCE BREL (filha). Para aperitivo sonoro do que se vai passar podemos escutar AQUI.
No dia 22 de Janeiro de 1968 foi estreado na Broadway o espectáculo “Jacques Brel is Alive and Well and Living in Paris” baseado nos textos das canções de Brel. No entanto, a tradução dos textos para inglês (para americano ouvir) deixa muito a desejar. Salvaram-se unicamente as melodias porque até as interpretações deixaram de ter qualquer tipo de emoção e passaram a meros números do showbiz, ao gosto bem americano e sempre visto e revisto nos musicais da Broadway, ou nos filmes de Hollywood. As traduções de 25 canções de Jacques Brel foram feitas por Eric Blau e Mort Shuman. E hoje por curiosidade dou a conhecer uma delas. Depois de se ler o texto e ouvir o senhor John (no vídeo) tirem as vossas conclusões. O original chama-se “La valse à mille temps” . Escolhi esta canção para chamar a atenção para o novo link aqui à direita. O grupo de teatro CARROCEL já tem um site que deixa à disposição dos brelianos que seguem este blog.
Carousel (1968)
Carnivals and cotton candy, Carousels and calliopes, Fortune-tellers in glass cases We will always remember these, Merry-go-rounds quickly turning, Quickly turning for you and me And the whole world madly turning , Turning, turning 'till you can't see We're on a carousel, A crazy carousel, And now we go around Again we go around, And now we spin around, We're high above the ground And down again around, And up again around, So high above the ground We feel we've got to yell , We're on a carousel, A crazy carousel We're on a ferris wheel, A crazy ferris wheel, A wheel within a wheel And suddenly we feel, The stars begin to reel, And down again around And up again around, And up again around, So high above the ground We feel we've got to yell, We're on a carousel, A crazy carousel
Carnivals and cotton candy, Carousels and calliopes,Crazy clowns chasing brass rings Soda pop and rock-candy trees, Merry-go-rounds quickly turning, Quickly turning for you and me... And the whole world madly turning, Turning, turning 'till you can't see (etc...)
Carnivals and cotton candy,Carousels and calliopes,Kewpie-dolls with painted faces Tricky shell games and missing peas, Merry-go-rounds quickly turning, Quickly turning for you and me... And the whole world madly turning, Turning, turning 'till you can't see (etc...) La,la,la,la -la,la,la,la La,la,la - la,la,la,la,la - la!
Em 2005 JEAN-FRANÇOIS BATTEZ, um cantor compositor francês, prestou uma singela homenagem a Jacques Brel compondo uma canção dedicada ao cantor belga falecido em 1978. A canção JACQUES recorre a títulos e expressões das canções de Brel para definir a personadidade do homem, do poeta e do cantor BREL. Esta canção está incluída no disco de Battez "Entre le ciel et l'eau".
Jacques
Jacques, tu dormes na tua ilha como as nuvens vêm dormir aqui no país plano Tu podes estar longe mas tu estás muito perto de nós, tu não nos deixas Tu estás em cada amor que nasce como uma flor de Verão perdida nos lagos Como um sorriso que canta e derruba todos os nossos muros nos olhos das crianças.
Jacques, quando a lua sobe no céu de todos os velhos como um pêndulo branco Tu deslizas nos seus olhos suavemente as luzes de um baile para os mendigos E quando eu estou aborrecido na praça ao meio-dia inundada de sol A tua aventura sempre de Amesterdão às Marquesas vigia-me o sono.
Jacques, ninguém te esquece, tu tens sempre o teu lugar no vazio das nossas emoções Tu estás sempre aqui para dizer que não nos ensinam a desconfiar de tudo E os sonhos que nascem nas vidraças da fábrica parecem-se com pombas E os eléctricos envelhecidos nos três tempos da valsa não esquecem a Madeleine.
Jacques, tu fazes apenas uma pequena viagem ao outro lado do dia e as salas estão cheias Porque o som da tua voz, como se diz aos seguintes, é tal qual a das sirenes Tu estás sempre em palco altivo de tristeza em lágrimas pela tua Frida Com as mãos estendidas e o olhar perdido para dizer ao Jef, vem...
Jacques, tu sonhas na tua ilha no meio das cores no respirar do repouso Mas nas praças de Bruxelas, quando a cidade dorme, tu «frères» ainda E todos os velhos amantes por um pouco de ternura acham-se na Primavera Quando não há mais que o amor que Brel nos deixou encontrámos a estrela.
NE ME QUITTE PAS foi cantado por Frank Sinatra, por Nina Simone, por Julio Iglesias, por Barbra Streisand, por Shirley Bassey, por Maysa... enfim, por muitos dos famosos do mundo do espectáculo. NE ME QUITE PAS é cantado por americanos, finlandeses, alemães, italianos, vietnamitas, argentinos, gregos, etc,etc. NE ME QUITTE PAS é cantado em português, em inglês, em espanhol, em croata, em polaco, em holandês, em russo,etc,etc. Mas como é natural só o seu autor soube transmitir ao público aquilo que realmente sentia ao cantá-la porque cantar esta canção era, no fundo, um prolongamento do acto penoso e dramático de a escrever. Podemos considerar então que há boas ou más versões de Ne me quitte pas. Só isso. Como o original ... jamais! como diz o outro. Para mais informações sobre esta canção de Brel podem consultar o site LA CHANSON DE JACKY. Encontrei no youtube esta versão da canção NE ME QUITTE PAS em russo (Я покидаю этот город) cantada por Aziza Muhamedova e que mostro aqui por curiosidade.
A propósito de ter falado aqui no filme LE FAR WEST, no passado dia 23, publico hoje o texto da canção L'enfance que Brel compôs para o filme. O far west estava no imaginário do Grand Jacques e por isso ele o usou mais vezes noutras canções. As aventuras de cow boys e índios faziam parte das brincadeiras da miudagem dos anos 40, 50 e 60. O poder do cinema americano impunha-se e nós queríamos imitar os nossos heróis da pradaria. Um grupo de miúdos com umas pistolas de plástico faziam de cow boys - os bons. Este grupo perseguia pelas ruas e jardins o outro grupo, armado com uns arcos e umas flechas muito toscos. Eram os terríveis índios. Os maus que era preciso exterminar! O que nós aprendíamos com as fitas americanas!
A infância, quem nos pode dizer quando acaba, quem nos pode dizer quando começa?... É nada com imprudência, é tudo o que está por escrever... A infância, o que nos impede de a viver e de a reviver indefinidamente?... De viver e reviver o tempo de rasgar o fim do livro. A infância que se poisa nas nossas rugas, para fazer de nós velhas crianças... Eis-nos jovens amantes de coração cheio e cabeça vazia... A infância é ainda o direito de sonhar e o direito de sonhar uma vez mais... O meu pai era um garimpeiro e o tédio foi o que ele mais encontrou... A infância... É meio-dia todos os quartos de hora, é quinta-feira todas as manhãs... Os adultos são desertores, todos os burgueses são uns índios...
Realização: Jacques Brel Argumento: Jacques Brel Imagem: Alain Levent Música: Jacques Brel et François Rauber Montagem: Jacqueline Thiédot Produção: IFC Films, Films 13 Duração: 85 min. Estreia: 15/05/1973 Com: Jacques Brel, Gabriel Jabbour, Danielle Evenou, Arlette Lindon, et des amis de Jacques Brel.
Jacques, um « Bruxellois » quarentão, encontra um dia o faquir Abracadabra que, antes de morrer, lhe transmite uma energia única com efeitos que Jacques desconhece. Num acaso da vida, ele vai encontrar um garimpeiro, Gabriel, personagem generoso, vestido como Davy Crockett, que irá segui-lo sem fazer perguntas. Os dois companheiros, seguidos por outros, partem à conquista do Far West da sua infância, como Voltaire procurou o El Dorado e Saint-Exupéry procurou o planeta desconhecido. Porque o Far West é em lado nenhum: é uma parcela imaginária como todo o mundo gosta de sonhar, um pedaço de felicidade escondido no coração ...
FRANZ Realização: Jacques Brel Argumento: Jacques Brel e Paul Andréota Música: Jacques Brel et François Rauber Montagem: Jacqueline Thiédot Produção: Belles Rives-Cinevog Duração: 90 min. Estreia: 02/02/1972 Com: Jacques Brel, Barbara, Danièle Evenou, Fernand Fabre, Serge Sauvions, Louis Navarre, Jacques Provins, François Cadet.
SINOPSE Leonie e Catherine chegam a uma casa de saúde para funcionários em Blankenberge. Enquanto que uma é bastante reservada, a outra tem um caráter verdadeiramente bizarro, atraindo a virilade de todos os homens. Uma só excepção, Léon, que intriga a personalidade secreta de Léonie. Ele corteja-a desajeitadamente e ela deixa-se levar pelo comportamento deste solitário inábil. Os outros pensionistas, divertindo-se com o romance, arquitectam uma encenação estranha.
Neste video Barbara canta a canção de Brel "Sur la place" ilustrada por imagens de FRANZ: