terça-feira, 6 de setembro de 2011
Dutourd
Mesmo após a consagração do seu valor a nível mundial JACQUES BREL não deixou de ter os seus “inimigos de estimação” e os seus “críticos demolidores”.
O caso mais conhecido é o de um tal Jean Dutourd, jornalista e aspirante a escritor, que demoliu de alto a baixo o espectáculo L’HOMME DE LA MANCHA nas páginas do jornal France-Soir.
Enquanto Maurice Chevalier, que assistiu à estreia, diz publicamente “Feliz o seu alfaiate, Brel. Você não pára de crescer”, o jornalista do France-Soir dizia mal da peça, do texto e da música. E acrescentava: “Salva-se a interpretação. Por acaso é muito boa o que faz sobressair a indigência da obra. Tudo parece insípido, a rondar a patetice com fórmulas do tipo sonhar um sonho impossível. Não dou os parabéns ao senhor Brel, que fez a adaptação da obra. O senhor Brel visivelmente não sabe inglês mas pelos vistos também não sabe francês.”
Jacques Brel nunca esqueceu estas palavras e nove anos depois responde ao senhor Dutourd numa canção KNOKKE-LE-ZOUTE TANGO “Je la veux folle comme un travelo… cerclée de serpents et de plantes Parmi les livres de Dutourd”
É curioso como um inimigo passa à posteridade por causa de um verso de uma canção e não pela obra que deixou escrita. Alguém sabe quem é o Jean Dutourd?
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