sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
LITANIES POUR UN RETOUR
Um dia perguntaram a Brel se conhecia pessoalmente os Beatles e se gostava da música feita por eles. Brel respondeu que os tinha encontrado um dia em Londres e que gostava da sua música. Achava que ela tinha harmonias quase clássicas e isso era muito bom. Não sabia se isso era feito por acaso ou de propósito, mas era bom... Quanto aos textos? Quanto aos textos apenas disse que tinham algumas coisas giras, mas... e mais não disse. Os Beatles iniciaram em força a sua carreira em 1961 cantando canções de amor como “She loves you”, “Love me do”, ”Can’t buy me love”, “And I love her”, etc.
Brel em 1958 canta "Litanies pour un retour", uma canção de amor, sem usar uma unicamente vez a palavra AMOR.
Litanias para um regresso (1958)
Meu coração, minha amada, minha alma, meu céu, meu fogo, minha chama,
Meu poço, minha fonte, meu vale, meu mel, meu bálsamo , meu Gral,
Meu trigo, meu oiro, minha terra, meu arado, minha rocha, minha pedra,
Minha noite, minha sede, minha fome, meu dia, minha alvorada, meu pão,
Minha vela, minha onda, meu farol, minha estrada,
Meu sangue, minha força, minha febre, meu eu,
Meu canto, meu riso, meu vinho, minha alegria,
Minha madrugada, minha voz , minha vida, minha fé,
Meu coração, minha amada, minha alma, meu céu, meu fogo, minha chama,
Meu corpo, minha carne, meu bem... Eis que regressas.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
DAVID BOWIE
A canção LA MORT foi traduzida para inglês por Shuman e Blau para o espectáculo “Jacques Brel is alive and well and living in Paris”. Depois disso foi cantada, além de Shuman, por Amanda McBroom, Scott Walker, Marc Almond e David Bowie, estes os mais representativos dos 42 intérpretes de LA MORT que se conhecem. Estes dados, e outros, podem ser consultados no site LA CHANSON DE JACKY.
Este é o texto de La mort na sua versão inglesa e, no vídeo, a sua interpretação por Bowie.
MY DEATH
My death waits like an old roué
so confident I'll go his way
whistle for him and the passing time...
My death waits like a bible truth
at the funeral of my youth
weep loud for that and the passing time...
My death waits like a witch at night
as surely as our love is bright
let's laugh for us and the passing time
But whatever lies behind the door
there is nothing much to do...
angel or devil, I don't care
for in front of that door... there is you.
My death waits like a beggar blind
who sees the world with an unlit mind
throw him a dime for the passing time...
My death waits to allow my friends
a few good times before it ends
let's drink to that and the passing time
My death waits in your arms, your thighs
your cool fingers will close my eyes
let’s not talk about the passing time
My death waits among the falling leaves
in magicians mysterious sleeves
rabbits dogs and the passing time
My death waits among the flowers
where the blackest shadow cowers
let's pick lilacs for the passing time
My death waits in a double bed
sails of oblivion at my head
pull up the sheets against the passing time
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
LA MORT
Nesta canção Brel personifica a morte. A morte é uma mulher, uma namorada, uma princesa, uma bruxa. A ideia de morrer obceca-o, mas pior será a decadência fisíca, a ruína do corpo. A morte é um mal absoluto. Aos 30 qnos de idade Brel ainda não brinca com o tema como fará em Le Moribond ou Le Tango Funèbre. Com esta idade ele tem pressa de viver e é assim que ele canta a morte, que o encontrará 18 anos depois.
A MORTE (1960)
A morte espera-me como uma antiga namorada, num encontro marcado com a foice,
Para melhor ceifar o tempo que passa...
A morte espera-me como uma princesa, no funeral da minha juventude,
Para melhor poder chorar o tempo que passa...
A morte espera-me como uma bruxa, na fogueira das nossas núpcias,
Para melhor se poder rir do tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!
A morte espera debaixo do travesseiro, mas eu esqueço-me de acordar
Para melhor cristalizar o tempo que passa...
A morte espera que os meus amigos me venham ver a meio da noite,
Para melhor me dizerem como o tempo passa...
A morte espera-me nas tuas mãos claras, que deverão fechar as minhas pálpebras,
Para melhor abandonar o tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!
A morte espera-me nas últimas folhas da árvore que há-de fazer o meu caixão,
Para melhor pregar o tempo que passa...
A morte espera-me nos lilases que um coveiro lançará sobre mim,
Para melhor florir o tempo que passa...
A morte espera-me numa grande cama, feita com os lençóis do esquecimento,
Para melhor cobrir o tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!´
Testemunho sentido de GEORGE BRASSENS, companheiro das canções, quando soube da morte de Brel.
Brassens sur la mort de Brel
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A MORTE (1960)
A morte espera-me como uma antiga namorada, num encontro marcado com a foice,
Para melhor ceifar o tempo que passa...
A morte espera-me como uma princesa, no funeral da minha juventude,
Para melhor poder chorar o tempo que passa...
A morte espera-me como uma bruxa, na fogueira das nossas núpcias,
Para melhor se poder rir do tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!
A morte espera debaixo do travesseiro, mas eu esqueço-me de acordar
Para melhor cristalizar o tempo que passa...
A morte espera que os meus amigos me venham ver a meio da noite,
Para melhor me dizerem como o tempo passa...
A morte espera-me nas tuas mãos claras, que deverão fechar as minhas pálpebras,
Para melhor abandonar o tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!
A morte espera-me nas últimas folhas da árvore que há-de fazer o meu caixão,
Para melhor pregar o tempo que passa...
A morte espera-me nos lilases que um coveiro lançará sobre mim,
Para melhor florir o tempo que passa...
A morte espera-me numa grande cama, feita com os lençóis do esquecimento,
Para melhor cobrir o tempo que passa...
Mas quem está por detrás da porta já à minha espera?
Anjo ou demónio, que importa, diante da minha porta estás tu!´
Testemunho sentido de GEORGE BRASSENS, companheiro das canções, quando soube da morte de Brel.
Brassens sur la mort de Brel
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
DISCO DE OURO
Segundo noticia ontem o PORTAL DO FADO, pouco mais de um mês após a sua edição (15 de Novembro) o álbum que junta Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti é DISCO DE OURO.
Além de dois inéditos, sendo um deles ,«Retrato», da autoria de Bernardo Sassetti e poema de Mário Cláudio, juntam-se também temas intemporais de José Afonso, Fausto, Sérgio Godinho e Jacques Brel, entre outros.
Neste vídeo as CANTIGAS DO MAIO de José Afonso.
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domingo, 26 de dezembro de 2010
CELINE DION & MAURANE
Mais uma versão de QUAND ON N’A QUE L’AMOUR, desta vez por Céline Dion e Maurane.
No dia 21 de Novembro falei AQUI da versão feita por Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti desta mesma canção.
No dia 21 de Novembro falei AQUI da versão feita por Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti desta mesma canção.
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QUAND ON N’A QUE L’AMOUR
sábado, 25 de dezembro de 2010
PRIÈRE PAÏENNE
ORAÇÃO PAGÃ (1956)
Não é verdade Maria, que rezar a ti, é dizer de joelhos que O adoramos?
Não é verdade Maria, que rezar a ti, é chorar de felicidade, rindo como tolos?
E cobrir de ternura os nossos amores pagãos, não é florir de orações cada noite, cada dia?
Não é verdade Maria, que cantar para ti, é semear os nossos caminhos com singela poesia?
Não é verdade Maria, que cantar para ti, é vermos em cada coisa uma coisa bela?
E cantar para a criança que virá em breve, não é cantar para o Menino que repousa nos teus braços?
Não é verdade Maria? Não é verdade Maria?
Não é verdade Maria, que rezar a ti, é dizer de joelhos que O adoramos?
Não é verdade Maria, que rezar a ti, é chorar de felicidade, rindo como tolos?
E cobrir de ternura os nossos amores pagãos, não é florir de orações cada noite, cada dia?
Não é verdade Maria, que cantar para ti, é semear os nossos caminhos com singela poesia?
Não é verdade Maria, que cantar para ti, é vermos em cada coisa uma coisa bela?
E cantar para a criança que virá em breve, não é cantar para o Menino que repousa nos teus braços?
Não é verdade Maria? Não é verdade Maria?
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
ENTREVISTA
Jacques Brel apanhado atrás da cortina depois de mais um concerto, ainda ofegante, fala de si e da sua carreira, fala de ternura/amor e de poesia/canções, e transpira e fuma, e fuma e transpira...
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
JEAN-PIERRE LELOIR
O fotógrafo francês JEAN-PIERRE LELOIR faleceu dia 20 de Dezembro com 79 anos de idade. Era essencialmente conhecido por fotografar gente célebre. Ele fotografou as maiores celebridades do mundo da música e entre elas Jacques Brel, de quem era amigo. As melhores fotos de Brel em cena ou em estúdio, e até algumas capas dos seus discos, foram tiradas por JEAN-PIERRE LELOIR. A foto que encabeça este blog é uma delas
Em 2008 foi editado pela Fetjaine um livro de Leloir e Gilles Verlant, com prefácio de France Brel, dedicado ao cantor.
Neste vídeo GILLES VERLANT e Leloir falam dessa publicação com o título BREL PAR LELOIR.
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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
LONESOME LOSERS...
Em 22 de Outubro falei AQUI em ARNOLD JOHNSTON, um tradutor de Jacques Brel para inglês que também canta as canções que traduz. A viúva de Brel já disse que as traduções de Arnold Johnston, professor na Western Michigan University, são muito mais cuidadas e correctas que as de Blau ou Shuman, e deu ao Dr. Johnston os direitos exclusivos para traduzir a obra de Brel para inglês. Arnold Johnston gravou o CD I'm Here! com 19 canções de Brel que teve a gentileza de me oferecer.
Thanks Dr. Arnold!
No ano passado esteve em exibição nos Estados Unidos um espectáculo intitulado Lonesome Losers of the Night com os textos do professor da Universidade de Michigan.
Eram intérpretes CHRIS DAMIANO, JEREMY TRAGER, ERIC MARTIN e LENNY LAMB.
Voltarei a falar deste espectáculo um dia destes.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
HARRY SACKSIONI
Harry Sacksioni, um músico holandês nascido em 1950, tem interpretado e recriado na sua guitarra muitos temas de autores famosos. De Jacques Brel aqui está La Chanson Des Vieux Amants…
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
IL NOUS FAUT REGARDER
Mais uma canção da juventude de Jacques Brel, provavelmente feita no seu gabinete da fábrica de cartonagem do pai. Na solidão das quatro paredes, oito horas por dia, ele, de certeza, muitas vezes punha a escrita em dia. A escrita poética, claro. A outra escrita, a dos “deves e haveres” ia-se fazendo para garantir uns trocos ao fim do mês.
TEMOS QUE OLHAR (1953)
Para lá da imundície espalhada à nossa frente, para lá dos olhos franzidos e dos rostos débeis…
Para lá dessas mãos abertas ou fechadas, que se estendem em vão, ou que são punhos erguidos...
Para lá das fronteiras de arame farpado... Para lá da miséria... Temos que olhar …
Temos que olhar para o que há de belo… O céu cinzento ou azulado, as raparigas à beira de água, o amigo que nos é fiel, o sol de amanhã, o voo de uma andorinha, o barco que regressa...
Para lá do concerto dos soluços, dos prantos e dos gritos de cólera dos homens que têm medo…
Para lá do tumulto das ruas e das praças, das sirenes de alarme, das grosserias dos carroceiros mais fortes que as crianças que contam as guerras e para lá dos adultos que nos obrigaram a fazê-las...
Temos que escutar o pássaro lá no meio do bosque, o murmúrio do Verão, o sangue que circula em nós, as cantigas de embalar das mães, as orações das crianças, e o ruído da terra que adormece docemente...
Esta canção foi também cantada pela sua grande amiga BARBARA.
domingo, 19 de dezembro de 2010
IMPOSSIBLE RÊVE
Faz agora um mês falei aqui de um espectáculo de LUZ CHABANE em que a cantora interpretava canções de JACQUES BREL. O espectáculo foi gravado e editado num CD que já está à venda. IMPOSSIBLE RÊVE é o nome do disco e era também o nome do espectáculo.
Luz Chabane começou por ter uma formação artística no campo da dança tendo passado nomeadamente pela Imperial Society of Teachers of London e pelo Departamento de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Entre 1987 e 1998 é directora da International Lovers of Dance and Theatre Shool. Depois de encenar inúmeros espectáculos de dança e comédia musical interpretados pelos seus alunos, Luz dedicou-se então às canções e em especial às canções de Brel e de Piaf.
AQUI podemos ouvir a sua versão de LE PLAT PAYS.
sábado, 18 de dezembro de 2010
ÉLODIE FRÉGÉ
ÉLODIE FRÉGÉ é uma cantora e actriz francesa nascida em 1982, que cedo se dedicou ao mundo da música. Élodie também participou na série de espectáculos “Os duos do impossível”.
Estes espectáculos recorriam à técnica de misturar imagem e som de um video antigo com imagens actuais e cujo grande primeiro sucesso internacional foi a mistura feita com o video original de Nat King Cole (já falecido) a cantar UNFORGETTABLE com a sua filha Natalie de que resultou este video clip.
Nos programas franceses “Os duos do impossível” colaboraram por exemplo, Liane Foly a cantar com Piaf, Julie Zenatti a cantar com Gilbert Becaud, Houcine a cantar com Nino Ferrer e Élodie Frégé a cantar com... JACQUES BREL.
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
BREL - PERU (2009) (II)
Do mesmo espectáculo que aqui falei ontem, Semana Francesa no Peru, em 2009, eis mais um video com excertos dessa homenagem feita a Jacques Brel. Cantam MARCELA PARDON e BRUNO ODAR.
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
BREL - PERU 2009
Em 2009 realizou-se no Peru a Semana Francesa . Do programa, além de sessões de cinema, desfiles de moda, exposições e seminários constava uma HOMENAGEM A… JACQUES BREL, um cantor belga. O espectáculo, realizado por ALBERTO ISOLA, contava com as interpretações de MARCELA PARDON e BRUNO ODAR.
Neste vídeo está um excerto do espectáculo com a canção “Air de la bêtise”.
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
PARDONS
Brel, longe da família, que habitava em Bruxelas, sente-se livre nas suas intermináveis digressões por toda a Europa, de tal maneira que usa e abusa desta liberdade. Vai acabar por tornar-se campeão da infidelidade matrimonial.
De vez em quando bate-lhe um remorso na consciência e escreve canções como esta: PARDONS. Mas… são remorsos passageiros que, tal como as juras da canção, “morrem logo de manhã”.
PERDÕES (1957)
Perdão por aquela rapariga que fizemos chorar, perdão por este olhar que se deixa quando nos rimos.
Perdão por este rosto que uma lágrima mudou, perdão por estas casas onde alguém nos espera,
E depois, por todas estas palavras, que se dizem palavras de amor, e que nós usamos à laia de dinheiro,
E por todas as juras que morrem logo de manhã. Perdão pelos nuncas, perdão pelos sempres...
Perdão por essas aldeolas que já não cantam, perdão por essas vilas que ficaram esquecidas,
Perdão pelas cidades onde ninguém se conhece, perdão pelos países feitos de oficiais subalternos.
Perdão por eu ser daqueles que se lixam para tudo e de não ter tentado todos os dias.
E depois, perdão ainda, e depois, perdão sobretudo, por nunca ter sabido quem nos deve perdoar...
VERSO NÃO CANTADO.
(Perdão por não ver mais as coisas como elas são. Perdão por ter querido esquecer os nossos vinte anos, Perdão por ter deixado esquecidos os nossos ensinamentos. Perdão por renunciar às nossas renúncias
E depois ter-me escondido no meio da vida. E também por ter preferido o salário de Judas, perdão pela amizade, perdão pelos amigos...)
De vez em quando bate-lhe um remorso na consciência e escreve canções como esta: PARDONS. Mas… são remorsos passageiros que, tal como as juras da canção, “morrem logo de manhã”.
PERDÕES (1957)
Perdão por aquela rapariga que fizemos chorar, perdão por este olhar que se deixa quando nos rimos.
Perdão por este rosto que uma lágrima mudou, perdão por estas casas onde alguém nos espera,
E depois, por todas estas palavras, que se dizem palavras de amor, e que nós usamos à laia de dinheiro,
E por todas as juras que morrem logo de manhã. Perdão pelos nuncas, perdão pelos sempres...
Perdão por essas aldeolas que já não cantam, perdão por essas vilas que ficaram esquecidas,
Perdão pelas cidades onde ninguém se conhece, perdão pelos países feitos de oficiais subalternos.
Perdão por eu ser daqueles que se lixam para tudo e de não ter tentado todos os dias.
E depois, perdão ainda, e depois, perdão sobretudo, por nunca ter sabido quem nos deve perdoar...
VERSO NÃO CANTADO.
(Perdão por não ver mais as coisas como elas são. Perdão por ter querido esquecer os nossos vinte anos, Perdão por ter deixado esquecidos os nossos ensinamentos. Perdão por renunciar às nossas renúncias
E depois ter-me escondido no meio da vida. E também por ter preferido o salário de Judas, perdão pela amizade, perdão pelos amigos...)
domingo, 12 de dezembro de 2010
PATRICIA LAVILA
PATRICIA LAVILA nasceu a 23 Fevereiro de 1957 em Oran, Argélia. Emigrou para França e dedicou-se ao mundo da canção tendo assinado um contrato com a Barclay em 1973. Em 1975 gravou um single com a canção “Je n'ai jamais vu Jacques Brel chanter”.
JE N'AI JAMAIS VU JACQUES BREL CHANTER
La dernière fois qu’il a chanté sur scène
J’aurai voulu tant voulu être lá
Jamais je m’en souviens, disant, à peine
Le soir de ses adieux à l’Olympia
On m’a parlé de cette imense foule
De bout une heure entière à l’aplaudir
Pourque s’ouvre à nouveau le rideau rouge
Et surtout pour l’empecher de partir
Jusqu’à ce jour la vie m’a donné
Beaucoup plus de joies que de peines
c’est vrais mais...
Je n’ai jamais vu Jacques Brel chanter
En écoutant ses chansons
je n’ai pu que l’imaginer
Je n’ai jamais vu Jacques Brel chanter
J’en aurai toujours des regrets
Désormais il n’attends plus Madeleine
Pourtant sans lui, tout comme au premier jour
Les vieux sont toujours habillés de raide
Et Jef a toujours le coeur aussi lourd
Alors une vague sur l’Atlantique
Loin du monde et du bruit loin il s’en va
Et pourtant ce soir sur mon tourne-disque
Mathilde est revenue encore une fois
Parmi tous les rêves que j’ai faits
certains déjà ce sont realizés mais...
" je n'ai jamais vu ... "
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sábado, 11 de dezembro de 2010
MAXIME LE FORESTIER
MAXIME LE FORESTIER - nascido em 1949, em Paris – gravou no seu décimo álbum NÉ QUELQUE PART (1988) uma canção dedicada a Jacques Brel: LES DEUX MAINS PRISES. A canção é de sua autoria com a colaboração de Jean Pierre Sabar.
Les Deux Mains Prises
Avec une valise, une, guitare, c'est comme ça qu'un musicien part
Pour la vie aux Marquises, pour la nuit dans un bar.
Il a les deux mains prises,
Une guitare, une valise.
On laisse pas ça traîner sur le bord d'un trottoir.
Si on pique la valise, tôt ou tard, il aura plus rien pour s'asseoir.
C'est pas pour ses deux ch'mises ni son pantalon noir,
Mais les lettres d'Elise
Cachées dans la valise,
Qu'est-ce qui va les chanter si on pique la guitare ?
P'tite mélomane mal aimée, j'aurais aimé la peinture :
Ce s'rait beaucoup moins dur au moment d'te quitter.
Ma valise dans une main,
L'autre autour de ta taille,
De mes doigts sur tes reins, je t'écrirais en Braille bye bye...
Les deux mains prises, toujours en r'tard,
C'est pas bon pour se dire au revoir.
Dans ta rue les gens disent,
Mais c'est des racontars,
Qu'un porteur de valise,
Par une matinée grise,
T'a laissée sans un mot, toi qu'aimes tant la guitare.
Neste video Maxime Le Forrestier canta com ZAZIE LA CHANSON DES VIEUX AMANTS...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
PIERRE PERRET
Pierre Perret, “compagon de route” de Brel (é apenas 5 anos mais novo) fez, e continua a fazer, toda a sua vida no mundo do espectáculo. Desde a canção ao cinema, passando pela rádio e pela televisão. Também ele fez um intervalo na sua carreira artística para dar a volta ao mundo num barco. Por coincidência encontrou-se com o amigo e colega Brel na Venezuela, em 1974.
Em 1976 Pierre Perret fez esta canção dedicada a Jacques Brel…
Ma Nouvelle Adresse
Ce hall de gare pavoisé de rouges à lèvres et de hasards
Où bat le cœur des banlieusards plein de sanglots et de baisers
N'aura jamais su me griser
Ce hall de gare pavoisé de solitudes à plein tarif
Et de marques d'apéritifs et de bonheurs synthétisés
Je m'en suis désapprivoisé
Prenez ma nouvelle adresse
Je vis dans le vent sucré des îles nacrées
Et à ma nouvelle adresse
Une fille s'amuse à rire de mes souvenirs
Et ce boulot qui m'usait tant, qui me laissait tant épuisé
Devant ma machine à fraiser que j'en suait l'eau et le sang
N'aura jamais su me griser
Et de ce patron si charmant et du banquet de fin d'année
Et de médailles arrosées, et de mes copains militants
Je m'en suis désapprivoisé
Les fins de mois les repas bâclés devant le match à la télé
Les infos chloroformisées et les pubs de mousse à raser
N'auront jamais su me griser
De cet air de robot content, de cette course avec le temps
De ces amours en pointillés qui mourraient avant d'être nées
Je m'en suis désapprivoisé
Oui mes amis j'ai largué tout pour l'archipel des Tuamotu
Où quel que soit le cours du franc on offre son poisson vivant
Pour une poignée de riz blanc
Mon copain Jacques a mis les bouts toutes voiles dehors et vent debout
Il chante dans les Alizés quelques chansons dont le succès
N'aura jamais su le griser
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
JEAN-CLAUDE HURNI
Através das Edições Jacques Brel tive conhecimento de mais um espectáculo sobre o cantor. Desta vez é na Suíça e é o cantor JEAN-CLAUDE HURNI que vai estar de 10 a 17 de Dezembro, e depois em Janeiro, no teatro L’Aubier em Neuchâtel. Hurni acompanhado ao piano por Mary Freiburghaus, vai cantar uma vintena de canções de Brel. Com a toda a sua energia e autenticidade como elas merecem. Se a alma de Jacques estiver incognita na grande sala de Montezillon, entre o público, não se sentirá traída.
O mote do espectáculo é “ Canções, textos, pensamentos, do amor ao humor, da ironia à ternura, uma noite com o Grand Jacques.”
Também segundo informação das Edições Jacques Brel o grupo coral TOUS EN CHOEUR, da região Nord-Pas-de Calais, irá cantar duas canções de Brel – Bruxelles e Quand on n’a que l’amour – em frente à sede das Edições Jacques Brel, situada na Place de la Vieille Halle aux Blés, em Bruxelas.
Esta homenagem do TOUS EN CHOEUR será no próximo sábado, dia 11.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
LES VOCALISES DE BREL
Em 1977 NICOLAS PEYRAC gravou no deu disco ET LA FÊTE EST FINIE uma canção homenageando Jacques Brel. Trata-se da canção LES VOCALISES DE BREL e que transcrevo na íntegra aqui a seguir. Brel teve conhecimento desta canção composta pelo seu colega de profissão.
LES VOCALISES DE BREL
Sur Amsterdam traînent encore les vocalises de Brel
Pour que la grisaille du port s'habille d'éternel
Et les navires parlent entre eux de celui qui savait les vieux
Quand la Fanette avait ses yeux
Sur Amsterdam traînent encore les vocalises de Brel
Comme des restes de remords entre terre et ciel
Et les nuages volent bas, encore plus bas qu'en ce temps-là
Comme s'ils pleuraient pour ces gens-là
Et je chante, toi, tu t'éloignes, valse lente
Image morte mais vivante au coeur de tous ceux qui voulaient
Que tu chantes les bourgeois bouffis, les servantes
Tous les paumés qui se lamentent et qui vivent de leurs secrets
Sur Amsterdam traînent encore les vocalises de Brel
Comme écume sur mer du Nord, gouttelettes arc-en-ciel
Et les marins chantent toujours au son d'un accordéon lourd
Qui pleurerait du mal d'amour
Et je chante, toi, tu t'éloignes, valse lente
Image morte mais vivante au coeur de tous ceux qui voulaient
Que tu chantes les bourgeois bouffis, les servantes
Tous les paumés qui se lamentent et qui vivent de leurs secrets
Sur Amsterdam traînent encore les vocalises de Brel
Et tous tes mots frappent si fort dans ma mémoire rebelle
Que j'ai voulu te dire ce soir, qu'un jour au fond de ma nuit noire
Tes chansons m'entrouvirent l'espoir
Et je chante, je chante.
Neste vídeo NICOLAS PEYRAC canta o seu grande êxito Et mon père onde, entre outros, fala de Brel...
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
ALMOND ALONE
Marc Almond (ex Soft Cell) gravou em 1989 um disco intitulado JACQUES com treze canções de Brel em inglês. Uma dessas canções é ALONE, no original SEUL.
É notória a fraquíssima qualidade do texto de Eric Blau, que o escreveu para o musical “Jacques Brel is well and alive and living in Paris”. O original de Brel não tem comparação nem literária nem poética. Para comparação transcrevo o texto em inglês. O texto de Brel pode ser consultado no post de ontem.
ALONE
We find love, you and I, It’s a new game to play
Then we tell our first lie, And see a love go away
And we find we’re alone
We rush on, you and I, we don’t need love at all
We need thrills, we need speed, and we stumble and fall
And we find we’re alone
We’re loyal, you and I, to flowers that are dead
We forget how to cry, and save photos instead
And we find we’re alone
We hear guns, you and I, and we ask what is that
Then we open The Times, we’re informed where it’s at
And we find we’re alone
We’re moral you and I, we stand for what’s right
We slaughter our evil bygones,
And in life we find we’re alone
We’re lucky, you and I, we’re alive and secure
But in the bank and the church we can never be sure
And we find we’re alone
We’ve made it, you and I, we have glory and fame
But we never know why, we feel so ashamed
And we find we’re alone
We’ve power, you and I, but what good is that now?
We’d build a new world, if we only knew how
And we find we’re alone
We are old you and I, we beg warmth from the sun
In the dreams that we dream, we ask, “What have we done?”
And we find we’re alone
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domingo, 5 de dezembro de 2010
SEUL
Jacques Brel fazia mais de 300 espectáculos por ano. Ao longo da sua vida fez milhares e milhares de quilómetros entre casas de espctáculo, teatros, cabarets e casinos. Tinha uma mala que o acompanhava sempre e onde guardava, além das roupas, uma pasta com os textos que ia escrevendo. E sozinho no banco de trás do carro que o transportava por percursos intermináveis, ou sozinho no camarim antes do espectáculo, ou sozinho no quarto do hotel, ele criava os poemas e as melodias a que depois dava a forma de canção com os seus músicos.
Este texto define essa solidão. Traduz a sua lucidez e o seu desespero perante a morte. Perante a morte está-se sempre só.
SÓ (1959)
Somos dois, meu amor, e o amor canta e ri…
Mas no fim do dia, nos lençóis do tédio, encontramo-nos sós...
Somos dez, a defender os vivos pelos mortos…
Mas, amarrados pelas suas cinzas ao poste do remorso, encontramo-nos sós...
Somos cem, a dançar no baile da gente bem…
Mas, na última lanterna, no primeiro desgosto, encontramo-nos sós...
Somos mil contra mil que se acham os mais fortes…
Mas, nessa hora estúpida onde resultam dois mil mortos, encontramo-nos sós...
Somos um milhão a rir do milhão à nossa frente…
Mas, dois milhões de gargalhadas não impedem que ao espelho nos encontremos sós...
Somos mil, sentados no cume da fortuna…
Mas, com medo de ver tudo derreter-se debaixo da Lua, encontramo-nos sós...
Somos cem que a glória convida sem razão…
Mas, quando a sorte acaba, quando termina a canção, encontramo-nos sós...
Somos dez, a dormir no leito do poder…
Mas, perante esses exércitos que se enterram em silêncio, encontramo-nos sós...
Somos dois, a envelhecer contra o tempo que nos espanca…
Mas, logo que vemos a decadência a chegar, risonha, encontramo-nos sós...
sábado, 4 de dezembro de 2010
LA BD CHANTE BREL (4)
Jacques Brel com treze anos frequentava um colégio católico em Bruxelas. O Instituto São Luís.
Foi seu colega nessa altura um jovem chamado Pierre Culliford, que tal com o Brel veio a gozar de reputação internacional. Não no campo da música mas das artes gráficas. Ele foi o criador dos dos famosísimos bonequinhos azuis conhecidos por SCHTROUMPFS. O pseudónimo de Pierre Culliford era PEYO.
Hoje o Instituto de São Luís tem o piso Brel e o piso Peyo. Ambos os pisos são destinados às classes da instrução primária.
Ninguém sabe se os dois alunos do Colégio São Luís, Brel e Peyo, alguma vez trocaram alguma palavra, apesar de, com certeza, se terem cruzado nos corredores do colégio.
Esta vinheta está na contribuição que PEYO deu para a ilustração da canção de Brel ROSA e está incluída no livro CHANSONS, de 1988, da Editora Brain Factory International, lda.
Foi seu colega nessa altura um jovem chamado Pierre Culliford, que tal com o Brel veio a gozar de reputação internacional. Não no campo da música mas das artes gráficas. Ele foi o criador dos dos famosísimos bonequinhos azuis conhecidos por SCHTROUMPFS. O pseudónimo de Pierre Culliford era PEYO.
Hoje o Instituto de São Luís tem o piso Brel e o piso Peyo. Ambos os pisos são destinados às classes da instrução primária.
Ninguém sabe se os dois alunos do Colégio São Luís, Brel e Peyo, alguma vez trocaram alguma palavra, apesar de, com certeza, se terem cruzado nos corredores do colégio.
Esta vinheta está na contribuição que PEYO deu para a ilustração da canção de Brel ROSA e está incluída no livro CHANSONS, de 1988, da Editora Brain Factory International, lda.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
LA BD CHANTE BREL (3)
Mais duas vinhetas extraídas de recriações gráficas de canções de Jacques Brel. São as canções Le plat pays e Regarde bien petit.
Os ilustradores são respectivamente TIBET e DERIB.
Tibet, aliás Gilbert Gascard (29/10/1931 - 2/1/2010) ficou famoso no mundo da BD pela sua criação do Ric Hochet.
Derib, aliás Claude de Ribaupierre, suíço mas trabalhando sempre na Bélgica, foi o autor de Buddy Longway.
Os ilustradores são respectivamente TIBET e DERIB.
Tibet, aliás Gilbert Gascard (29/10/1931 - 2/1/2010) ficou famoso no mundo da BD pela sua criação do Ric Hochet.
Derib, aliás Claude de Ribaupierre, suíço mas trabalhando sempre na Bélgica, foi o autor de Buddy Longway.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
LA BD CHANTE BREL (2)
Muitos autores de Banda Desenhada têm-se inspirado nas canções de Jacques Brel para dar a conhecer o seu trabalho a um público mais vasto, ajudando ao mesmo tempo a divulgar a obra de Brel. Esta relação biunívoca tem dado bons frutos que estão publicados sobretudo em França, Bélgica e Espanha.
E mostro hoje dois exemplos dessa harmonia entre a palavra do poeta e o traço do desenhador. Duas vinhetas de dois autores franceses : FRED (criador do Philémon) e Olivier MARTIN. Ambos ilustraram a canção Les bourgeois.
E mostro hoje dois exemplos dessa harmonia entre a palavra do poeta e o traço do desenhador. Duas vinhetas de dois autores franceses : FRED (criador do Philémon) e Olivier MARTIN. Ambos ilustraram a canção Les bourgeois.
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terça-feira, 30 de novembro de 2010
QU'AVONS-NOUS FAIT, BONNES GENS
Mais uma canção dos princípios da carreira de Brel. A sua veia lírica levava-o a escrever canções que eram autênticos panfletos de paz e amor. Em “Qu’avons-nous fait ,bonnes gens", de 1956, o poeta lamenta-se porque no mundo há falta de amor, de bondade, de esperança e até de alegrias imensas… E nós, boa gente, o que é que fizemos a tudo isso ?
Nestes dois videos podemos ouvir duas versões da mesma canção. A primeira com a presença de uma orquestra e a segunda apenas a voz de Brel acompanhado pela sua viola.
QUE FIZEMOS NÓS, BOA GENTE (1956)
Que fizemos nós, boa gente, digam-me, da bondade do mundo?!
Se a escondemos no meio de um bosque, não me admirava nada...
Se a enterrámos a sete palmos de terra, isso já nem me espantava...
E é pena não ver mais, em cada noite, em cada manhã, pelas estradas,
sobre as calçadas, uma multidão de pequenos São Martinhos...
Que fizemos nós, boa gente, digam-me, de todo o amor do mundo?!
Se o vendemos para não sei quê, não me admirava nada...
Se o vendemos para fazer a guerra, isso já nem me espantava...
E é pena não ver mais os apaixonados que têm vinte anos contarem mil e uma histórias...
Já não ardem mais as fogueiras de São João...
Mas, havemos de reencontrar, boa gente, creiam-me, todas essas alegrias imensas...
Vamos encontrá-las no fundo de cada um de nós, não me admirava nada...
Vamos encontrá-las debaixo da nossa vaidade, isso já não me espantava...
E isso vai ser bom, porque poderemos enfim ver outros, não somente os loucos,
a cantar o amor, a cantar a esperança, e cantá-los com palavras nossas...
Porque esperamos nós, boa gente, para encontrar essas coisas? Digam-me...
Porque esperamos nós, boa gente, digam-me lá....
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
LE COLONEL
O CORONEL
(1958)
Coronel, vamos tocar os tambores logo que o dia nasça, e acordar todos esses básicos?...
Coronel, é preciso fazer soar todos os clarins para reunir os esquadrões?...
Coronel, coronel! Estamos à espera!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
A sua amada é tão meiga e tão bela, na sua túnica, ao sol,
que cada dia passado perto dela se enfeita de prodígios...
Coronel, disparamos a artilharia logo que chegue o inimigo, ou avançamos com a infantaria?...
Coronel, é preciso carregar a toda a força ou avançar em passo fantasma?...
Coronel, coronel... Diga-nos lá!
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Os seus beijos suaves como veludo, docemente,
levaram ao Estado Maior do amor o coronel deslumbrado...
Coronel, se alguma vez for ferido é preciso a gente preocupar-se a procurar um padre?
Coronel, depois de morrer o boticário vamos chamar o veterinário?...
Coronel, coronel, que havemos de fazer?
O coronel aborrece-se, desfolha uma flor, e sonha com a sua amada que lhe roubou o coração...
Ele vê-a e estende-lhe os braços... Ele vê-a e chama pelo seu nome.
E é falando-lhe baixinho que ele entra no céu...
Este coronel que morreu, e que morreu de tristeza, ferido com o seu amor no coração,
Este coronel, longe da sua amada, é o meu coração longe do teu...
É o meu coração longe do teu...
sábado, 27 de novembro de 2010
PIETER EMBRECHTS...
Segundo informação das Edições Jacques Brel PIETER EMBRECHTS and THE NEW RADIO KINGS têm um novo CD - Time is a thief - onde está incluída a versão inglesa de QUAND ON N’A QUE L’AMOUR.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
L'HOMME DANS LA CITÉ
Brel é acompanhado pela primeira vez por François Rauber aqui nesta canção – L’HOMME DANS LA CITÉ – gravada em Abril de 1958. Segundo Jean Clouzet, um dos estudiosos da obra de Brel, a canção L’homme dans la cité foi dedicada ao General De Gaulle, que teria chegado ao poder dois meses depois, tendo como cenário de fundo a guerra da Argélia.
Segundo o mesmo Clouzet QUAND ON N’A QUE L’AMOUR, de 1956, (o primeiro grande êxito do cantor), foi escrita em honra da sublevação húngara contra a invasão soviética nesse mesmo ano.
Para ouvir O HOMEM NA CIDADE clique AQUI.
O HOMEM NA CIDADE (1958)
Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o amor seja o seu reino e a esperança a sua convidada. E que ele se pareça com as árvores que o meu pai plantou, altivas e nobres como uma noite de Verão, e que os risos das crianças, que lhe tilintam na cabeça, o salpiquem de reflexos de festa...
Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade e que o seu olhar seja um salmo feito de sóis resplandecentes... Que ele não se ajoelhe diante todo o ouro de um senhor, mas somente para colher uma flor, e que recuse para sempre, as soluções que sejam sem amor...
Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, e que não seja um bálsamo, mas uma força, uma claridade, e que a sua fúria seja justa, jovem e bela como uma tempestade... Que ele não seja nunca, nem velho nem sábio, e que torne a expulsar do templo o escritor sem opinião, vendilhão de nada, vendilhão da discórdia...
Oxalá que nos chegue um homem às portas da cidade, antes que os outros homens que vivem dentro da cidade, humilhados por esperanças dilaceradas e carregados com a sua ira indiferente, comecem a erguer novas barricadas na calada da noite...
terça-feira, 23 de novembro de 2010
LES BERGERS
Apesar de ser de 1964 esta canção ainda revela traços de um romantismo lírico, neste caso quase folclórico, do primeiros tempos de Brel. O próprio Brel não gostava da canção e nunca a cantou em público. 1964 é o ano de Les bonbons, Amsterdam, Au suivant, Jef, Mathilde, etc. portanto esta canção, Les Bergers, nasceu fora do tempo. Mas, de qualquer maneira, ela aí está rural e bucólica.
OS PASTORES (1964)
Às vezes aparecem-nos com os seus grandes chapéus, e as suas capas de lã, a seguir os rebanhos, os pastores.
Eles sobem, na Primavera quando os dias crescem, e descem depois à vila, tisnados pelo Verão.
Quando os animais param para beber, põem-se a dançar à sombra de uma flauta, os pastores...
Entre eles, são os velhos, os sábios, que reúnem junto ao poço todos os anciãos da aldeia...
E são eles que contam histórias que nos fazem um tal medo que durante três noites, pelo menos, nós sonhamos horrores...
Eles têm as mesmas rugas e as mesmas companheiras e os mesmos aromas que as suas velhas montanhas, os pastores...
Entre eles, são os jovens, os bonitos, que pedem às raparigas para se fazerem altivas...
Eles têm um sorriso que se pode dizer de flor, e as suas gargalhadas fazem jorrar água... Eles têm uns olhares que nos queimam a pele, nos desmembram, nos calam o coração, os pastores...
Mas, todos eles nos enternecem, sejamos raparigas ou rapazes... Os rapazes nos seus sonhos, as raparigas nas suas emoções...
Então, nós partilhamos o vinho e o queijo, e acreditamos por momentos que fazemos parte da viagem dos pastores...
É um pouco como o Natal, o Natal e os seus tesouros, que ficam em nossa casa, em Equinócios de ouro...
Depois, eles vão-se embora com os seus grandes chapéus, e as suas capas de lã, e seguem os seus rebanhos...
domingo, 21 de novembro de 2010
CARMO / SASSETTI
Excerto de uma notícia no DN Artes, de 16 de Novembro:
“Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti falaram com o DN sobre o álbum em que interpretam temas de José Afonso e Jacques Brel.
A ideia de gravar um disco com Bernardo Sassetti já andava a "fervilhar" na cabeça deCarlos do Carmo há algum tempo, mas foi em Janeiro deste ano que a proposta foi feita ao pianista. Apesar dos muitos projectos que tinha em mãos, Sassetti decidiu embarcar neste projecto com Carlos do Carmo, que acaba agora de chegar às lojas. Nele os dois artistas reinterpretam canções de nomes incontornáveis como José Afonso, Sérgio Godinho, Jacques Brel ou Fausto, além de apresentarem dois inéditos.”
A canção de Brel que Carlos do Carmo interpreta no disco é QUAND ON N’A QUE L’AMOUR. Há 30 anos Carlos do Carmo gravou e cantou em público LA VALSE À MILLE TEMPS e obteve um êxito assinalável. Depois de cantar Frank Sinatra propomos daqui que Carlos do Carmo entre no mundo breliano e faça um espectáculo com as canções do maior “cantautor” de língua francesa de todos os tempos.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
BBB
BBB
Concerto original e divertido por quatro cantores/multi-instrumentistas que em vários estilos interpretam canções de três gigantes da canção francesa.
Cantar Barbara, Brel, ou Brassens ! Um grande desafio, quando se sabe quem são os gigantes da canção francesa. Todos eles deixaram a sua marca no património musical da humanidade. Cada um com a sua sensibilidade, a sua ternura ou a sua insolência. Quatro músicos/cantores belgas escolheram uma vintena de títulos no reportório dos "três", criaram novos arranjos e interpretações de uma forma ousada, mantendo o respeito que eles merecem, com uma generosidade e entusiasmo sem limites.
Movendo-se constantemente durante o concerto, de um instrumento para outro, estes quatro "inovadores" fazem-nos redescobrir o reportório dos três mestres "clássicos" ...num contexto actual. Dito isso, o show "BBB" não é um espectáculo de “reprises” e vai muito além da mera homenagem. O espectáculo joga todo o tempo com a tradição e a modernidade, num contexto de prazer, emoção, cumplicidade, invenção e poesia. Enfim ... um revivalismo emocionante, em Bruxelas, no palco do Café Teatro LA SAMARITAINE. Até amanhã, sábado.
São estes os músicos em palco: Anouk Ganzevoort, Marie-Sophie Talbot, Alain Delval, Frouch Dailly.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
SANS EXIGENCES
SANS EXIGENCES é a uma das cinco canções gravadas em 1977 mas que não foram incluídas no álbum Marquises. Segundo Gilles Verlant, em Novembro desse ano, Eddie Barclay confirmou a BREL, por escrito, que respeitou as suas instruções : Os cinco títulos não deveriam figurar no novo disco, a não ser que ele recebesse outras instruções. Não se tratam, portanto, de maquetas, mas de produções prontas a editar. Talvez Brel pensasse gravar um disco no ano seguinte e já estava a reservar canções para o preencher.
SEM EXIGÊNCIAS (1977)
Eu não era mais que o seu amante, vivia bem de tempos em tempos, mas aos poucos, cada vez menos. Maldizia a minha última oportunidade ao longo da sua indiferença. Eu queria ser a minha única testemunha mas faltava-me o descaramento, porque, vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…
Eu protegia os seus menores passos, e passava discretamente. Eu descobri a maneira de viver a minha solidão, a dois. Depois tornei-me o seu hábito, e tornei-me no outro que chega quando ela regressa, e vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…
A água quente nunca mordeu, mas só nos resta banharmo-nos nela. E a ela só lhe resta, cada vez mais, arrefecer e censurar-nos que já não há sol suficientel. A água quente à água quente é parecida. Ela confunde fraqueza com paciência e vendo-me sem exigências, ela queria-me sem mistérios…
Se sofria a sós, sofria a dois e cheguei a rezar a Deus. Mas sabemos que ele é demasiado velho e que já não é senhor de coisa alguma. E foi preciso ser arrogante, se bem que tremendo de indulgência, para o meu coração não ousar levantar a mão… Vendo-me sem exigências ela acreditava que não me faltava nada…
E ela partiu como partem esses pássaros que descobrimos, depois de termos amado vê-los saltitar, no dia em que as suas asas se abrem, que eles se aborreciam entre as nossas mãos. Ela partiu como se fosse de férias e o céu, desde então, ficou um pouco mais carregado. Eu morro de indiferença e ela crê que se cobre de amor.
Sans Exigences é ilustrada neste video com imagens do filme L'EMMERDEUR.
SEM EXIGÊNCIAS (1977)
Eu não era mais que o seu amante, vivia bem de tempos em tempos, mas aos poucos, cada vez menos. Maldizia a minha última oportunidade ao longo da sua indiferença. Eu queria ser a minha única testemunha mas faltava-me o descaramento, porque, vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…
Eu protegia os seus menores passos, e passava discretamente. Eu descobri a maneira de viver a minha solidão, a dois. Depois tornei-me o seu hábito, e tornei-me no outro que chega quando ela regressa, e vendo-me sem exigências, ela acreditava que não me faltava nada…
A água quente nunca mordeu, mas só nos resta banharmo-nos nela. E a ela só lhe resta, cada vez mais, arrefecer e censurar-nos que já não há sol suficientel. A água quente à água quente é parecida. Ela confunde fraqueza com paciência e vendo-me sem exigências, ela queria-me sem mistérios…
Se sofria a sós, sofria a dois e cheguei a rezar a Deus. Mas sabemos que ele é demasiado velho e que já não é senhor de coisa alguma. E foi preciso ser arrogante, se bem que tremendo de indulgência, para o meu coração não ousar levantar a mão… Vendo-me sem exigências ela acreditava que não me faltava nada…
E ela partiu como partem esses pássaros que descobrimos, depois de termos amado vê-los saltitar, no dia em que as suas asas se abrem, que eles se aborreciam entre as nossas mãos. Ela partiu como se fosse de férias e o céu, desde então, ficou um pouco mais carregado. Eu morro de indiferença e ela crê que se cobre de amor.
Sans Exigences é ilustrada neste video com imagens do filme L'EMMERDEUR.
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
LUZ CHABANE
Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre mais um espectáculo com o reportório do Grand Jacques. A cantora belga LUZ CHABANE vai apresentar o seu novo disco IMPOSSIBLE RÊVE no próximo dia 20 (Sábado) em Bruxelas no Café Teatro “Le Petit Chapeau Rond Rouge”.
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
ONDAS MARTENOT
No dia 13 de Setembro passado falei AQUI do instrumento THEREMIN e de um dos seus mais conhecidos executantes PETER PRINGLE. Na altura falei também de outro instrumento com um som muito semelhante inventado por Maurice Martenot, que ficou conhecido por ONDAS MARTENOT, e que foi utilizado por Brel para a primeira versão de Ne me quitte pas, em 1959. Em 1959 o instrumento foi tocado em estúdio por Sylvette Allard.
Ora, na semana passada recebi daCompagnie Brel Trente ans Déjà! mais informações sobre este instrumento.
Maurice Martenot (1898-1980) foi militar na primeira guerra mundial na área das transmissões. Ao manusear as válvulas tríodo ele apercebeu-se da pureza das vibrações produzidas por essas válvulas electrónicas e fez variar a intensidade de corrente por meio de um condensador. Aperfeiçoou o seu invento e só em 1929 apresentou as suas “ondas musicais” na Ópera de Paris acompanhado ao piano pela sua irmã Ginette.
Neste vídeo um especialista de Ondas Martenot explica como se toca o instrumento.
Neste outro vídeo os Beach Boys utilizaram um Theremin para as suas Good Vibtrations.
Ora, na semana passada recebi daCompagnie Brel Trente ans Déjà! mais informações sobre este instrumento.
Maurice Martenot (1898-1980) foi militar na primeira guerra mundial na área das transmissões. Ao manusear as válvulas tríodo ele apercebeu-se da pureza das vibrações produzidas por essas válvulas electrónicas e fez variar a intensidade de corrente por meio de um condensador. Aperfeiçoou o seu invento e só em 1929 apresentou as suas “ondas musicais” na Ópera de Paris acompanhado ao piano pela sua irmã Ginette.
Neste vídeo um especialista de Ondas Martenot explica como se toca o instrumento.
Neste outro vídeo os Beach Boys utilizaram um Theremin para as suas Good Vibtrations.
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sábado, 13 de novembro de 2010
PRESENTES DE NATAL
Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre estas duas edições musicais que poderão proporcionar um belo presente de Natal para quem gosta de música francesa, e de Brel em particular.
Trata-se da caixa com “Três poetas” com um disco de Brel, outro de Brassens e outro de Ferré, pelo preço de 20 €, e da caixa com 13 CDs “Integral dos álbuns originais” do Grand Jacques por 55€.
Estes discos estão à venda na loja internet das Edições Jacques Brel.
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
DEMAIN L’ON SE MARIE
Dentro do vincado estilo lírico da primeira fase da carreira de Brel aparece esta canção DEMAIN L’ON SE MARIE, com o subtítulo “la chanson des fiancés” (a canção dos noivos). Brel grava esta canção em 1958, depois de 8 anos de casamento e à espera da terceira filha. Porém, ao lermos o texto encontramos alguma resignação nas palavras do autor. Depois de ouvirmos a interpretação (que eu não encontrei na net) comprova-se realmente a falta de entusiasmo pelo tema escolhido – amanhã vamo-nos casar!
Brel tem a colaboração de uma cantora - Janine de Waleyne - para cantar o refrão da canção. Depois quando ele próprio ataca nas estrofes fá-lo com alguma indiferença. Nada do Brel arrebatado e intenso dos anos seguintes.
CASAMO-NOS AMANHÃ (a canção dos noivos) (1957)
Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me o que vamos cantar...
Forçaremos o amor a embalar a nossa vida com uma canção bonita que cantaremos a dois…
Forçaremos o amor, se tu quiseres minha querida, a ser nas nossas vidas não mais que um humilde ferreiro...
Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me o que vamos ver...
Forçaremos os nossos olhos a não ver nada mais que as coisas lindas que vivem em cada coisa…
Forçaremos os nossos olhos a não serem nada mais que uma esperança,
que vamos oferecer um ao outro, como quem oferece uma rosa...
Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção…
Já que amanhã se abre a vida, diz-me ainda aonde vamos...
Forçaremos as portas dos países do Oriente a abrirem-se diante de nós, diante do nosso sorriso… Forçaremos, minha querida, o sorriso das gentes a não serem nada mais que uma alegria que se anseia...
Já que amanhã se abre a vida, abramos a porta a estas canções...
Já que amanhã nos casamos, aprendamos a mesma canção...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
LA BOURRÉE DU CÉLIBATAIRE
Esta canção - La bourrée du célibataire – está escrita no original utilizando tempos de verbos errados para lhe dar um cunho mais popular, tão ao gosto do povo rústico que dançava a “bourreé”. Esta dança é originária da província de Auvergne no centro da França. É uma dança viva em dois tempos que faz uso de ritmos simples à semelhança da gavotte.
Os textos destas “bourrées” eram muito simples e sobretudo de cariz humorístico.
Segundo Gilles Verlant, Brel estreou esta canção no primeiro espectáculo no teatro Trois Baudets em 1957.
A DANÇA DO SOLTEIRO (1957)
A rapariga que eu vier a amar terá um coração tão sábio que num recanto da sua margem o meu coração se aconchegará... Quero que ela tenha uma pele tão macia que possa aquecer os meus dedos quando chegarem as noites de Dezembro... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E os nossos corpos arderão numa só fogueira de felicidade... Entraremos a cantar pelas muralhas da vida, oferecendo os nossos vinte anos, para que ela seja mais bela...
Não, não serás tu, a rapariga que eu vou amar... Não serás tu, a rapariga que eu vou amar...
A rapariga que eu vier a amar terá uma casa baixinha, simples e branquinha, como um estado de graça... Terá noites sem dormir só para me falar das crianças que repousam... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E ofereceremos um ao outro, todo o amor que tivermos... E vamos embandeirar de sol a nossa vida antes de ficarmos velhos...
Não, não serás tu, a rapariga que eu vou amar... Não serás tu, a rapariga que eu vou amar...
A rapariga que eu vier a amar vai envelhecer sem tristeza, entre o calor da lareira e a minha grande ternura... Será como um bom vinho que fica melhor todas as manhãs... E eu amá-la-ei, e ela amar-me-á... E faremos canções com as nossas alegrias antigas, e deixaremos a terra com os olhos cheios um do outro, para florir o inferno com a nossa felicidade...
Ah, que venha já ter comigo a rapariga que eu vou amar... Que venha já ter comigo a rapariga que eu vou amar...
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
JEANE MANSON
JEANE MANSON é uma americana em Paris. É actriz de cinema e de teatro, cantora e pianista.
Tem feito variados espectáculos musicais em França e entre eles “L’Homme de la Mancha”. Neste vídeo ela aparece no Cirque d’Hiver a interpretar 3 excertos deste musical traduzido e adaptado para francês por Jacques Brel.
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L'homme de la Mancha
sábado, 6 de novembro de 2010
D.QUIXOTE ESTÁ DE VOLTA
Don Quixote, de Honoré Daumier (óleo sobre tela)
L’HOMME DE LA MANCHA volta à cena no Teatro Capitole, Toulouse, entre 12 e 19 de Dezembro. Tem direcção musical de Didier Benetti e encenação de Jean-Louis Grinda.
Nos principais papéis estão Marie-Ange Todorovitch – Aldonza, Laure Baert - Antonia, Christine Solhosse - Governanta, Nicolas Cavallier – D.Quixote/Cervantes e Rodolphe Briand – Sancho Pança.
As aventuras trágico cómicas do famoso Senhor de La Mancha, a cavalo no seu velho Rocinante, ao lado do seu escudeiro Sancho Pança, é transposta para o mundo do musical por Dale Wasserman, que também foi o autor da peça “Voando sobre o ninho Cucos”. O destino de Don Quixote, identificado com o do seu autor, Miguel de Cervantes, é o pano de fundo para a história épica de uma busca impossível, da propensão universal de sonhar a sua própria vida através das histórias, com música de Mitch Leigh e nos textos em francês de Jacques Brel, ele próprio um criador do personagem de Dom Quixote.
A primeira apresentação deste musical, com Brel no papel de D.Quixote foi em 4 de Outubro de 1968 no Teatro de la Monnaie em Bruxelas.
O texto em português desta canção pode ser lido AQUI neste blog.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
EUROP'A SAX
A Associação Internacional A. Sax apresenta em Dinant, Bélgica, no quadro do 5º concurso internacional, o seu agrupamento de mais de 1500 saxofonistas, em 13 de Novembro, pelas 18 horas.
Os músicos vão tocar uma peça dividida em três partes de Alain Crépin, professor do Conservatório Superior de Bruxelas. A primeira parte evoca a Espanha com uma composição de ritmo muito próximo do passo doble. A segunda parte evoca a Bélgica através de excertos de canções de JACQUES BREL (Bruxelles, Le plat pays, etc). A terceira parte da peça de Crépin evoca a Hungria com uma rapsódia inspirada em Bartok e Kodaly.
Adolphe Sax, o inventor do saxofone , nasceu em Dinant, em 1814.
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
JORDENS / BREL
Das Edições JACQUES BREL recebi a informação de mais um espectáculo de homenagem a Brel. Trata-se de FILIP JORDENS (já AQUI falado neste blog) que tem um espectáculo de 4 a 13 de Novembro no Espaço Delvaux em Watermael, Boitsfort, na Bélgica.
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