Em 1960 Jacques Brel encontra Charley Marouani que se torna o seu empresário. É o grande salto para a fama e para o sucesso internacional. Marouani organiza espectáculos de Brel por todo o mundo, e em 1961 consegue que Brel substitua Marlene Dietrich num concerto no Olympia de Paris. Marlene desistira à última hora do seu espectáculo por causas imprevistas e Brel não desiludiu o exigente público daquela importante sala de espectáculos. A canção L’ivrogne, é deste espectáculo de 1961.
O BÊBADO (1961)
Amigo, enche-me o copo... Só mais um, e eu vou-me embora. Não, não vou chorar... Estou alegre e até já canto, mas, dói-me ser assim... Amigo enche-me o copo, enche-me o copo...
Bebamos à tua saúde, tu que sabes tão bem dizer que tudo se vai arranjar, que ela vai voltar... Tanto pior se estás a mentir, taberneiro antipático... Daqui a bocado estarei bêbado e estarei sem tristeza...
Bebamos à saúde dos amigos e das paródias que eu vou reencontrar e que me vão agradar... Tanto pior se esses tipos me deixarem por aí caído... Eu estarei bêbado daqui a bocado e estarei sem cólera...
Bebamos à minha saúde... Bebam comigo, venham dançar, partilhem a minha alegria... Tanto pior se os dançarinos me deixarem por aí ao relento... Daqui a um bocado estarei bêbado e estarei sem rancor... Bebamos às miúdas que me resta amar, bebamos já às miúdas que eu vou fazer chorar. Tanto pior para as flores que me vão rejeitar... Eu estarei bêbado daqui a um bocado e estarei sem paixão...
Bebamos à puta que me destroçou o coração... Bebamos a pleno desgosto, bebamos a plenos prantos, e tanto pior para os prantos que me inundam esta noite... Eu estarei bêbado daqui a bocado e estarei sem memória. Bebamos, noite após noite, até que eu fique medonho para a insignificante Sylvie, para o insignificante remorso... Bebamos, que está na hora. Bebamos só por beber... Daqui a um bocado estarei bem... Estarei sem esperança...
Amigo, enche-me o copo... Só mais um e eu vou-me embora. Não, não vou chorar, estou alegre e até canto... Tudo se há-de arranjar, amigo enche-me o copo, enche-me o copo...
AMIGOS BEBAM UM COPO À MINHA SAÚDE QUE EU VOU BEBER À VOSSA !!!
BOM ANO DE 2010 !
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
L'HOMME DE LA MANCHA
Em Agosto de 1968, começam os ensaios de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées em Paris.
A 4 de Outubro é a estreia no Théâtre Royal de la Monnaie em Bruxelles. Dario Moreno interpreta o papel de Sancho Pança.
Em 30 de Novembro, Dario Moreno morre no aeroporto de Istambul e é substituído por Robert Manuel. É durante este mês de Novembro que a comédia musical americana "Jacques Brel is alive and well and living in Paris" é estreada em Londres.
A 11 de Dezembro tem lugar a primeira apresentação de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées, Paris.
O Homem da Mancha (1968)
Escuta-me pobre mundo, insuportável mundo
Isto é demais, já bateste no fundo, estás demasiado cinzento
Tu és demasiado feio abominável mundo,
Escuta-me, um cavaleiro desafia-te, sim sou eu Dom Quixote
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra
Porque eu tenho honra em ser EU, D.Quixote sem medo
E o vento da história canta em mim,
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
E eu sou Sancho, Sancho, o seu criado, o seu filho, o seu irmão
Sancho o seu único amigo, para sempre o seu único seguidor
e por isso me orgulho...
Olhem para mim, dragões, feiticeiros e feiticeiras, o vosso reino morre hoje
Olhem para mim, a virtude arde na minha bandeira
Olhem para mim, um cavaleiro desafia-vos. Sim, sou EU, D.Quixote,
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra,
Porque eu tenho honra em ser eu, D.Quixote sem medo...
E o vento da história canta em mim
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
A 4 de Outubro é a estreia no Théâtre Royal de la Monnaie em Bruxelles. Dario Moreno interpreta o papel de Sancho Pança.
Em 30 de Novembro, Dario Moreno morre no aeroporto de Istambul e é substituído por Robert Manuel. É durante este mês de Novembro que a comédia musical americana "Jacques Brel is alive and well and living in Paris" é estreada em Londres.
A 11 de Dezembro tem lugar a primeira apresentação de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées, Paris.
O Homem da Mancha (1968)
Escuta-me pobre mundo, insuportável mundo
Isto é demais, já bateste no fundo, estás demasiado cinzento
Tu és demasiado feio abominável mundo,
Escuta-me, um cavaleiro desafia-te, sim sou eu Dom Quixote
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra
Porque eu tenho honra em ser EU, D.Quixote sem medo
E o vento da história canta em mim,
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
E eu sou Sancho, Sancho, o seu criado, o seu filho, o seu irmão
Sancho o seu único amigo, para sempre o seu único seguidor
e por isso me orgulho...
Olhem para mim, dragões, feiticeiros e feiticeiras, o vosso reino morre hoje
Olhem para mim, a virtude arde na minha bandeira
Olhem para mim, um cavaleiro desafia-vos. Sim, sou EU, D.Quixote,
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra,
Porque eu tenho honra em ser eu, D.Quixote sem medo...
E o vento da história canta em mim
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
LES SINGES
Brel dizia que “na vida o que conta é a intensidade da vida e não a sua duração... Viver é formidável. Não é um caso sério, não é um caso grave. É preciso saber fugir da gravidade dos imbecis” e já agora dos macacos, digo eu. O texto que publico hoje é de 1961 e chama-se Les singes, os macacos, aqueles que nos querem controlar a vida, penalizar a vida, amargurar a vida, destruir a vida... Os macacos dos nossos bairros...
OS MACACOS (1961)
Antes deles, antes dos cus pelados, a flor, o pássaro e nós, andávamos em liberdade... Mas, eles chegaram e a flor foi para um vaso, e o pássaro para uma gaiola... E nós para um número. Porque eles inventaram as prisões, e os condenados, e os registos criminais, e os buracos na fechadura, e as línguas cortadas das primeiras censuras...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, não havia problema quando as bananas amadureciam mesmo pela Quaresma... Mas, eles chegaram a abarrotar de intolerância, e foram caçar, pregando outras intolerâncias. Porque eles inventaram a caça aos albigenses, a caça aos infiéis e a caça a outros que tais... A caça aos macacos sensatos que não gostavam de caçar...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, o homem era um príncipe, a mulher uma princesa e o amor uma província... Mas, eles chegaram, e o príncipe é um vagabundo, a província definha e a princesa está à venda... Porque eles inventaram que o amor é pecado, o amor é um negócio, uma feira de virgens, o direito ao assédio… Inventaram as patroas de bordel...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles havia paz sobre a Terra, quando para dez elefantes não havia mais que um militar... Mas, eles chegaram, e foi à bastonada que a razão de Estado caçou a razão... Porque eles inventaram o ferro de empalar, e a câmara de gás, e a cadeira eléctrica, e a bomba de napalm, e a bomba atómica...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro... Os macacos do meu bairro!
OS MACACOS (1961)
Antes deles, antes dos cus pelados, a flor, o pássaro e nós, andávamos em liberdade... Mas, eles chegaram e a flor foi para um vaso, e o pássaro para uma gaiola... E nós para um número. Porque eles inventaram as prisões, e os condenados, e os registos criminais, e os buracos na fechadura, e as línguas cortadas das primeiras censuras...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, não havia problema quando as bananas amadureciam mesmo pela Quaresma... Mas, eles chegaram a abarrotar de intolerância, e foram caçar, pregando outras intolerâncias. Porque eles inventaram a caça aos albigenses, a caça aos infiéis e a caça a outros que tais... A caça aos macacos sensatos que não gostavam de caçar...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, o homem era um príncipe, a mulher uma princesa e o amor uma província... Mas, eles chegaram, e o príncipe é um vagabundo, a província definha e a princesa está à venda... Porque eles inventaram que o amor é pecado, o amor é um negócio, uma feira de virgens, o direito ao assédio… Inventaram as patroas de bordel...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles havia paz sobre a Terra, quando para dez elefantes não havia mais que um militar... Mas, eles chegaram, e foi à bastonada que a razão de Estado caçou a razão... Porque eles inventaram o ferro de empalar, e a câmara de gás, e a cadeira eléctrica, e a bomba de napalm, e a bomba atómica...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro... Os macacos do meu bairro!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
PLACE DE LA CONTRESCARPE
Encontrei aqui na net uma canção de Jacques Brel que não está gravada em qualquer suporte áudio. O texto também não consta em nenhum site especializado em "lyrics" desses que abundam na rede.
Os meus agradecimentos a Rodolphe Guillo que me ajudou a entender o texto.
Portanto, aqui vão os versos da canção em português sem link para a versão original.
Praça da Contrescarpe
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Eles batem os calcanhares
Eles têm os pés gelados
As mãos nos bolsos esburacados
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
No Verão, quatro árvores verdes
Quatro árvores negras no Inverno
E em redor dos cafés
Cerveja quente bem fresquinha
O vento varre a geada
Do telhado das casas
E dão voltas o negro zarolho
O árabe e o bretão
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
A música do vento
Esta noite fá-los dansar
E os últimos transeuntes
Passam com passo apressado
Depois os carros da polícia
Sem sirene nem buzina
Embalam seguros os vagabundos
Vagabundos campanários
Privilegiados, os pobres
Passarão a noite no violino
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Os nossos vagabundos dansam numa roda
Os meus agradecimentos a Rodolphe Guillo que me ajudou a entender o texto.
Portanto, aqui vão os versos da canção em português sem link para a versão original.
Praça da Contrescarpe
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Eles batem os calcanhares
Eles têm os pés gelados
As mãos nos bolsos esburacados
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
No Verão, quatro árvores verdes
Quatro árvores negras no Inverno
E em redor dos cafés
Cerveja quente bem fresquinha
O vento varre a geada
Do telhado das casas
E dão voltas o negro zarolho
O árabe e o bretão
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
A música do vento
Esta noite fá-los dansar
E os últimos transeuntes
Passam com passo apressado
Depois os carros da polícia
Sem sirene nem buzina
Embalam seguros os vagabundos
Vagabundos campanários
Privilegiados, os pobres
Passarão a noite no violino
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Os nossos vagabundos dansam numa roda
domingo, 27 de dezembro de 2009
1 Km DE CADA VEZ
Viajar é usufruir. É sentir o momento e os locais por onde se passa.
“1 km de cada vez”, o mais recente livro de GONÇALO CADILHE, celebra “a preguiça do viajante”.
Publicado pela OFICINA DO LIVRO, “1 km de cada vez” foi lançado no passado dia 24 de Novembro 2009.
Neste novo livro de textos inéditos, o autor relata o que sentiu nas viagens efectuadas ao longo de quinze meses. Sem pressas e sem datas. Por destinos tão diversos e longínquos como as ilhas Galápagos, o Sueste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia.
Gonçalo Cadilhe esteve em Hiva Oa e estas são as suas palavras para descrever a sua visita ao cemitério onde jaz Jacques Brel:
"O pequeno cemitério onde jazem os restos mortais de Brel encontra-se numa colina em anfiteatro sobre o mar. Passei uma tarde no cemitério, sereno e alheado, a ler, a olhar o mar, a meditar no que teria sido a vida de Brel ali. Com o quê ocuparia o seu tempo? Que livros, vinhos, música, teria trazido para esta sua ilha deserta? E se a morte não o tivesse levado, o que teria sido a sua vida? Teria regressado a Paris, à Bélgica; ou ainda estaria nas ilhas Marquesas?”
Gonçalo Cadilhe
1 km de cada vez
“1 km de cada vez”, o mais recente livro de GONÇALO CADILHE, celebra “a preguiça do viajante”.
Publicado pela OFICINA DO LIVRO, “1 km de cada vez” foi lançado no passado dia 24 de Novembro 2009.
Neste novo livro de textos inéditos, o autor relata o que sentiu nas viagens efectuadas ao longo de quinze meses. Sem pressas e sem datas. Por destinos tão diversos e longínquos como as ilhas Galápagos, o Sueste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia.
Gonçalo Cadilhe esteve em Hiva Oa e estas são as suas palavras para descrever a sua visita ao cemitério onde jaz Jacques Brel:
"O pequeno cemitério onde jazem os restos mortais de Brel encontra-se numa colina em anfiteatro sobre o mar. Passei uma tarde no cemitério, sereno e alheado, a ler, a olhar o mar, a meditar no que teria sido a vida de Brel ali. Com o quê ocuparia o seu tempo? Que livros, vinhos, música, teria trazido para esta sua ilha deserta? E se a morte não o tivesse levado, o que teria sido a sua vida? Teria regressado a Paris, à Bélgica; ou ainda estaria nas ilhas Marquesas?”
Gonçalo Cadilhe
1 km de cada vez
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sábado, 26 de dezembro de 2009
Brel actor (5)
L'Aventure c'est l'aventure
Realização: Claude Lelouch
Imagem: Jean Collomb
Música: Francis Lai
Montagem: Jeannine Boublil
Produção: Films 13, Artistes Associés, Films Ariane
Duração: 120 min.
Estreia: 04/05/1972
COM: Jacques Brel, Lino Ventura, Charles Denner, Aldo Maccione, Charles Gérard, Johnny Halliday, Nicole Courcel.
Argumento :
Roubos, assaltos à mão armada, acertos de contas, homicídios... eis o festival de delitos oferecido aos parisienses, no ano de 1972. Mas isto não serve para concluir que os bandidos têm vida fácil, porque se é canja roubar um banco, não quer dizer que haja lá dinheiro. Jacques, Lino e Simon, três líderes de uma quadrilha e os seus lacaios Charlo e Aldo, reúnem-se então para resolver os seus problemas de golpes falhados. Conclusão: É preciso rever toda a metolodogia e aplicar à indústria do crime, em crise, as soluções usadas nas empresas, como por exemplo, gestão, reciclagem e formação acelerada de gestores. Depois desta preparação intensiva os cinco comparsas lançam-se no único ramo que ainda oferece oportunidades seguras – a política.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
DITES, SI C'ÉTAIT VRAI
Pintura flamenga do século XVI, de GERARD DAVID
Jacques Brel nascido em Bruxelas, mas de cepa flamenga, é educado na religião católica, mas sem fé. Na infância e adolescência frequenta um instituto católico, é escuteiro e colabora com a Franche Cordée, um movimento juvenil católico. A abordagem dos temas religiosos nas suas canções joga sempre com este dilema teológico: O mundo é cruel! Se Deus é bom e criador porque é que a criação é tão imperfeita? Um padre jesuíta, amigo do cantor, disse um dia que o problema essencial de Brel era o sofrimento do mundo.
DIGAM, SE FOI VERDADE - 1958
Digam, digam, se foi verdade. Se ele nasceu realmente em Belém, num estábulo.
Digam, se foi verdade. Se os Reis Magos vieram realmente de muito, muito longe para lhe trazer ouro, mirra e incenso...
Digam, se foi verdade, se foi verdade tudo o que eles escreveram, Lucas, Mateus, e os outros dois...
Digam, se foi verdade o caso das bodas de Canaã, e o caso do Lázaro...
Digam, se foi verdade, se foi verdade aquilo que contam às crianças, à noite, antes de adormecer. Vocês sabem, quando eles rezam o Pai-nosso e a Avé Maria.
Se isso foi tudo verdade, direi que sim, certamente que direi sim.
Porque isso é tudo tão belo quando se acredita que é verdade...
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
AXEL CHILL, "ZO BREL"
Rodolphe Guillo que foi ver o espectáculo de AXEL CHILL, "ZO BREL", no passado dia 18 em Saint-Malo, escreveu no seu blog LA CHANSON DE JACKY uma crítica ao espectáculo (que traduzi para O CANTO DO BREL). Ontem Rodolphe indicou-me o site onde estão excertos das interpretações de Axel Chill de algumas canções desse espectáculo sobre o Grand Jacques. Quem estiver interessado em escutar esses excertos clique AQUI.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Anthony Cable, THE RAGE TO LIVE
Recebi das Edições Jacques Brel mais uma informação sobre o espectáculo “Jacques Brel THE RAGE TO LIVE”. Este espectáculo de homenagem ao cantor (a que fiz referência no dia 19 de Setembro) tem tido imenso êxito na França, Alemanha e Inglaterra, não só pela afluência de público que tem esgotado as salas, como pelos comentários entusiásticos publicados pelos críticos teatrais.
A última actuação foi ontem, dia 21, no New End Theatre, em Hampstead, Londres.
Veja-se na página de ANTHONY CABLE, o actor que faz reviver Brel no palco, acompanhado por um pianista - Michael Roulston - e por um acordianista - Igor Outkine.
A última actuação foi ontem, dia 21, no New End Theatre, em Hampstead, Londres.
Veja-se na página de ANTHONY CABLE, o actor que faz reviver Brel no palco, acompanhado por um pianista - Michael Roulston - e por um acordianista - Igor Outkine.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
"ZO BREL" visto por RODOLPHE GUILLO
No dia 4 de Dezembro passado publiquei aqui o anúncio de mais um espectáculo em homenagem JACQUES BREL. Tratava-se de “ZO BREL”. Ora, um dos autores do site LA CHANSON DE JACKY, RODOLPHE GUILLO, foi ver este espectáculo, no dia 18, em Saint-Malo e publicou no seu BLOG as suas impressões sobre o que viu e ouviu. Tomo a liberdade de transcrever esse pequeno texto aqui no CANTO DO BREL.
“No porto de Saint-Malo, há artistas que interpretam os temas que os atormentam para lá de Saint-Malo”
Esta Sexta feira, 18 de Dezembro, enfrentando a neve, fui ver o espectáculo “Zo Brel” com Axel Chill, cantor e comediante, e Jean-Jacques Marin, pianista, que decorreu em Saint-Malo. Foi sobre um palco sóbrio, com um piano decorado com o desenho de duas margaridas e com dois bancos pequenos, que os dois companheiros representaram a comédia humana segundo Brel.
Se os textos permanecem, é claro, os mesmos, as músicas foram arranjadas de maneira diferente para permitir, a Axel Chill jogar com o seu talento de actor e Jean-Jacques Marin com o seu brilhantismo de pianista, a encenação dos textos. O conjunto das canções está organizado em consonância com os extractos mais marcantes da filosofia de Brel: as citações que ficaram célebres sobre a estupidez, o talento, o gosto da aventura...
O reportório apresentado é constituído por canções que jogam sobretudo com o contraste de sentimentos. Nada de "Ne me quitte pas", de "Chanson de Jacky" ou de "Marieke".
Começando com o pouco conhecido “Le cheval” , onde Axel Chill imediatamente demonstra sua capacidade de pantomima, fiquei logo fascinado pela sua interpretação
de "Fils de...", e verdadeiramente divertido com "Rosa", onde se passa da candura infantil e timidez pela segurança do estado amoroso à descoberta dos espinhosos problemas do amor. Tudo termina numa cena taciturna com “Ces gens-lá” lançando um véu de escuridão e melancolia sobre todos os temas tratados de modo tão divertido.
O espectáculo terminou sob o entusiasmo de um público fascinado e conquistado reclamando “mais uma, mais uma, mais uma!!!” Os intérpretes cumprimentaram, explicaram que o espectáculo era composto unicamente por canções de Brel, risos, o encenador agradeceu e concluiu: “Brel nunca fazia repetições (bis)”. A esperança floresceu e...Venha ver!!!
“No porto de Saint-Malo, há artistas que interpretam os temas que os atormentam para lá de Saint-Malo”
Esta Sexta feira, 18 de Dezembro, enfrentando a neve, fui ver o espectáculo “Zo Brel” com Axel Chill, cantor e comediante, e Jean-Jacques Marin, pianista, que decorreu em Saint-Malo. Foi sobre um palco sóbrio, com um piano decorado com o desenho de duas margaridas e com dois bancos pequenos, que os dois companheiros representaram a comédia humana segundo Brel.
Se os textos permanecem, é claro, os mesmos, as músicas foram arranjadas de maneira diferente para permitir, a Axel Chill jogar com o seu talento de actor e Jean-Jacques Marin com o seu brilhantismo de pianista, a encenação dos textos. O conjunto das canções está organizado em consonância com os extractos mais marcantes da filosofia de Brel: as citações que ficaram célebres sobre a estupidez, o talento, o gosto da aventura...
O reportório apresentado é constituído por canções que jogam sobretudo com o contraste de sentimentos. Nada de "Ne me quitte pas", de "Chanson de Jacky" ou de "Marieke".
Começando com o pouco conhecido “Le cheval” , onde Axel Chill imediatamente demonstra sua capacidade de pantomima, fiquei logo fascinado pela sua interpretação
de "Fils de...", e verdadeiramente divertido com "Rosa", onde se passa da candura infantil e timidez pela segurança do estado amoroso à descoberta dos espinhosos problemas do amor. Tudo termina numa cena taciturna com “Ces gens-lá” lançando um véu de escuridão e melancolia sobre todos os temas tratados de modo tão divertido.
O espectáculo terminou sob o entusiasmo de um público fascinado e conquistado reclamando “mais uma, mais uma, mais uma!!!” Os intérpretes cumprimentaram, explicaram que o espectáculo era composto unicamente por canções de Brel, risos, o encenador agradeceu e concluiu: “Brel nunca fazia repetições (bis)”. A esperança floresceu e...Venha ver!!!
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domingo, 20 de dezembro de 2009
LE PLAT PAYS
Le plat pays, foi escrito no ano de 1961. Brel tinha comprado uma casa em Roquebrune, à beira mar, e lá, em dez dias, escreveu um dos seus mais belos textos. No entanto, a canção teve uma má recepção por parte da Philips, empresa discográfica do cantor, e foi incluída num disco apenas para tapar um buraco. Só que, inesperadamente Le plat pays tornou-se num sucesso estrondoso! Jacques Brel não se considerava poeta, mas autor de canções. No entanto, admitia que este texto era uma excepção e seria um texto poético.
Nesta ilustração do álbum ASTERIX ENTRE OS BELGAS (Dargaud Editeur) Gosciny faz uma referência a Brel e à canção Le plat pays. Oppidum é uma fortaleza em latim.
O PAÍS PLANO - 1962
Com o Mar do Norte como último terreno baldio, e com as vagas de dunas para conter as vagas, e os vagos rochedos que as marés galgam e que têm para sempre o coração na maré baixa... Com um nunca acabar de brumas a chegar, trazidas pelo de vento de Leste, escutem-no a resistir, este país plano que é o meu...
Com catedrais, como únicas montanhas, e negros campanários, como mastros de cocanha, onde diabos em pedra esgaçam as nuvens... Com o correr dos dias como única viagem, e caminhos de chuva como única despedida... Com o vento de Oeste, escutem-no a implorar, este país plano que é o meu...
Com um céu tão baixo que um canal se afundou. Com um céu tão baixo que cria a humildade. Com um céu tão cinzento que um canal se enforcou... Com um céu tão cinzento que é preciso perdoar-lhe. Com o vento do norte que vem dilacerar-se... Com o vento do Norte, escutem-no estalar, este país plano que é o meu...
Com a Itália a descer o rio Escault, com a loira Frida a tornar-se Margot. Quando os filhos de Novembro regressam em Maio, quando a planície fumega e estremece em Julho. Quando o vento está alegre e corre pelo trigo, quando o vento está de Sul, escutem-no a cantar, este país plano que é o meu...
Nesta ilustração do álbum ASTERIX ENTRE OS BELGAS (Dargaud Editeur) Gosciny faz uma referência a Brel e à canção Le plat pays. Oppidum é uma fortaleza em latim.
O PAÍS PLANO - 1962
Com o Mar do Norte como último terreno baldio, e com as vagas de dunas para conter as vagas, e os vagos rochedos que as marés galgam e que têm para sempre o coração na maré baixa... Com um nunca acabar de brumas a chegar, trazidas pelo de vento de Leste, escutem-no a resistir, este país plano que é o meu...
Com catedrais, como únicas montanhas, e negros campanários, como mastros de cocanha, onde diabos em pedra esgaçam as nuvens... Com o correr dos dias como única viagem, e caminhos de chuva como única despedida... Com o vento de Oeste, escutem-no a implorar, este país plano que é o meu...
Com um céu tão baixo que um canal se afundou. Com um céu tão baixo que cria a humildade. Com um céu tão cinzento que um canal se enforcou... Com um céu tão cinzento que é preciso perdoar-lhe. Com o vento do norte que vem dilacerar-se... Com o vento do Norte, escutem-no estalar, este país plano que é o meu...
Com a Itália a descer o rio Escault, com a loira Frida a tornar-se Margot. Quando os filhos de Novembro regressam em Maio, quando a planície fumega e estremece em Julho. Quando o vento está alegre e corre pelo trigo, quando o vento está de Sul, escutem-no a cantar, este país plano que é o meu...
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
IVON CURI
IVON CURI (1928/1995)
Cantor, compositor e actor brasileiro.
No princípio dos anos 60 dizia-se que IVON CURI era o único intérprete brasileiro de Chevalier a Serge Gainsbourg, a Ricet Barrier, a Jacques Brel, a Gilbert Becaud passando por Jean Sablon, Georges Ulmer, Charles Trenet , Leo Ferré e Catherine Sauvage. Ivon Curi tinha com esta constelação francesa um parentesco: a inteligência do que cantava e o domínio do público só pela sua presença. Chamavam-lhe o “actor da canção”.
Foi ele quem primeiro traduziu para português canções de Jacques Brel, e nos seus espectáculos, como “actor da canção” que era, dava-lhes a encenação que os textos exigiam, tornando as canções grandes êxitos do seu reportório.
E para se ter uma ideia do que seriam as suas interpretações de Brel, hoje transcrevo o texto OS BOMBONS. A tradução de Ivon Curi não é uma tradução à letra, mas uma tradução cantável com rimas e métricas ajustadas à melodia original. No entanto, Ivon Curi soube dar-lhe o inconfundível sabor sarcástico de Brel.
Agradeço a RODOLPHE GUILLO o envio do ficheiro com as canções de Ivon Curi do LP “Um espectáculo à parte”.
OS BOMBONS (Trad. Ivon Curi) 1963
Boa tarde Teresa Cristina
Que linda tarde de Primavera, não acha, então?
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis
E os bombons além de bons, cá para nós
São bem mais comíveis,
Pois rosas... só quando em “botons”
Por isso eu optei pelos bombons...
Vim convidá-la a passear
Com você mamã não vai zangar,
Nós vamos ver o trem passar
Verá como é lindo seu apitar,
E nós dois presos de “emoçon”
Comeremos juntos um bombon...
Quantos olhares invejosos
Todos me olham de soslaio,
Momentos tão maravilhosos
Que eu desfaleço, quase desmaio,
O Freud tem a “explicaçon”,
A propósito experimente um bombon...
Olha a Mafalda tão demodé
Tão presunçosa e tão cruel,
Mafalda é lixo perto de você
Mafalda é a própria cascavel,
Eu falo porque tenho mil “razons”
Só p’ra você eu traria bombons...
A Praça Boris está em festa,
Olha o Leon a nos olhar,
Teresa Cristina ele não presta
Mas se prefere ... dou meu lugar,
Se você fica com o Leon
Eu levo de volta o meu bombon...
Boa tarde senhorita Mafalda
Que linda tarde de Primavera,
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis,
E os bombons além de bons
Cá para nós são bem mais comíveis...
O texto em português, tradução do original, está publicado neste blog em 10 de Setembro.
Cantor, compositor e actor brasileiro.
No princípio dos anos 60 dizia-se que IVON CURI era o único intérprete brasileiro de Chevalier a Serge Gainsbourg, a Ricet Barrier, a Jacques Brel, a Gilbert Becaud passando por Jean Sablon, Georges Ulmer, Charles Trenet , Leo Ferré e Catherine Sauvage. Ivon Curi tinha com esta constelação francesa um parentesco: a inteligência do que cantava e o domínio do público só pela sua presença. Chamavam-lhe o “actor da canção”.
Foi ele quem primeiro traduziu para português canções de Jacques Brel, e nos seus espectáculos, como “actor da canção” que era, dava-lhes a encenação que os textos exigiam, tornando as canções grandes êxitos do seu reportório.
E para se ter uma ideia do que seriam as suas interpretações de Brel, hoje transcrevo o texto OS BOMBONS. A tradução de Ivon Curi não é uma tradução à letra, mas uma tradução cantável com rimas e métricas ajustadas à melodia original. No entanto, Ivon Curi soube dar-lhe o inconfundível sabor sarcástico de Brel.
Agradeço a RODOLPHE GUILLO o envio do ficheiro com as canções de Ivon Curi do LP “Um espectáculo à parte”.
OS BOMBONS (Trad. Ivon Curi) 1963
Boa tarde Teresa Cristina
Que linda tarde de Primavera, não acha, então?
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis
E os bombons além de bons, cá para nós
São bem mais comíveis,
Pois rosas... só quando em “botons”
Por isso eu optei pelos bombons...
Vim convidá-la a passear
Com você mamã não vai zangar,
Nós vamos ver o trem passar
Verá como é lindo seu apitar,
E nós dois presos de “emoçon”
Comeremos juntos um bombon...
Quantos olhares invejosos
Todos me olham de soslaio,
Momentos tão maravilhosos
Que eu desfaleço, quase desmaio,
O Freud tem a “explicaçon”,
A propósito experimente um bombon...
Olha a Mafalda tão demodé
Tão presunçosa e tão cruel,
Mafalda é lixo perto de você
Mafalda é a própria cascavel,
Eu falo porque tenho mil “razons”
Só p’ra você eu traria bombons...
A Praça Boris está em festa,
Olha o Leon a nos olhar,
Teresa Cristina ele não presta
Mas se prefere ... dou meu lugar,
Se você fica com o Leon
Eu levo de volta o meu bombon...
Boa tarde senhorita Mafalda
Que linda tarde de Primavera,
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis,
E os bombons além de bons
Cá para nós são bem mais comíveis...
O texto em português, tradução do original, está publicado neste blog em 10 de Setembro.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (3)
O bimotor Beech Twin-Bonanza é baptizado de JOJO, alcunha do melhor amigo de Jacques Brel, Georges Pasquier (que tinha falecido em 1974 quando o cantor iniciou a sua volta ao mundo no iate Askoy). Na companhia da sua amiga Maddly Bamy efectua voos naquela zona do Pacífico que ele próprio considera memoráveis e entre os mais belos que sempre fez.
Em Julho de 1977, Brel vai a Paris gravar o seu último disco e reencontra o seu velho amigo Jean Liardon. Juntos voam até à Suiça num Stampe et Vertongen SV.4, um bimotor belga, de dois lugares.
Depois regressou ao seu paraíso tropical, mas logo a seguir, no Verão de 1978, faz a sua última longa viagem de avião, em vida. Não como piloto, mas como passageiro em estado terminal. A sua doença leva-o até Paris e, lá, vem a falecer no hospital Franco-Musulman de Bobigny no dia 9 de Outubro com uma embolia pulmonar.
Três dias depois o seu corpo regressará a Hiva Oa.
O Beech Twin-Bonanza JOJO está agora exposto num hangar do Aeroclube JACQUES BREL em Hiva Oa, perto do Aeroporto também chamado… JACQUES BREL.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (2)
Em 17 de Abril de 1970 Brel obtém a certificação IFR (Instrument Flight Rules) e torna-se co-piloto de Learjet . No ano seguinte voa para as Caraíbas na companhia de alguns amigos a bordo de um Learjet 25 alugado em Geneve. Com uma autonomia de menos de 2.000 Km faz várias etapas, sendo a mais demorada na Gronelândia... devido a uma avaria no trem de aterragem.
Depois de um intervalo consagrado a outra paixão – a vela – ele retomará os comandos de um avião. Na ilha Hiva Oa, no arquipélago das Marquesas, em Julho de 1976, Jacques Brel decide repetir a sua certificação de piloto e faz um curso com o piloto Michel Gauthier. Mas só após a resolução de vários problemas burocráticos, relacionados com a sua doença, ele consegue a revalidação da sua licença para voar.
Compra um Beech Twin-Bonanza em Tahiti, e passa a fazer regularmente o circuito das ilhas para entregar correio, encomendas, medicamentos e até víveres necessários às populações esquecidas naquele fim do mundo.
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (1)
Jacques Brel era um apaixonado pela aviação. Uma paixão tardia dado que começou só aos 35 anos de idade. Em 1964 depois de um concerto em Biarritz, o seu empresário Charley Marouani, alugou uma avioneta para voarem para Charleville, próxima etapa da digressão.
Quem dirigia a aeronave era um ex-piloto da Aéronavale que depois se tornou piloto de ensaios na Sud-Aviation: Paul Lepanse
Durante esse voo de quatro horas Brel tomou a decisão de aprender a pilotar!
O próprio Lepanse foi o seu instrutor e muito rapidamente o cantor consegue a licença para pilotar aviões particulares. Compra um Gardan Horizon com matrícula F-BLPG e voa nele por toda a França durante 3 anos. Depois troca-o por um Wassmer 40 e faz uma longa viagem, com várias etapas, na companhia de Lepanse. Vai de Nice a Beyrouth e regressa via Ankara e Istambul.
Em 1969 decide-se pelo voo com instrumentos e inscreve-se numa das melhores escolas de aviação em Geneve-Cointrin. Lá, vai encontrar Jean Liardon, que além de seu instrutor se vai tornar um dos seus grandes amigos.
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domingo, 13 de dezembro de 2009
DE BRUXELLES AUX MARQUISES
Das edições JACQUES BREL recebi a informação sobre mais um espectáculo dedicado ao cantor. Chama-se BREL DE BRUXELAS ÀS MARQUESAS – BIOGRAFIA MUSICAL - e é da autoria de Jacques Pessis com interpretação de Nathalie Lhermitte.
Esta produção de ETLA PROD é levada à cena no Teatro Dejazet (Paris) de 19 de Novembro 3 de Janeiro.
Esta produção de ETLA PROD é levada à cena no Teatro Dejazet (Paris) de 19 de Novembro 3 de Janeiro.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Brel actor (4)
LA BANDE À BONNOT ou Les Anarchistes
Realização: Philippe Fourastié
Argumento: Rémo Forlani, Philippe Fourastié
Imagem: Alain Levent
Música: François Rauber et Jacques Brel
Montagem: Jacqueline Thiédot
Produção: Intermondia, Kinésis, Mega Films
Duração: 110 min. Estreado: 30/10/1968
Com: Jacques Brel, Annie Girardot, Bruno Cremer.
Argumento :
Um grupo de anarquistas franceses decide entrar pelos caminhos da luta armada quando o seu chefe Raymond (Jacques Brel) é capturado. Juntam-se a um famoso gangster, Bonnot (Bruno Cremer), roubam um carro e começam a assaltar Bancos. E os pacíficos anarquistas rapidamente se tornam perigosos criminosos depois de matar pessoas e fugirem para a Bélgica. Escondem-se num bordel até que a dona os denuncia. O grupo separa-se mas os seus elementos sentem-se inseguros sem o lider Bonnot. A polícia local prende um elemento do bando e logo de seguida cerca o resto dos elementos e pede a ajuda do exército para quenhum consiga escapar. Este filme de gangsters passa-se no princípio do século XX e foi inspirado em factos relatados no Petit Journal.
Realização: Philippe Fourastié
Argumento: Rémo Forlani, Philippe Fourastié
Imagem: Alain Levent
Música: François Rauber et Jacques Brel
Montagem: Jacqueline Thiédot
Produção: Intermondia, Kinésis, Mega Films
Duração: 110 min. Estreado: 30/10/1968
Com: Jacques Brel, Annie Girardot, Bruno Cremer.
Argumento :
Um grupo de anarquistas franceses decide entrar pelos caminhos da luta armada quando o seu chefe Raymond (Jacques Brel) é capturado. Juntam-se a um famoso gangster, Bonnot (Bruno Cremer), roubam um carro e começam a assaltar Bancos. E os pacíficos anarquistas rapidamente se tornam perigosos criminosos depois de matar pessoas e fugirem para a Bélgica. Escondem-se num bordel até que a dona os denuncia. O grupo separa-se mas os seus elementos sentem-se inseguros sem o lider Bonnot. A polícia local prende um elemento do bando e logo de seguida cerca o resto dos elementos e pede a ajuda do exército para quenhum consiga escapar. Este filme de gangsters passa-se no princípio do século XX e foi inspirado em factos relatados no Petit Journal.
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
L'AIR DE LA BÊTISE
Jacques Brel grava o seu terceiro disco em 1957. É um disco ainda influenciado por temas muito líricos, de matriz moralista. Há, porém, neste trabalho uma canção que deixa antever um Brel NOVO. Um Brel que pretende dizer coisas diferentes. Nesta canção, L’air de la Bêtise, o cantor deixa-se de lirismos e revela-se duro, ríspido, crítico. A agressividade e a provocação manifestam-se...
A ÁRIA DA ESTUPIDEZ (1957)
Mãe das pessoas sem preocupações. Mãe dos que se dizem poderosos... Mãe dos brandos costumes e princesa das gentes sem remorsos... Nós te saudamos, Dona Estupidez, tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez,...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para teres tantos amantes e tantos namorados, tantos representantes e tantos prisioneiros... Para urdires tantos malentendidos, e fazer crer aos cretinos que afinal nós somos persuadidos a vencer na vida à custa de falsos respeitos... De invejas mesquinhas... De nobres intolerâncias...
Mãe das mulheres fatais e dos casamentos por dinheiro... Mãe de todas as meretrizes... Princesa pálida do Vison, nós te saudamos, Dona Estupidez... tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para que a gente não veja o sorriso cúmplice que fará de nós todos, cornudos muito nobres... Para nos fazer esquecer que as verdadeiras putas são aquelas que se fazem pagar, não antes, mas depois... Para que seja possível, certas noites, eu cruzar-me com o teu olhar familiar no fundo do meu espelho...
A ÁRIA DA ESTUPIDEZ (1957)
Mãe das pessoas sem preocupações. Mãe dos que se dizem poderosos... Mãe dos brandos costumes e princesa das gentes sem remorsos... Nós te saudamos, Dona Estupidez, tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez,...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para teres tantos amantes e tantos namorados, tantos representantes e tantos prisioneiros... Para urdires tantos malentendidos, e fazer crer aos cretinos que afinal nós somos persuadidos a vencer na vida à custa de falsos respeitos... De invejas mesquinhas... De nobres intolerâncias...
Mãe das mulheres fatais e dos casamentos por dinheiro... Mãe de todas as meretrizes... Princesa pálida do Vison, nós te saudamos, Dona Estupidez... tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para que a gente não veja o sorriso cúmplice que fará de nós todos, cornudos muito nobres... Para nos fazer esquecer que as verdadeiras putas são aquelas que se fazem pagar, não antes, mas depois... Para que seja possível, certas noites, eu cruzar-me com o teu olhar familiar no fundo do meu espelho...
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
L’INACCESSIBLE ÉTOILE
Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre mais um espectáculo sobre Brel, desta vez produzido por ANTONIA BOSCO, com encenação de Clémentine Yelnik e arranjos de Vincent Minazzoli.
L’INACCESSIBLE ÉTOILE é o nome do espectáculo que terá lugar no Teatro95, em Cergy-Pontoise, no dia 18 de Dezembro, Sexta-feira, às 21Horas e no Domingo às 16Horas.
L’INACCESSIBLE ÉTOILE é o nome do espectáculo que terá lugar no Teatro95, em Cergy-Pontoise, no dia 18 de Dezembro, Sexta-feira, às 21Horas e no Domingo às 16Horas.
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
OS NOMES DE PARIS
Segundo as próprias palavras de Brel, para se vencer na vida do espectáculo musical só havia uma cidade: PARIS. Em Fevereiro de 1953 ele tinha gravado em Bruxelas um disco com duas canções que vendeu duzentos exemplares. Desiludido comprou um bilhete de 3ª classe para a cidade luz. Quando saiu o primeiro disco de Brel, em França, um crítico de um prestigiado jornal parisiense escreveu “este belga cantor não se esqueça que há dois comboios por dia para Bruxelas…”
Brel não se deixou abater pelas críticas e Paris foi realmente o seu grande trampolim para a fama.
OS NOMES DE PARIS(1961)
O sol nasce e acaricia os telhados e é PARIS DIA... O Sena passeia-se e faz-se meu guia e é PARIS SEMPRE. O meu coração pára sobre o teu que sorri e é PARIS BOM DIA! A tua mão na minha mão diz-me que sim, e é PARIS AMOR... O primeiro encontro na Ilha de São Luís e é PARIS QUE COMEÇA... O primeiro beijo roubado nas Tulherias e é PARIS DESEJO... E o primeiro beijo recebido sob um alpendre e é PARIS ROMANCE e duas cabeças estonteadas ao olhar Versailles e é PARIS FRANÇA!
Os dias que esquecemos esquecem-se de nós e é PARIS ESPERANÇA... As horas em que os nossos olhares são apenas um olhar e é PARIS ESPELHO. Há sempre mais noites a separar as nossas canções e é PARIS BOA NOITE... E chega, enfim, o dia em que já não dizes NÃO e é PARIS ESTA NOITE! Um quarto tristonho onde termina a nossa viagem e é PARIS NÓS DOIS... Um olhar que recebe toda a ternura do mundo e é PARIS TEUS OLHOS... Essa jura que é mais chorada que falada e é PARIS SE TU QUISERES, sabendo que amanhã será como foi hoje e é PARIS FELICIDADE...
Mas chega o fim da viagem, chega o fim da canção e é PARIS CINZENTO, último dia, última hora, primeira lágrima também, e é PARIS CHUVA... Esses jardins já sem graça, que perderam todo o encanto e é PARIS TÉDIO, a gare onde se vai cumprir a última ruptura e é PARIS DESFECHO... Longe dos olhos, longe do coração, escorraçado do Paraíso e é PARIS TRISTEZA... Mas, uma carta tua, uma carta que diz sim, e é PARIS AMANHÃ... As vilas e as cidades, as estradas tremem de entusiasmo e é PARIS A CAMINHO! E tu estás lá à minha espera, e tudo vai recomeçar, e é PARIS ESTOU DE VOLTA!!!
Brel não se deixou abater pelas críticas e Paris foi realmente o seu grande trampolim para a fama.
OS NOMES DE PARIS(1961)
O sol nasce e acaricia os telhados e é PARIS DIA... O Sena passeia-se e faz-se meu guia e é PARIS SEMPRE. O meu coração pára sobre o teu que sorri e é PARIS BOM DIA! A tua mão na minha mão diz-me que sim, e é PARIS AMOR... O primeiro encontro na Ilha de São Luís e é PARIS QUE COMEÇA... O primeiro beijo roubado nas Tulherias e é PARIS DESEJO... E o primeiro beijo recebido sob um alpendre e é PARIS ROMANCE e duas cabeças estonteadas ao olhar Versailles e é PARIS FRANÇA!
Os dias que esquecemos esquecem-se de nós e é PARIS ESPERANÇA... As horas em que os nossos olhares são apenas um olhar e é PARIS ESPELHO. Há sempre mais noites a separar as nossas canções e é PARIS BOA NOITE... E chega, enfim, o dia em que já não dizes NÃO e é PARIS ESTA NOITE! Um quarto tristonho onde termina a nossa viagem e é PARIS NÓS DOIS... Um olhar que recebe toda a ternura do mundo e é PARIS TEUS OLHOS... Essa jura que é mais chorada que falada e é PARIS SE TU QUISERES, sabendo que amanhã será como foi hoje e é PARIS FELICIDADE...
Mas chega o fim da viagem, chega o fim da canção e é PARIS CINZENTO, último dia, última hora, primeira lágrima também, e é PARIS CHUVA... Esses jardins já sem graça, que perderam todo o encanto e é PARIS TÉDIO, a gare onde se vai cumprir a última ruptura e é PARIS DESFECHO... Longe dos olhos, longe do coração, escorraçado do Paraíso e é PARIS TRISTEZA... Mas, uma carta tua, uma carta que diz sim, e é PARIS AMANHÃ... As vilas e as cidades, as estradas tremem de entusiasmo e é PARIS A CAMINHO! E tu estás lá à minha espera, e tudo vai recomeçar, e é PARIS ESTOU DE VOLTA!!!
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domingo, 6 de dezembro de 2009
NOEL HARRISON
Os anos 60 fecharam musicalmente com chave de ouro. Uma bela canção com música de Michel Legrand e um texto excelente de A.&M.Bergman foi interpretada por NOEL HARRISON e incluída na banda sonora de um filme de 1968 de Norman Jewison THOMAS CROWN AFFAIR. Tratava-se da canção THE WINDMILLS OF YOUR MIND que ganhou um Oscar para o melhor tema musical desse ano. Os anos 70 abriram também com chave de ouro.
Don McLean lançou em 1970 VINCENT, uma das mais belas canções escritas em língua inglesa. Depois desse período áureo dá vontade de reescrever o refrão de American Pie, de Don McLean, cantando... “After those years the music died”.
Vem isto tudo a propósito do filho do famoso Sir Rex Harrison, NOEL HARRISON, um cantor e actor inglês nascido em 1934 que em 2002 lançou um CD com o título “Adieu, Jacques”. Este disco contém 10 canções de Brel e acedendo a este site podemos ouvir uma delas MARIEKE, numa versão actual e numa versão de 1966.
sábado, 5 de dezembro de 2009
BREL e o TEMPLO DO SOL
Quando se fala na Bélgica e na sua cultura moderna três nomes surgem imediatamente:
George Simenon, o Escritor, criador do Inspector Maigret.
Hergé, o autor de BD criador do Tintim.
Jacques Brel, o Cantor e autor de algumas das melhores canções da língua francesa.
Qualquer deles levou o nome da Bélgica aos 4 cantos do mundo. Todos os três têm a sua obra traduzida em inúmeras línguas e venderam milhões de exemplares dos seus trabalhos.
Em 1969 Brel colaborou com Hergé fazendo duas canções para o filme O TEMPLO DO SOL. Esta aventura em BD tinha sido publicada em álbum alguns anos antes.
Quarenta anos depois presto esta pequena homenagem aos dois belgas divulgando aqui o texto de ODE À NOITE do filme de animação Temple du Soleil.
A melodia é da autoria de François Rauber.
(Uma curiosidade: Em 2001 foi feito na Bélgica um Musical baseado noTemplo do Sol)
ODE À NOITE
As flores selvagens escondem a sua idade debaixo da folhagem
eis a noite
o fogo esvai-se de pirilampo em pirilampo
negra é a noite
a lua passa a lua arrefece a lua apaga-se
fria é a noite
a águia poisa junto das outras na Cordilheira
longa é a noite
a serpente dorme na árvore morta que o tempo morde
morta é a noite
o rio rola que se desenrola e que arrulha
canta a noite
a noite protege o doce artifício das ternas armadilhas
louca é a noite
sobre todas as coisas a noite poisa e repousa
longa é a noite....
George Simenon, o Escritor, criador do Inspector Maigret.
Hergé, o autor de BD criador do Tintim.
Jacques Brel, o Cantor e autor de algumas das melhores canções da língua francesa.
Qualquer deles levou o nome da Bélgica aos 4 cantos do mundo. Todos os três têm a sua obra traduzida em inúmeras línguas e venderam milhões de exemplares dos seus trabalhos.
Em 1969 Brel colaborou com Hergé fazendo duas canções para o filme O TEMPLO DO SOL. Esta aventura em BD tinha sido publicada em álbum alguns anos antes.
Quarenta anos depois presto esta pequena homenagem aos dois belgas divulgando aqui o texto de ODE À NOITE do filme de animação Temple du Soleil.
A melodia é da autoria de François Rauber.
(Uma curiosidade: Em 2001 foi feito na Bélgica um Musical baseado noTemplo do Sol)
ODE À NOITE
As flores selvagens escondem a sua idade debaixo da folhagem
eis a noite
o fogo esvai-se de pirilampo em pirilampo
negra é a noite
a lua passa a lua arrefece a lua apaga-se
fria é a noite
a águia poisa junto das outras na Cordilheira
longa é a noite
a serpente dorme na árvore morta que o tempo morde
morta é a noite
o rio rola que se desenrola e que arrulha
canta a noite
a noite protege o doce artifício das ternas armadilhas
louca é a noite
sobre todas as coisas a noite poisa e repousa
longa é a noite....
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
ZO BREL !
Das Edições JACQUES BREL recebi a informação sobre mais um espectáculo em homenagem ao cantor. Trata-se de "ZO BREL!" - Tellement humain.
Um espectáculo musical de Axel Chill (voz) e Jean-Jacques Marin (piano)com encenação de Jacques Ledran.
Terá lugar em Saint Malo, no Teatro Chateaubriand, a 18 de Dezembro.
Um espectáculo musical de Axel Chill (voz) e Jean-Jacques Marin (piano)com encenação de Jacques Ledran.
Terá lugar em Saint Malo, no Teatro Chateaubriand, a 18 de Dezembro.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
VIERZON
No passado dia 28 de Novembro falei aqui da homenagem a Brel “ Ils parlent de Jacques”, feita por Christian Petit e Philippe Callens.
O espectáculo foi ontem, dia 2.
Para o promover, o lavrador DANIEL DONIN DE ROSIÈRE, de Troyes, com o seu tractor de marca VIERZON, foi durante o último fim-de-semana percorrer a distância de duzentos quilómetros entre Troyes e Vesoul. Pelo caminho , Daniel distribuiu gulodices , vendeu postais com a foto de Jacques e recolheu telemóveis velhos ou estragados para reciclagem. Esta promoção do espectáculo teve o apoio da Téléthon que agora fará chegar o dinheiro apurado à Associação Francesa Contra as Miopatias.
Na canção “VESOUL “ Jacques Brel fala desta e de outras localidades: Vierzon, Honfleur, Anvers ou Hambourg. Daniel de Rosière já foi a Vierzon, já foi a Vesoul, e agora pretende ir no seu tractor às outras cidades para recolher telemóveis fora de uso e promover a figura de Jacques Brel.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS
Ontem falei aqui da canção dos Velhos Amantes numa versão portuguesa, afadistada por Mísia. Hoje transcrevo a tradução livre do texto de Brel, sem os espartilhos da rima ou da métrica...
A CANÇÃO DOS VELHOS AMANTES (1967)
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Não resisto à tentação de divulgar uma versão desta canção em holandês. Um dos maiores “cabaretier” deste país, HERMAN VAN VEEN , sempre cantou canções de Brel nos seus espectáculos, e um dos seus sucessos era precisamente LIEFDE VAN LATER – La chanson des vieux amants. E dou o link desta interpretação Herman de Van Veen por duas razões: Por não ter encontrado a versão ao vivo do próprio Brel, e porque vi Herman Van Veen ao vivo no Teatro Carré. Eu estava em Amesterdão em 1976, e por acaso fui assistir ao espectáculo de que presumivelmente estas são algumas imagens…
A CANÇÃO DOS VELHOS AMANTES (1967)
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Não resisto à tentação de divulgar uma versão desta canção em holandês. Um dos maiores “cabaretier” deste país, HERMAN VAN VEEN , sempre cantou canções de Brel nos seus espectáculos, e um dos seus sucessos era precisamente LIEFDE VAN LATER – La chanson des vieux amants. E dou o link desta interpretação Herman de Van Veen por duas razões: Por não ter encontrado a versão ao vivo do próprio Brel, e porque vi Herman Van Veen ao vivo no Teatro Carré. Eu estava em Amesterdão em 1976, e por acaso fui assistir ao espectáculo de que presumivelmente estas são algumas imagens…
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
OS VELHOS AMANTES
Em 1969, um fadista da nossa praça, chamado CARLOS BASTOS, lembrou-se de transformar a canção HEY JUDE, dos Beatles, num fado castiço. Manteve o texto em inglês e, com um arranjo de António Chainho, conseguiu algum sucesso na rádio e nas casas de fado alfacinhas. Gravou mesmo um disco com outros sucessos anglo-americanos recriados no mais puro estilo fadista rufião. Não é difícil fazer esta “habilidade” . Eu próprio cheguei a “cantar” o famoso THOSE WERE THE DAYS (Mary Hopkins) à laia de fado, e era um sucesso... nas festas de amigos, claro!
Tudo isto vem a propósito para falar do texto que vou publicar hoje.
A poetisa ROSA LOBATO FARIA traduziu para português a canção de Jacques Brel,
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS, e a fadista MISIA transformou a canção num... FADO! Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é... falso!
OS VELHOS AMANTES
Amor que grita, amor que cala, amor que ri, amor que chora
Mil vezes eu peguei na mala, mil vezes tu te foste embora
E tanto barco a ir ao fundo tornava o mar da nossa casa
Em oceano de loucura, quando oscilava o nosso mundo
Eu perdia o golpe de asa e tu o gosto da aventura…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
Conheço bem os teus desejos e tu as minhas fantasias
Morreste em mim todos os beijos, nasci em ti todos os dias
Se muita vez fomos traição e muita vez mudou o vento
E muito gesto foi insulto, em tanta dor de mão em mão
Não aprendemos o talento, de envelhecer sem ser adultos…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
E quanto mais o tempo passa e quanto mais a vida flui
e quanto mais se perde a graça do que tu foste e da que eu fui
Mais a ternura nos aperta, mais a palavra fica certa
Mais o amor toma lugar, envelhecemos mais depressa
mas nos teus olhos a promessa vai-se cumprindo devagar…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
(trad. Rosa Lobato Faria)
Tudo isto vem a propósito para falar do texto que vou publicar hoje.
A poetisa ROSA LOBATO FARIA traduziu para português a canção de Jacques Brel,
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS, e a fadista MISIA transformou a canção num... FADO! Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é... falso!
OS VELHOS AMANTES
Amor que grita, amor que cala, amor que ri, amor que chora
Mil vezes eu peguei na mala, mil vezes tu te foste embora
E tanto barco a ir ao fundo tornava o mar da nossa casa
Em oceano de loucura, quando oscilava o nosso mundo
Eu perdia o golpe de asa e tu o gosto da aventura…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
Conheço bem os teus desejos e tu as minhas fantasias
Morreste em mim todos os beijos, nasci em ti todos os dias
Se muita vez fomos traição e muita vez mudou o vento
E muito gesto foi insulto, em tanta dor de mão em mão
Não aprendemos o talento, de envelhecer sem ser adultos…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
E quanto mais o tempo passa e quanto mais a vida flui
e quanto mais se perde a graça do que tu foste e da que eu fui
Mais a ternura nos aperta, mais a palavra fica certa
Mais o amor toma lugar, envelhecemos mais depressa
mas nos teus olhos a promessa vai-se cumprindo devagar…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
(trad. Rosa Lobato Faria)
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
NÃO ME VAIS DEIXAR
Na continuação do post de ontem, ao falar do site dedicado à canção NE ME QUITTE PAS, fiz uma referência à versão portuguesa cantada por Simone de Oliveira. Esta cantora gravou pela primeira vez NÃO ME VAIS DEIXAR (título da responsabilidade do poeta David Mourão-Ferreira, que traduziu a canção) em 1974 para o disco “Nunca mais a solidão”. Mais tarde voltou a incluir a imagem de marca de Brel num disco gravado ao vivo no hotel Altis e recentemente a canção voltou a ser incluída no disco PERFIL , comemorativo dos 50 anos de carreira da intérprete de Desfolhada.
E é precisamente a versão de Mourão-Ferreira que publico hoje. Dou também a conhecer um link onde se pode ouvir a primeira versão, em vinil de NÃO ME VAIS DEIXAR.
Não me vais deixar, importa esquecer, trata de esquecer o que há-de passar
esquecer o tempo dos mal-entendidos e o tempo perdido em busca do vento
esquecer de vez o que sem parar nos tenta matar com tantos porquês
Não me vais deixar, não me vais deixar...
Por mim te darei pérolas de chuva dum país sem chuva que nem água tem
deixarei tesouros depois de morrer para tudo te encher de luzes e de ouro
um reino farei onde a murmurar de sempre te amar só tu serás rei
Não me vais deixar , não me vais deixar...
Não me vais deixar, inventar-te-ei palavras que nem se podem escutar
e falar-te-ei de quem por amor destrói o terror de todas as leis
e a história de um rei morto de pesar por não me encontrar também contarei
Não me vais deixar, não me vais deixar...
Já mesmo se viu do fundo de um mar que nunca existiu o fogo brotar
acontece enfim, um campo queimado dá trigo mais grado que o melhor Abril
e ao cair da tarde vão-se misturar sob o céu que arde tantas cores aos pares
Não me vais deixar, mão me vais deixar...
Não me vais deixar, nada te direi nem chorar já sei, vou ali ficar, dali te verei
dançar e sorrir e escutar-te-ei a cantar e a rir até me sentir
sombra de uma sombra que há na tua mão, sombra do teu cão
Não me vais deixar, não me vais deixar...
David Mourão-Ferreira (1927 - 1996)
E é precisamente a versão de Mourão-Ferreira que publico hoje. Dou também a conhecer um link onde se pode ouvir a primeira versão, em vinil de NÃO ME VAIS DEIXAR.
Não me vais deixar, importa esquecer, trata de esquecer o que há-de passar
esquecer o tempo dos mal-entendidos e o tempo perdido em busca do vento
esquecer de vez o que sem parar nos tenta matar com tantos porquês
Não me vais deixar, não me vais deixar...
Por mim te darei pérolas de chuva dum país sem chuva que nem água tem
deixarei tesouros depois de morrer para tudo te encher de luzes e de ouro
um reino farei onde a murmurar de sempre te amar só tu serás rei
Não me vais deixar , não me vais deixar...
Não me vais deixar, inventar-te-ei palavras que nem se podem escutar
e falar-te-ei de quem por amor destrói o terror de todas as leis
e a história de um rei morto de pesar por não me encontrar também contarei
Não me vais deixar, não me vais deixar...
Já mesmo se viu do fundo de um mar que nunca existiu o fogo brotar
acontece enfim, um campo queimado dá trigo mais grado que o melhor Abril
e ao cair da tarde vão-se misturar sob o céu que arde tantas cores aos pares
Não me vais deixar, mão me vais deixar...
Não me vais deixar, nada te direi nem chorar já sei, vou ali ficar, dali te verei
dançar e sorrir e escutar-te-ei a cantar e a rir até me sentir
sombra de uma sombra que há na tua mão, sombra do teu cão
Não me vais deixar, não me vais deixar...
David Mourão-Ferreira (1927 - 1996)
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domingo, 29 de novembro de 2009
SITES DEDICADOS A BREL
Além do site oficial de JACQUES BREL, da responsabilidade das Edições Jacques Brel em Bruxelas, já bastante divulgado neste blog (basta clicar sobre a foto de Brel que abre o blog) dou a conhecer hoje outros sites bastante importantes para os fans do cantor, ou para quem sabe quem é Brel mas não sabe nada sobre a sua vida e sobre a sua obra. Estes sites divulgam sobretudo a obra de Brel, e procuram por todo o mundo as versões dos temas brelianos cantados em francês ou nos mais variados idiomas.
Mas cá estão eles para quem tiver curiosidade em saber mais sobre este marco da canção francesa:
La chanson de Jacky de Dino Gibertoni e Rodolphe Guillo,
Brel- Trente ans déjà de Christian Petit e Philippe Callens,
800 fois... Ne me quitte pas um site dedicado unicamente à canção Ne Me Quitte Pas. Nele ficamos a saber tudo sobre esta a canção, inclusivamente que há duas interpretações da portuguesa Simone de Oliveira, com letra em português de David Mourão-Ferreira. O título criado por Mourão-Ferreira foi “Não me vás deixar”...
sábado, 28 de novembro de 2009
ILS PARLENT DE JACQUES
Do site COMPAGNIE BREL TRENTE ANS DÉJÀ, de Christian PETIT e Philippe CALLENS, recebi a informação de um espectáculo em homenagem a Jacques Brel organizado por estes dois fans do cantor.
Não se trata de uma peça de teatro,nem de uma emissão de rádio, nem de um espectáculo de cantigas... É isto tudo ao mesmo tempo: Um espectáculo audiovisual dentro das canções! A “Compagnie Brel, Trente ans déjà!” propõe-nos reviver a vida e a obra de Jacques Brel através das suas canções e de testemunhos de gente que o acompanhou ou que simplesmente se cruzaram no seu caminho. Para este espectáculo ilustrado por sequências sonoras, Christian PETIT “conta” Brel e Philippe CALLENS interpreta as canções do Grand Jacques.
Brel está omnipresente, graças ao talento pessoal de cada um dos intérpretes. Eles recriam, com a sua própria sensibilidade, a vida e as maiores obras primas de Brel. Duas horas de espectáculo, testemunhos únicos, canções conhecidas e inéditas numa produção esmerada e muito bem estruturada.
O espectáculo – uma evocação audiovisual em canções – tem o nome ILS PARLENT DE JACQUES (Eles falam de Jacques) e é estreado no Espace Gérard Philipe, cidade Saint-André-les-Verges no dia 2 de Dezembro pelas 20H00.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
LA DAME PATRONESSE
Sobre a caridadezinha, de que esta canção fala, Jacques Brel dizia que não aceitava dar espectáculos para ajudar essa “instituição de bem fazer” . Ele detestava a caridade. GENEROSIDADE, sim. Confessava que por vezes tinha que fazer caridade, mas, só porque era demasiado fraco para impor a justiça.
A DAMA BENFEITORA (1959)
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso ter olho vigilante!!! Porque, como provam os acontecimentos, a Revolução aniquila a nobreza...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso organizar bem as suas generosidades, porque “como dizia o duque de Porto Covo, é com o velho que se faz o novo”…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso estar muito atenta e não deixar escapar os seus pobres, porque senão fica sem ter que fazer…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para ser uma boa dama benfeitora é preciso ser boazinha, mas sem fraquezas. Portanto, deve riscar da sua lista aquela pobreza que frequenta o socialismo...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora, minhas senhoras tricotem tudo em cor de caca de ganso... Isto permite que aos Domingos, na missa, possam facilmente reconhecer os vossos pobrezinhos...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
N.T. No original "89 mata a nobreza" – Brel refere-se à Revolução Francesa em 1789.
A DAMA BENFEITORA (1959)
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso ter olho vigilante!!! Porque, como provam os acontecimentos, a Revolução aniquila a nobreza...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso organizar bem as suas generosidades, porque “como dizia o duque de Porto Covo, é com o velho que se faz o novo”…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora é preciso estar muito atenta e não deixar escapar os seus pobres, porque senão fica sem ter que fazer…
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para ser uma boa dama benfeitora é preciso ser boazinha, mas sem fraquezas. Portanto, deve riscar da sua lista aquela pobreza que frequenta o socialismo...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
Para fazer uma boa dama benfeitora, minhas senhoras tricotem tudo em cor de caca de ganso... Isto permite que aos Domingos, na missa, possam facilmente reconhecer os vossos pobrezinhos...
E um ponto à frente e um ponto atrás, um ponto por São José e um ponto por São Tomás...
N.T. No original "89 mata a nobreza" – Brel refere-se à Revolução Francesa em 1789.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
NE ME QUITTE PAS / VAREKAI
No espectáculo VAREKAI do CIRQUE DU SOLEIL a canção Ne me quitte pas é usada para um número cómico interpretado por Claudio Carneiro. Este actor, usando a versão de NINA SIMONE, finge que canta Ne me quitte pas. Mas quem ele quer que não o deixe é a luz do projector que lhe foge constantemente deixando-o no escuro da pista.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009
IF YOU GO AWAY
No dia 12 de Outubro publiquei aqui o anúncio do novo disco de BARBRA STREISAND que inclui uma versão de NE ME QUITTE PAS (If you go away).
O disco, que tem por título LOVE IS THE ANSWER, tem produção musical de Diana Krall que acompanha Barbra nalgumas canções e entrou logo para o primeiro lugar de vendas dos Estados Unidos.
Este é o 51º disco de ouro da actriz cantora que se vai juntar aos 30 discos de platina da sua colecção.
Barbra Streisand canta assim If you go away/Ne me quitte pas .
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009
GÉRARD LENORMAN
NE ME QUITTE PAS , a mais desesperada canção de amor feita até hoje, tem tido centenas de versões por todo o mundo, embora a maior parte seja para esquecer. Ne me quitte pas não é uma cantiguinha de amor que se canta de ânimo leve, talvez a pensar que amanhã vai chover ou que o carro já deve estar pronto.
A intensidade e a verdade com que JACQUES BREL a cantou é inimitável. Só ele a poderia ter escrito e só ele a poderia ter cantado. O dramatismo da interpretação desta canção, e de TODAS as outras do autor, é a chave do êxito de Brel.
No entanto, há excepções. Existe esta versão em francês de NE ME QUITTE PAS que se aproxima muito da verdade breliana. É a versão de Gérard Lenorman.
Um aviso:
Não oiçam a versão de Terry Jacks de Ne me quitte pas (If you go away).Terry Jacks, o tal do Seasons in the sun, também teve a lata de gravar esta canção e o resultado é bem pior que as “seasons”. Por favor não oiçam…
A intensidade e a verdade com que JACQUES BREL a cantou é inimitável. Só ele a poderia ter escrito e só ele a poderia ter cantado. O dramatismo da interpretação desta canção, e de TODAS as outras do autor, é a chave do êxito de Brel.
No entanto, há excepções. Existe esta versão em francês de NE ME QUITTE PAS que se aproxima muito da verdade breliana. É a versão de Gérard Lenorman.
Um aviso:
Não oiçam a versão de Terry Jacks de Ne me quitte pas (If you go away).Terry Jacks, o tal do Seasons in the sun, também teve a lata de gravar esta canção e o resultado é bem pior que as “seasons”. Por favor não oiçam…
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domingo, 22 de novembro de 2009
CANNES - O HOMEM DO ANO 2008
Em 2008 a Cidade Francesa de Cannes elegeu para HOMEM DO ANO... JACQUES BREL.
Relacionado com este evento publico o extenso PROGRAMA de todas as actividades e o trailer de um bailado intitulado BREL EN EMOI baseado em temas do cantor.
sábado, 21 de novembro de 2009
GENUÍNO MADRUGA
Na véspera da chegada ao porto da Horta,terminada a sua segunda volta ao mundo como velejador solitário, GENUÍNO MADRUGA escreveu um texto no seu DIÁRIO DE BORDO e do qual tomo a liberdade de transcrever o seu início.
Acedendo a este link do velejador GENUÍNO MADRUGA podemos ler o resto do texto que é uma pequena viagem pelas memórias da viagem.
Dia 5 de Junho 2009
RETORNO À ILHA
Meus caros amigos, "oficiais e passageiros" que comigo "viajaram" e viveram esta extraordinária e inesquecível aventura que foi sem dúvida a II Volta ao Mundo do veleiro Hemingway. Passamos por continentes, países e ilhas, conhecemos outras formas de vida, outras religiões, outros manjares! Visitamos Igrejas, Catedrais, Templos, Sinagogas ou simples "lugares de culto". Ficamos extasiados com originais e cópias perfeitas de grande parte da obra de Paul Gauguin, estivemos mesmo ao lado do "Jojo" de Jaques Brel e talvez por uma última vez, com todo o simbolismo e veneração colocamos placa metálica na sua campa assinalando nossa passagem e admiração por tão grande, querido e amado compositor, intérprete, actor e também marinheiro que um dia conhecemos no Peter Cafe Sport (...)
Acedendo a este link do velejador GENUÍNO MADRUGA podemos ler o resto do texto que é uma pequena viagem pelas memórias da viagem.
Dia 5 de Junho 2009
RETORNO À ILHA
Meus caros amigos, "oficiais e passageiros" que comigo "viajaram" e viveram esta extraordinária e inesquecível aventura que foi sem dúvida a II Volta ao Mundo do veleiro Hemingway. Passamos por continentes, países e ilhas, conhecemos outras formas de vida, outras religiões, outros manjares! Visitamos Igrejas, Catedrais, Templos, Sinagogas ou simples "lugares de culto". Ficamos extasiados com originais e cópias perfeitas de grande parte da obra de Paul Gauguin, estivemos mesmo ao lado do "Jojo" de Jaques Brel e talvez por uma última vez, com todo o simbolismo e veneração colocamos placa metálica na sua campa assinalando nossa passagem e admiração por tão grande, querido e amado compositor, intérprete, actor e também marinheiro que um dia conhecemos no Peter Cafe Sport (...)
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
LES DÉSESPÉRÉS
A grande qualidade dos textos de Brel está na verdade das palavras escritas. Está na realidade dos personagens intervenientes. Está na honestidade dos temas escolhidos. A propósito, Jacques Brel dizia que “um homem só é verdadeiramente honesto quando está a dormir... Mas, não se aprende nada vendo os outros dormir.” No texto que publico hoje, Les désespérés, Brel descreve o desespero do suicídio como forma de sarar as feridas profundas de um amor impossível.
OS DESESPERADOS (1965)
Eles caminham de mão dada, em silêncio, nessas cidades mortiças onde a morrinha oscila... Nada mais soa que os seus passos, passo a passo trauteados... Eles caminham em silêncio, os desesperados...
Eles queimaram as suas asas, perderam os seus ramos... De tal modo naufragados que até a morte lhes parece branca. Resgatados do amor, eles estão agora acordados e caminham em silêncio, os desesperados...
Eu conheço esse caminho porque já lá passei... Mais de cem vezes, mais de cem e a sua metade... Menos velhos ou mais magoados eles vão terminar o seu caminho e partir em silêncio, os desesperados...
E debaixo da ponte a água é serena e profunda... Aqui está uma amável hospedeira, aqui está o fim do mundo... Eles choram os seus nomes como os jovens casados e fundem-se no silêncio, os desesperados...
Que se levante aquele que lhes vai atirar a pedra, porque eles, do amor, apenas sabem o verbo amar... Sobre a ponte nada mais há que uma bruma ligeira, e logo se esquece, em silêncio, aqueles que esperaram...
OS DESESPERADOS (1965)
Eles caminham de mão dada, em silêncio, nessas cidades mortiças onde a morrinha oscila... Nada mais soa que os seus passos, passo a passo trauteados... Eles caminham em silêncio, os desesperados...
Eles queimaram as suas asas, perderam os seus ramos... De tal modo naufragados que até a morte lhes parece branca. Resgatados do amor, eles estão agora acordados e caminham em silêncio, os desesperados...
Eu conheço esse caminho porque já lá passei... Mais de cem vezes, mais de cem e a sua metade... Menos velhos ou mais magoados eles vão terminar o seu caminho e partir em silêncio, os desesperados...
E debaixo da ponte a água é serena e profunda... Aqui está uma amável hospedeira, aqui está o fim do mundo... Eles choram os seus nomes como os jovens casados e fundem-se no silêncio, os desesperados...
Que se levante aquele que lhes vai atirar a pedra, porque eles, do amor, apenas sabem o verbo amar... Sobre a ponte nada mais há que uma bruma ligeira, e logo se esquece, em silêncio, aqueles que esperaram...
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009
BREL ACTOR (3)
LES RISQUES DU MÉTIER
Realização: André Cayatte
Argumento : André Cayatte et Armand Jammot
Imagem: Christian Matras
Música: Jacques Brel et François Rauber
Montagem: Hélène Plewianikoff
Produção: Gaumont Internationale
Duração: 105 min. Estreado em: 21/12/1967
Com: Jacques Brel, Emmanuelle Riva, Jacques Harden, Nadine Alari, Christine Fabrega, René Dary, Muriel Baptiste, Delphine Deysieux.
Argumento
Jean Doucet é um professor de aldeia, casado e feliz no casamento e na profissão. Um dia é acusado de assédio sexual a uma aluna sua de 14 anos. A rapariga chegou a casa com o vestido rasgado e uma história de abusos do seu professor. A polícia é chamada a investigar, mas uma outra rapariga entra em cena também para o acusar de sedução. Ainda uma terceira rapariga faz o mesmo. O professor diz-se inocente mas a investigação está a arrasar a sua profissão, o seu casamento e a sua vida. O realizador André Cayatte baseou-se numa história verdadeira para, com a sua experiência de ex-advogado, denunciar injustiças sociais.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
SEASONS IN THE SUN
Este ano o nova iorquino Ken Levine – personalidade famosa da indústria do espectáculo – fez uma lista das piores canções já gravadas. Entre elas está SEASONS IN THE SUN, gravada em 1974 por TERRY JACKS.
SEASONS IN THE SUN não é mais do que uma versão muito pobre de LE MORIBOND, de Brel, feita por Rod McKuen, um cantor californiano nascido em 1933.
Apesar de se ter tornado um êxito mundial esta versão inglesa é absolutamente intragável. É lamechas, delicodoce e pateta. Exactamente tudo o que Jacques Brel não escreveu no seu original, em que o texto é inteligente, cínico, agressivo e corrosivo. Mesmo quem não saiba inglês e francês, se ouvir as duas versões, vai perceber a imensa diferença do que ambos os cantores estão a transmitir aos seus ouvintes.
McKuen também traduziu para inglês Ne me quitte pas (que ficou IF YOU GO AWAY) e felizmente deu-lhe um melhor tratamento que em Seasons in the sun. A prova é que foi (e continua a ser) gravada por inúmeros cantores de língua inglesa.
É pena que McKuen não tenha escrito um texto mais próximo do de Brel. É pena que Terry Jacks a tenha gravado com aquele estilo tão piroso, a roçar o pimba. E é pena que Ken Levine tenha incluído a canção no seu rol das piores, já que não é uma canção original de Terry Jacks ou McKuen mas uma versão de uma grande canção de JACQUES BREL.
KEN LEVINE - AS PIORES CANÇÕES DE SEMPRE
SEASONS IN THE SUN não é mais do que uma versão muito pobre de LE MORIBOND, de Brel, feita por Rod McKuen, um cantor californiano nascido em 1933.
Apesar de se ter tornado um êxito mundial esta versão inglesa é absolutamente intragável. É lamechas, delicodoce e pateta. Exactamente tudo o que Jacques Brel não escreveu no seu original, em que o texto é inteligente, cínico, agressivo e corrosivo. Mesmo quem não saiba inglês e francês, se ouvir as duas versões, vai perceber a imensa diferença do que ambos os cantores estão a transmitir aos seus ouvintes.
McKuen também traduziu para inglês Ne me quitte pas (que ficou IF YOU GO AWAY) e felizmente deu-lhe um melhor tratamento que em Seasons in the sun. A prova é que foi (e continua a ser) gravada por inúmeros cantores de língua inglesa.
É pena que McKuen não tenha escrito um texto mais próximo do de Brel. É pena que Terry Jacks a tenha gravado com aquele estilo tão piroso, a roçar o pimba. E é pena que Ken Levine tenha incluído a canção no seu rol das piores, já que não é uma canção original de Terry Jacks ou McKuen mas uma versão de uma grande canção de JACQUES BREL.
KEN LEVINE - AS PIORES CANÇÕES DE SEMPRE
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
HOMENAGEM A JACQUES BREL
Das Edições JACQUES BRELrecebi a informação sobre mais uma homenagem ao cantor.
Luc François, um belga residente na Roménia e delegado da UFBE (União Francófona dos Belgas no Estrangeiro) estreia neste país um clube francófono em colaboração com a Rádio Etalon, rádio local de Valcea. De Segunda a Sexta, em FM 101.6, entre as 15 e as 16 horas será emitido o CLUBUL FRANCOPHONE.
A primeira emissão foi hoje, 16 de Novembro, e constou essencialmente de uma homenagem a JACQUES BREL.
Luc François, um belga residente na Roménia e delegado da UFBE (União Francófona dos Belgas no Estrangeiro) estreia neste país um clube francófono em colaboração com a Rádio Etalon, rádio local de Valcea. De Segunda a Sexta, em FM 101.6, entre as 15 e as 16 horas será emitido o CLUBUL FRANCOPHONE.
A primeira emissão foi hoje, 16 de Novembro, e constou essencialmente de uma homenagem a JACQUES BREL.
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domingo, 15 de novembro de 2009
COMMENT TUER L'AMANT DE SA FEMME...
Para Brel a Religião e a Escola andam lado a lado. Para ele a religião ensina o remorso, o medo, a humildade, a resignação. A religião fabrica seres acanhados e passivos. Nesta canção, Comment tuer l’amant de sa femme... o protagonista, que recebeu a cruz de honra num convento de freiras, é particularmente tímido e passivo, porque a religião o obriga a humilhar-se. Esta canção é de 1968 e está incluída no penúltimo disco de originais que Brel gravou. Só em 1977 viria a gravar de novo.
COMO MATAR O AMANTE... 1968
Como matar o amante da mulher quando, como eu, se foi criado num berço de tradição?... Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se foi educado na melhor religião?...
Precisava de tempo, mas, tempo não tenho. Trabalho todo o dia para ela. De noite faço a noite, de dia faço o dia, e ao Domingo faço uns biscatos... E mesmo que eu fosse menos frouxo, acho que seria uma pena sujar a minha reputação. É certo que eu durmo na garagem... É verdade que eles dormem na minha cama... É um facto que sou que arruma a casa, mas... Quem é que não tem as suas pequenas chatices?
Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se foi criado num berço de tradição?...
Há o arsénico... Sim, mas leva muito tempo...
Há a pistola... Sim, mas é demasiado rápido...
Há a amizade... Sim, mas é muito cara...
Há o desprezo... Sim... Mas isso é um pecado!
Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se recebeu a Cruz de Honra num convento de freiras... Como matar o amante da mulher, quando, como eu, não se ousa dizer-lho com um ramo de flores...
Como não tenho coragem de o insultar a toda a hora, ele diz que o amor me torna cobarde... Como está desempregado, diz-me, à chapada, que o amor o deixa imprevidente... Ele acha que é divertido para um homem da minha idade não ter mais mulher e onze filhos... É certo que eu cozinho para eles, eu bato os cães e os tapetes, e à noite canto-lhes “Noites da china”*. Mas... Quem é que não tem as suas pequenas chatices?
E porquê matar o amante da minha mulher, se é por minha causa que ele tem sífilis?... Porquê matar o amante da minha mulher, se é por minha causa que ele anda a tomar penicilina...
* Nuits de Chine- Canção de 1922
COMO MATAR O AMANTE... 1968
Como matar o amante da mulher quando, como eu, se foi criado num berço de tradição?... Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se foi educado na melhor religião?...
Precisava de tempo, mas, tempo não tenho. Trabalho todo o dia para ela. De noite faço a noite, de dia faço o dia, e ao Domingo faço uns biscatos... E mesmo que eu fosse menos frouxo, acho que seria uma pena sujar a minha reputação. É certo que eu durmo na garagem... É verdade que eles dormem na minha cama... É um facto que sou que arruma a casa, mas... Quem é que não tem as suas pequenas chatices?
Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se foi criado num berço de tradição?...
Há o arsénico... Sim, mas leva muito tempo...
Há a pistola... Sim, mas é demasiado rápido...
Há a amizade... Sim, mas é muito cara...
Há o desprezo... Sim... Mas isso é um pecado!
Como matar o amante da mulher, quando, como eu, se recebeu a Cruz de Honra num convento de freiras... Como matar o amante da mulher, quando, como eu, não se ousa dizer-lho com um ramo de flores...
Como não tenho coragem de o insultar a toda a hora, ele diz que o amor me torna cobarde... Como está desempregado, diz-me, à chapada, que o amor o deixa imprevidente... Ele acha que é divertido para um homem da minha idade não ter mais mulher e onze filhos... É certo que eu cozinho para eles, eu bato os cães e os tapetes, e à noite canto-lhes “Noites da china”*. Mas... Quem é que não tem as suas pequenas chatices?
E porquê matar o amante da minha mulher, se é por minha causa que ele tem sífilis?... Porquê matar o amante da minha mulher, se é por minha causa que ele anda a tomar penicilina...
* Nuits de Chine- Canção de 1922
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
LES PAUMÉS DU PETIT MATIN
"Les paumés du petit matin" é mais uma das grandes canções de Jacques Brel...
É o retrato nu e cru de um certo tipo de frequentadores da noite que vivem só para isso, para frequentar a noite. Na galeria de retratos que Brel foi fazendo ao longo da sua carreira estão também os desesperados, os frustrados, os tímidos, os pobres, os traídos. No entanto, a mensagem que está por detrás de cada um destes retratos resume-se a uma palavra… “ternura” . Todos temos necessidade de ternura. Brel renegará sempre a caridade como remédio para os seus retratados.
N.T. A melhor tradução para PAUMÉS DU PETIT MATIN nos anos 60 seria «os meninos bem das noitadas». Em 2009 não resisto a usar os BETINHOS DA NIGHT que exprime na perfeição o que Brel pretende dizer na canção.
OS BETINHOS DA NIGHT (1962)
Eles deitam-se à hora dos pastores, para se levantarem à hora do chá e depois saírem lá para as tantas... Os betinhos da night... Elas têm a arrogância das mulheres de peito feito... Eles têm aquela segurança dos homens onde se adivinha que o papá venceu na vida... Os betinhos da night...
Venham dançar... Venham dançar... Betinhos e betinhas... Venham dançar... E dancem com os olhos postos nos seios...
Eles branqueiam as noites no lavatório das melancolias, que lava sem sujar as mãos dos betinhos da night... E à meia-noite eles falam dos poemas que nunca leram, dos romances que não escreveram, dos amores que não tiveram, das verdades que não servem para nada... Os betinhos da night...
“Ah...o amor destrói-me o fígado”... Oh... Isto é bonito, é bonito... Vocês nunca mais compreenderiam os betinhos da night...
Eles tomam o último whisky, eles despedem-se pela última vez, eles tomam outro último whisky, eles atacam o último tango, eles agarram a última tristeza, os betinhos da night...
Venham chorar, betinhos... Venham... E chorem com os olhos postos nos seios... Vá lá... Venham chorar... Betinhos da night...
É o retrato nu e cru de um certo tipo de frequentadores da noite que vivem só para isso, para frequentar a noite. Na galeria de retratos que Brel foi fazendo ao longo da sua carreira estão também os desesperados, os frustrados, os tímidos, os pobres, os traídos. No entanto, a mensagem que está por detrás de cada um destes retratos resume-se a uma palavra… “ternura” . Todos temos necessidade de ternura. Brel renegará sempre a caridade como remédio para os seus retratados.
N.T. A melhor tradução para PAUMÉS DU PETIT MATIN nos anos 60 seria «os meninos bem das noitadas». Em 2009 não resisto a usar os BETINHOS DA NIGHT que exprime na perfeição o que Brel pretende dizer na canção.
OS BETINHOS DA NIGHT (1962)
Eles deitam-se à hora dos pastores, para se levantarem à hora do chá e depois saírem lá para as tantas... Os betinhos da night... Elas têm a arrogância das mulheres de peito feito... Eles têm aquela segurança dos homens onde se adivinha que o papá venceu na vida... Os betinhos da night...
Venham dançar... Venham dançar... Betinhos e betinhas... Venham dançar... E dancem com os olhos postos nos seios...
Eles branqueiam as noites no lavatório das melancolias, que lava sem sujar as mãos dos betinhos da night... E à meia-noite eles falam dos poemas que nunca leram, dos romances que não escreveram, dos amores que não tiveram, das verdades que não servem para nada... Os betinhos da night...
“Ah...o amor destrói-me o fígado”... Oh... Isto é bonito, é bonito... Vocês nunca mais compreenderiam os betinhos da night...
Eles tomam o último whisky, eles despedem-se pela última vez, eles tomam outro último whisky, eles atacam o último tango, eles agarram a última tristeza, os betinhos da night...
Venham chorar, betinhos... Venham... E chorem com os olhos postos nos seios... Vá lá... Venham chorar... Betinhos da night...
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
PEDRO E O LOBO
Em 1936 Sergei Prokofiev foi contratado por Natalya Sats, da Central Children's Theatre em Moscovo, para escrever uma peça musical sinfónica para crianças.
O intuito era incentivar o gosto pela música em crianças no início da sua vida escolar.
Entusiasmado pelo desafio Prokofiev compôs Pedro e o Lobo em apenas quatro dias.
A estreia foi a 2 de Maio de 1936 e, segundo o autor, não foi nada auspiciosa nem atraiu muito as atenções da audiência. Felizmente o futuro desta obra mostrou exactamente o contrário porque se tornou um sucesso enorme em todo o mundo deliciando várias gerações de crianças e adultos.
Em 1969 Jacques Brel gravou um LP com uma versão desta obra, em francês, tendo no lado B do disco a sua versão de “A História de Babar”.
O intuito era incentivar o gosto pela música em crianças no início da sua vida escolar.
Entusiasmado pelo desafio Prokofiev compôs Pedro e o Lobo em apenas quatro dias.
A estreia foi a 2 de Maio de 1936 e, segundo o autor, não foi nada auspiciosa nem atraiu muito as atenções da audiência. Felizmente o futuro desta obra mostrou exactamente o contrário porque se tornou um sucesso enorme em todo o mundo deliciando várias gerações de crianças e adultos.
Em 1969 Jacques Brel gravou um LP com uma versão desta obra, em francês, tendo no lado B do disco a sua versão de “A História de Babar”.
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terça-feira, 10 de novembro de 2009
BREL ACTOR (2)
MON ONCLE BENJAMIN (L'Homme à l'Habit rouge)
Realização : Edouard Molinaro
Argumento: André Couteaux et François Hauduroy
Imagem: Alain Levent
Música: Jacques Brel
Montagem: Robert et Monique Isnardon
Produção: Gaumont
Duração: 90 min.
Estreia: 28/11/1969
Com: Jacques Brel, Claude Jade, Bernard Blier.
ARGUMENTO
Sob o reinado de Luís XV, Benjamin Rathery, um médico de província, louco por saias e por liberdade, tem a nobre missão de socorrer os pobres da sua região que já não passam sem ele. O celibato é, portanto, o melhor estado civil para cumprir os seus variados afazeres. Ora isso impede-o de casar com Manette, a bela filha do estalajadeiro por quem Benjamin se sente perdidamente apaixonado. Mas ela só casa de contrato assinado. Ele pede então à sua irmã Betine que interceda junto de Manette. Mas a irmã queria que ele casasse com Arabelle, filha do velho doutor Minxit que considera Benjamin como filho. Arabelle é namorada do marquês Pont-Cassé e o médico, pai dos pobres, tem de se confrontar com os burgueses e as suas leis…
Realização : Edouard Molinaro
Argumento: André Couteaux et François Hauduroy
Imagem: Alain Levent
Música: Jacques Brel
Montagem: Robert et Monique Isnardon
Produção: Gaumont
Duração: 90 min.
Estreia: 28/11/1969
Com: Jacques Brel, Claude Jade, Bernard Blier.
ARGUMENTO
Sob o reinado de Luís XV, Benjamin Rathery, um médico de província, louco por saias e por liberdade, tem a nobre missão de socorrer os pobres da sua região que já não passam sem ele. O celibato é, portanto, o melhor estado civil para cumprir os seus variados afazeres. Ora isso impede-o de casar com Manette, a bela filha do estalajadeiro por quem Benjamin se sente perdidamente apaixonado. Mas ela só casa de contrato assinado. Ele pede então à sua irmã Betine que interceda junto de Manette. Mas a irmã queria que ele casasse com Arabelle, filha do velho doutor Minxit que considera Benjamin como filho. Arabelle é namorada do marquês Pont-Cassé e o médico, pai dos pobres, tem de se confrontar com os burgueses e as suas leis…
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
HONDSCHOOTE
Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre mais uma Exposição sobre BREL.
O Município de HONDSCHOOTE, a norte da França, junto à fronteira com a Bélgica, vai organizar a Exposição " Je chante, persiste et signe...je m'appelle JACQUES BREL" de 10 a 20 de Novembro. Esta exposição já esteve em exibição noutras cidades francesas e belgas. Segundo o BOLETIM MUNICIPAL da autarquia " a filosofia desta Exposição é a de apresentar Brel por ele mesmo".
O Município de HONDSCHOOTE, a norte da França, junto à fronteira com a Bélgica, vai organizar a Exposição " Je chante, persiste et signe...je m'appelle JACQUES BREL" de 10 a 20 de Novembro. Esta exposição já esteve em exibição noutras cidades francesas e belgas. Segundo o BOLETIM MUNICIPAL da autarquia " a filosofia desta Exposição é a de apresentar Brel por ele mesmo".
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domingo, 8 de novembro de 2009
LES MARQUISES
No início do ano de 1974, Jacques Brel comprou um iate – Askoy - com a intenção de dar a volta ao mundo. Em Agosto fez-se ao mar. Passou pela Horta em Setembro, e depois várias escalas forçadas, devido à doença que já se manifestava, atravessou o oceano Pacífico, e aportou a HIVA AO em Novembro de 1975. Brel acabou por ficar até ao resto dos seus dias nas ilhas Marquesas. Já não terminou a volta ao mundo como era o seu desejo.
Porquê as ilhas Marquesas? Porque estavam suficientemente longe da Europa. Brel não suportava os jornalistas, os oportunistas e os falsos amigos que o perseguiam como abutres. Ele queria a sua privacidade, custasse o que custasse. A distância foi a solução. Jacques Brel não ficou na Horta porque estava demasiado perto da Europa.
A canção Les Marquises foi gravada em 1977, em Paris, e Jacques Brel viria a morrer um ano depois.
AS ILHAS MARQUESAS
Eles falam da morte como tu falas de um fruto, eles olham o mar como tu olhas um poço...
As mulheres são sensuais debaixo do temível sol, e se lá não há Inverno, aquilo também não é Verão...
A chuva é transversal e bate grão a grão... Alguns velhos cavalos brancos sussurram Gauguin...
E por falta de brisa, o tempo imobiliza-se nas ilhas Marquesas...
À noite, erguem-se os fogos e recantos de silêncio que se vão alargando enquanto a lua avança...
E o mar despedaça-se infinitamente destroçado pelos rochedos que imploram nomes sem sentido... E depois, mais longe, os cães, os prantos de arrependimento, e alguns pares, e alguns passos de dança...
E a noite é submissa, e o vento alísio estala nas ilhas Marquesas...
O riso está nos corações e a palavra está nos olhares, o coração é viajante e o futuro é um acaso... E passam os coqueiros que escrevem cânticos de amor e que as freiras dos arredores fazem por ignorar... As pirogas vão, as pirogas vêm, e as minhas recordações serão aquilo que os velhos fizerem… Deixa-me dizer-te que lastimar não é uma maneira de estar nas ilhas Marquesas...
sábado, 7 de novembro de 2009
NE ME QUITTE PAS
Uma das amadas de Brel, Suzzane Gabrielo, era cantora e fez com ele a temporada de Verão de 1955. Um dia disse-lhe para ele deixar aquelas canções lamechas e moralistas que ele escrevia e cantava. Dizia ela que “canções moralistas qualquer padre operário cantava … Ele deveria escrever e cantar canções de amor”. E ele concordou porque escreveu uma das mais belas canções de amor que se conhecem - Ne me quitte pas.
NÃO ME DEIXES (1959)
Não me deixes… Vamos esquecer... Tudo o que passou, pode esquecer-se; vamos esquecer o tempo dos mal entendidos e o tempo perdido a saber como esquecer essas horas que às vezes matavam, a golpes de “porquê?”, o coração da felicidade... Não me deixes, não me deixes...
Vou oferecer-te pérolas de chuva vindas de países onde nunca chove; escavarei a terra, mesmo depois da minha morte, para cobrir o teu corpo com ouro e com luz... Farei um reino onde o amor será rei, onde o amor será a lei e tu serás a rainha… Não me deixes, não me deixes...
Não me deixes… Para ti inventarei palavras insensatas que tu compreenderás; falar-te-ei daqueles amantes que viram por duas vezes os seus corações em brasa... Contar-te-ei a história do rei que morreu por não te ter encontrado... Não me deixes, não me deixes...
Já se viu tantas vezes reacender-se o fogo num antigo vulcão que todos julgavam extinto... Diz-se até que as terras queimadas dão mais trigo, e trigo melhor que o de Abril... E quando a tarde cai, não é verdade que o vermelho e o preto se casam para que o céu se inflame... Não me deixes, não me deixes...
Não me deixes… Não vou chorar mais, não vou falar mais, vou esconder-me aqui e fico a olhar-te dançando e sorrindo, fico a escutar-te, cantando e rindo... Deixa-me ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão, mas não me deixes, não me deixes... Não me deixes…
Por curiosidade incluo outra interpretação de Ne me quitte pas por MAYSA MATARAZZO uma cantora brasileira que morreu em 1977, aos 41 anos de idade.
NÃO ME DEIXES (1959)
Não me deixes… Vamos esquecer... Tudo o que passou, pode esquecer-se; vamos esquecer o tempo dos mal entendidos e o tempo perdido a saber como esquecer essas horas que às vezes matavam, a golpes de “porquê?”, o coração da felicidade... Não me deixes, não me deixes...
Vou oferecer-te pérolas de chuva vindas de países onde nunca chove; escavarei a terra, mesmo depois da minha morte, para cobrir o teu corpo com ouro e com luz... Farei um reino onde o amor será rei, onde o amor será a lei e tu serás a rainha… Não me deixes, não me deixes...
Não me deixes… Para ti inventarei palavras insensatas que tu compreenderás; falar-te-ei daqueles amantes que viram por duas vezes os seus corações em brasa... Contar-te-ei a história do rei que morreu por não te ter encontrado... Não me deixes, não me deixes...
Já se viu tantas vezes reacender-se o fogo num antigo vulcão que todos julgavam extinto... Diz-se até que as terras queimadas dão mais trigo, e trigo melhor que o de Abril... E quando a tarde cai, não é verdade que o vermelho e o preto se casam para que o céu se inflame... Não me deixes, não me deixes...
Não me deixes… Não vou chorar mais, não vou falar mais, vou esconder-me aqui e fico a olhar-te dançando e sorrindo, fico a escutar-te, cantando e rindo... Deixa-me ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão, mas não me deixes, não me deixes... Não me deixes…
Por curiosidade incluo outra interpretação de Ne me quitte pas por MAYSA MATARAZZO uma cantora brasileira que morreu em 1977, aos 41 anos de idade.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
DR. DECQ MOTA
Em 1999 fiz para a RTP/Açores um programa para celebrar os 25 anos da passagem de Jacques Brel pela Ilha do Faial. Este programa, com texto de Victor Rui Dores e imagem e montagem de Mário Botelho, recorria a intervenções de pessoas que reconheceram Brel. No entanto, a intervenção mais importante foi a do Doutor Decq Mota que conta toda a história do seu encontro com o cantor belga, fala dos dias dessa permanência na ilha e até da correspondência trocada depois da partida.
O pequeno depoimento que publico hoje é um excerto da entrevista que fizemos com o Dr.Decq Mota, em 1999, na sua casa do Varadouro, onde Brel também esteve 25 anos antes.
O pequeno depoimento que publico hoje é um excerto da entrevista que fizemos com o Dr.Decq Mota, em 1999, na sua casa do Varadouro, onde Brel também esteve 25 anos antes.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
THE IMPOSSIBLE DREAM
MAN OF LA MANCHA
Já aqui falei (04/10/09) do musical MAN OF LA MANCHA adaptado e posto em cena por Jacques Brel em 1968.
A canção que melhor identifica este espectáculo THE IMPOSSIBLE DREAM, e que Brel traduziu para francês como LA QUÊTE, foi cantada por Elis Regina, Shirley Bassey, Donna Summers, Andy Williams, Roy Hamilton, Sarah Connor , Elaine Paige, Elvis Presley e muitos, muitos, outros cantores famosos.
Em 1972 Arthur Hiller realizou para o cinema uma versão de D.Quixote de La Mancha onde os três principais actores eram PETER O’TOOLE, SOPHIA LOREN e JAMES COCO. Neste vídeo Peter O’Toole - D.Quixote – canta The Impossible dream para Sophia Loren – a sua Dulcineia - epara James Coco – D. Sancho Panza.
Já aqui falei (04/10/09) do musical MAN OF LA MANCHA adaptado e posto em cena por Jacques Brel em 1968.
A canção que melhor identifica este espectáculo THE IMPOSSIBLE DREAM, e que Brel traduziu para francês como LA QUÊTE, foi cantada por Elis Regina, Shirley Bassey, Donna Summers, Andy Williams, Roy Hamilton, Sarah Connor , Elaine Paige, Elvis Presley e muitos, muitos, outros cantores famosos.
Em 1972 Arthur Hiller realizou para o cinema uma versão de D.Quixote de La Mancha onde os três principais actores eram PETER O’TOOLE, SOPHIA LOREN e JAMES COCO. Neste vídeo Peter O’Toole - D.Quixote – canta The Impossible dream para Sophia Loren – a sua Dulcineia - epara James Coco – D. Sancho Panza.
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
BREL ACTOR (1)
L'EMMERDEUR (1973)
Realização: Edouard Molinaro
Argumento: Francis Weber da adaptação da sua peça "Le Contrat"
Imagem: Raoul Coutard
Música: Jacques Brel et François Rauber
Montagem: Robert et Monique Isnardon
Duração: 80 min. Estreia : 20/09/1973
Com: Jacques Brel, Lino Ventura, Caroline Cellier, Jean-Pierre Darras.
Argumento
Um assassino a soldo da Mafia, Ralph Milan, é encarregado de abater um tipo chamado Randoni, testemunha em vários processos que podem trazer graves problemas à organização.
Emboscado num quarto de hotel com janela virada para a porta do tribunal onde é esperado Randoni, o atirador espera pacientemente que a vítima passe pela frente da mira da sua espingarda com telescópio... Mas ele tem um vizinho no quarto ao lado, um certo senhor Pignon, tipo cordial, amigo do seu amigo, vendedor de gravatas, e que está a atravessar uma fase muito difícil da sua vida...
Realização: Edouard Molinaro
Argumento: Francis Weber da adaptação da sua peça "Le Contrat"
Imagem: Raoul Coutard
Música: Jacques Brel et François Rauber
Montagem: Robert et Monique Isnardon
Duração: 80 min. Estreia : 20/09/1973
Com: Jacques Brel, Lino Ventura, Caroline Cellier, Jean-Pierre Darras.
Argumento
Um assassino a soldo da Mafia, Ralph Milan, é encarregado de abater um tipo chamado Randoni, testemunha em vários processos que podem trazer graves problemas à organização.
Emboscado num quarto de hotel com janela virada para a porta do tribunal onde é esperado Randoni, o atirador espera pacientemente que a vítima passe pela frente da mira da sua espingarda com telescópio... Mas ele tem um vizinho no quarto ao lado, um certo senhor Pignon, tipo cordial, amigo do seu amigo, vendedor de gravatas, e que está a atravessar uma fase muito difícil da sua vida...
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009
ROSA
Ao ritmo de um tango, Jacques Brel ironiza sobre a classe média e as suas aspirações sociais. Na canção Rosa, os papás e os padres dos colégios internos esforçam-se por formar seres uniformizados todos com o mesmo objectivo na vida: Serem melhores que os progenitores mesmo que tenham de caminhar cegamente por atalhos desconhecidos. O personagem desta canção, no entanto, é um cábula que fura o esquema, e frequenta o colégio por causa da sua prima Rosa. O latim e as suas declinações não são com ele, visto que sabe que nunca poderá vir a ser um Vasco da Gama. A canção é de 1962.
ROSA
Rosa, rosa rosam...Rosae, rosae, rosa... Rosae, rosae, rosas... Rosarum rosis, rosis.... É o mais velho tango do mundo, aquele que as cabecinhas loiras balbuciam numa roda quando aprendem as lições de latim... É o tango do colégio que caça os sonhos numa rede, e depois é um sacrilégio se não se sair malicioso... É o tango dos anciãos, que vigiam com olhar severo os Júlios e os Prósperos, que serão a França de amanhã...
É o tango dos marrões, cheios de borbulhas e de agasalhos a cobrir o coração que já está frio... É o tango dos cábulas que declinam de desgosto e que serão farmacêuticos porque o papá não chegou a ser... É o tempo em que eu era o último, porque neste tango rosa rosae eu já me inclinava de preferência para a minha prima Rosa...
É o tango das passeatas, aos pares, sozinhos, debaixo das arcadas, cercados de padres e de alcaides, que nos protegiam dos porquês... É o tango da chuva no pátio, o espelho de um charco sem amor que me fez compreender um belo dia que eu nunca seria Vasco da Gama... Mas, é também o tango desse tempo bendito, onde por causa de um beijinho demasiado pequeno na clareira de um domingo, corou a minha prima Rosa...
É o tango daquele tempo em que eu tinha zeros, uns finos, outros grossos. Com eles fazia túneis para o Charlot e auréolas para S.Francisco... É o tango das recompensas que iam para aqueles que tinham a sorte de aprender, desde a infância, tudo aquilo que nunca lhes serviu para nada... Mas, é também o tango que nos faz lamentar, que por uma vez, o tempo se compra, e que nos apercebemos, estupidamente que a Rosa tem espinhos... Rosa, rosa rosam... Rosae, rosae, rosa... Rosae, rosae, rosa...Rosarum rosis, rosis...
ROSA na versão ao vivo...
ROSA na versão video clip...
ROSA
Rosa, rosa rosam...Rosae, rosae, rosa... Rosae, rosae, rosas... Rosarum rosis, rosis.... É o mais velho tango do mundo, aquele que as cabecinhas loiras balbuciam numa roda quando aprendem as lições de latim... É o tango do colégio que caça os sonhos numa rede, e depois é um sacrilégio se não se sair malicioso... É o tango dos anciãos, que vigiam com olhar severo os Júlios e os Prósperos, que serão a França de amanhã...
É o tango dos marrões, cheios de borbulhas e de agasalhos a cobrir o coração que já está frio... É o tango dos cábulas que declinam de desgosto e que serão farmacêuticos porque o papá não chegou a ser... É o tempo em que eu era o último, porque neste tango rosa rosae eu já me inclinava de preferência para a minha prima Rosa...
É o tango das passeatas, aos pares, sozinhos, debaixo das arcadas, cercados de padres e de alcaides, que nos protegiam dos porquês... É o tango da chuva no pátio, o espelho de um charco sem amor que me fez compreender um belo dia que eu nunca seria Vasco da Gama... Mas, é também o tango desse tempo bendito, onde por causa de um beijinho demasiado pequeno na clareira de um domingo, corou a minha prima Rosa...
É o tango daquele tempo em que eu tinha zeros, uns finos, outros grossos. Com eles fazia túneis para o Charlot e auréolas para S.Francisco... É o tango das recompensas que iam para aqueles que tinham a sorte de aprender, desde a infância, tudo aquilo que nunca lhes serviu para nada... Mas, é também o tango que nos faz lamentar, que por uma vez, o tempo se compra, e que nos apercebemos, estupidamente que a Rosa tem espinhos... Rosa, rosa rosam... Rosae, rosae, rosa... Rosae, rosae, rosa...Rosarum rosis, rosis...
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