Mostrar mensagens com a etiqueta JEAN DE BRUGES. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta JEAN DE BRUGES. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 4 de junho de 2012

JEAN DE BRUGES - O FURACÃO


O Furacão é 3ª e última parte do poema sinfónico JEAN DE BRUGES escrito e dramatizado por Jacques Brel e com música sinfónica de FRANÇOIS RAUBER. Encontra-se AQUI no youtube.
Neste poema o velho marinheiro fanfarrão Jean de  Bruges conta que “enfrentou o maior furacão do mundo. Uma coisa medonha. Nunca vista. Foi de tal maneira que destruiu a costa norte da Bélgica, onde se encontra Bruges, dividindo a terra para formar os arredores de Bruges que tomaram então o nome de  Inglaterra.
No mesmo disco, que se intitulou “Jacques Brel chante la Belgique”, (edição Barclay)
estava ainda a canção “Il neige sur Liège”.
Este é, portanto, um disco raríssimo. Um disco que deve valer uns milhares de euros. Se o encontrarem por aí nalguma feira, nalgum alfarrabista, avisem por favor.




A mim,  Jean de Bruges
Grande  contramestre da "Coquette"
Trinta anos de mar e de tempestades
A mim, Jean de Bruges
A mim, tu ofereces-me um copo, loiro e cheínho
Tu ofereces-me um copo de cerveja espumosa
E eu conto-te um furacão
O mais terrível furacão
Que fez tremer a terra
Então ofereces-me esse  copo?

Jean de Bruges, eis o teu copo
Jean de Bruges, eis a tua cerveja
O lúpulo vai dar-te o entusiasmo
E tu poderás melhor meter-nos medo…

Credo, credo, era um furacão
Primeiro o vento, um vento perverso
Muito quente, muito pesado, muito cinza, muito forte,
Um vento terrível como a morte,
E depois a chuva, a chuva
Que  vem, que vai,
Que agride, que morde, que bate,
Uma chuva real de Golgota

Adeus meu Bruges
Adeus meu Brugense
Tenho medo, rezo, choro, tenho frio
Acreditei que ia morrer desta vez
Cheguei mais alto que uma nuvem.

E mais negra do que um pecado, mais longa que uma viagem
Uma onda construída de pedra e de aço 
A todo o vapor avançou como o animal ferido.
De repente, ela levantou-se sobre as ondas de trás
A cabeça no céu e os pés no inferno
E, em seguida, caindo a onda quebrou tudo.
As montanhas desapareceram, os oceanos nasceram
E ela fez uma ilha,
Ao cair em terra
Neste subúrbio de Bruges
A que chamamos Inglaterra.

Jean de Bruges, o teu furacão
Vai  contá-lo a Ghent
Burguês, transeunte, padre, vigário,
Poeta, comerciante, soldado, notário,
Se não queres que eles te devorem,
É melhor pagar, pagar para beber,
Antes da história que depois da história
De Jean de Bruges.

domingo, 3 de junho de 2012

JEAN DE BRUGES - A SEREIA


O segundo poema para o poema sinfónico de François Rauber chama-se A SEREIA, que tal como o de ontem terá transcrição em português e versão original, cantada pelo próprio BREL, e que se encontra no youtube AQUI.
Em 1956, Brel e Rauber encontram-se pela primeira vez e este encontro trouxe uma mudança radical no estilo de Brel em cima do palco. Brel cantava agarrado à sua viola tirando-lhe todas as hipóteses de se expressar a não ser pela voz. Rauber começou a orquestrar as canções que Brel escrevia e convenceu-o a libertar-se da viola… E assim nasceu um novo Brel. Com toda a sua teatralidade corporal em acção. A canção passou a ser uma peça de teatro com 3 minutos. As mãos, os braços, os dedos, os gestos, os olhares, passaram a dar vida aos bêbados, aos tímidos, aos velhos, aos militares,  e tantos, tantos outros.
A colaboração entre os dois artistas durou até ao último disco de Jacques, Les Marquises, lançado em 1977. 



Grande  contramestre da "Coquette"
Trinta anos de mar e de tempestades
A mim, Jean de Bruges
A mim, Jean de Bruges
Tu ofereces-me um copo, loiro e cheínho
Tu ofereces-me um copo de cerveja espumosa
E eu conto-te os meus amores
Sim, eles eram os mais estranhos da terra
Então ofereces-me esse  copo?

 Jean de Bruges, eis o teu copo
Jean de Bruges, eis a tua cerveja
O lúpulo vai dar-te o sentimento
E tu poderás chorar mais facilmente…

Era uma sereia estranha,
Era uma sereia estranha,
Metade sereia e metade anjo,
E já fazia um longo tempo de tempo,
Muito tempo de tempo, muito tempo de vento
Que a ouvíamos cantar à noite
E eu chorava como hoje
Deus, Deus, sob a lua, como ele era linda,
O mar era a sua renda
Ela chamava-me, ela chamava-me,
Ela amava-me como eu a amava
Uma noite, uma noite, cansado de ser Irmã Arme,
Uma noite de lânguido oceano,
Eu uni-me a ela na esquina de uma vaga
Ao longe adormecia Copenhaga.


sábado, 2 de junho de 2012

JEAN DE BRUGES - A BALEIA



Em 1963 o orquestrador de Jacques Brel, FRANÇOIS RAUBER (1933/2003), que tinha formação clássica em piano, pediu a Brel um poema que ele pudesse orquestrar para concorrer a um concurso da Academia Francesa. Brel escreveu 3 poemas baseados numa figura mítica belga chamada JEAN DE BRUGES.  Um velho marinheiro que a troco de uma cerveja contava aventuras  fantásticas que tinha vivido por esses mares e oceanos.
Hoje vou transcrever o primeiro dos poemas sinfónicos traduzido para português – A BALEIA – e transferir do YOUTUBE a versão original da canção veio de um disco de Brel que nunca esteve à venda. Foram feitas umas dezenas de cópias para oferecer numa festa relacionada com velhos marinheiros belgas.





A mim, a mim,  Jean de Bruges
Grande  contramestre da "Coquette"
Trinta anos de mar e de tempestades
A mim, Jean de Bruges
A mim, tu ofereces-me um copo, loiro e cheínho
Tu ofereces-me um copo de cerveja espumosa
E eu conto-te já
A minha pesca com um cachalote
Que era sem dúvida o maior da terra
Então ofereces-me esse  copo?

Jean de Bruges, aqui está o teu copo
Jean de Bruges, aqui está a tua cerveja
O lúpulo vai-te fazer falar
E tu mentirás mais facilmente…

Era uma baleia enorme
Era uma baleia enorme
Comprida como um canal de chuva
Grande  como uma cervejaria
Com olhos como sóis
Como nunca viste parecidos
Era uma baleia enorme, enorme

Na  "Coquette" todo a gente rezava
Esta baleia é o fim do mundo
Gritava, gritava no mastro da proa
Gritava, gritava o capitão
Mas é o inferno e o seu demónio
Gritou, gritou o marujo
Mas eu , mas eu
Sem medo no extremo da ponte
Com minhas facas e arpões,
Eu saltei-lhe sobre as costas
Feri-o, matei-o
Acabou-se o cachalote
Ele sangrou, sangrou,
Mas não o pudemos trazer
Foi no Mar do Oriente
Nem mais uma única baleia lá se move
E este mar,  é o Mar Vermelho.

Ah Jean de Bruges,
Esta baleia, mataste-a  para nós cem vezes
Ah Jean de Bruges,
Esta baleia, ela é tanto nossa quanto tua.