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domingo, 8 de novembro de 2009

LES MARQUISES



No início do ano de 1974, Jacques Brel comprou um iate – Askoy - com a intenção de dar a volta ao mundo. Em Agosto fez-se ao mar. Passou pela Horta em Setembro, e depois várias escalas forçadas, devido à doença que já se manifestava, atravessou o oceano Pacífico, e aportou a HIVA AO em Novembro de 1975. Brel acabou por ficar até ao resto dos seus dias nas ilhas Marquesas. Já não terminou a volta ao mundo como era o seu desejo.
Porquê as ilhas Marquesas? Porque estavam suficientemente longe da Europa. Brel não suportava os jornalistas, os oportunistas e os falsos amigos que o perseguiam como abutres. Ele queria a sua privacidade, custasse o que custasse. A distância foi a solução. Jacques Brel não ficou na Horta porque estava demasiado perto da Europa.
A canção Les Marquises foi gravada em 1977, em Paris, e Jacques Brel viria a morrer um ano depois.

AS ILHAS MARQUESAS

Eles falam da morte como tu falas de um fruto, eles olham o mar como tu olhas um poço...
As mulheres são sensuais debaixo do temível sol, e se lá não há Inverno, aquilo também não é Verão...
A chuva é transversal e bate grão a grão... Alguns velhos cavalos brancos sussurram Gauguin...
E por falta de brisa, o tempo imobiliza-se nas ilhas Marquesas...

À noite, erguem-se os fogos e recantos de silêncio que se vão alargando enquanto a lua avança...
E o mar despedaça-se infinitamente destroçado pelos rochedos que imploram nomes sem sentido... E depois, mais longe, os cães, os prantos de arrependimento, e alguns pares, e alguns passos de dança...
E a noite é submissa, e o vento alísio estala nas ilhas Marquesas...

O riso está nos corações e a palavra está nos olhares, o coração é viajante e o futuro é um acaso... E passam os coqueiros que escrevem cânticos de amor e que as freiras dos arredores fazem por ignorar... As pirogas vão, as pirogas vêm, e as minhas recordações serão aquilo que os velhos fizerem… Deixa-me dizer-te que lastimar não é uma maneira de estar nas ilhas Marquesas...


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

GENUÍNO MADRUGA EM HIVA OA (2)

Genuíno Madruga


EXCERTO DE UMA NOTÍCIA DO SEMANÁRIO TRIBUNA DAS ILHAS
do dia 02 de Maio de 2008.

Genuíno Madruga chegou finalmente à ilha de Hiva Oa, no arquipélago das Marquesas

Pouco passava das 18 horas (2 horas da manhã nos Açores) do dia 23 de Abril quando Genuíno Madruga aportou nas ilhas Marquesas após 20 dias de navegação solitária. O navegador açoriano teve de manobrar para abrigar o seu veleiro Hemingway no porto de Hiva Oa repleto de outras embarcações de aventureiros que cruzam o oceano Pacífico em busca destas ilhas paradisíacas da Polinésia Francesa.
É a segunda vez que Genuíno Madruga visita Hiva Oa (também aqui passou na sua primeira volta ao mundo em 2002) . Nesta ilha vai visitar a última morada do pintor Paul Gauguin e do cantor Jacques Brel. O velejador portuguêsleva consigo uma placa especialmente gravada para esta ocasião.