quinta-feira, 31 de março de 2011

AFONSO DIAS




No Algarve já foi feita uma adaptação de “O HOMEM de LA MANCHA” pelo ACTA (A Companhia de Teatro do Algarve) e que se intitulava D.QUIXOTE. Tratava-se de um espectáculo com texto do colectivo a partir de Cervantes e de Luís Mourão, e que contava com a concepção cenográfica e a encenação de Andrzej Kowalski.

Um dos actores e também autor da música é AFONSO DIAS: Um dos companheiros desta viagem (das cantigas) de José Afonso, José Mário Branco, Fanhais, Manuel Freire, Pedro Barroso, Tino Flores , José Fanha e muitos mais.
Como AFONSO DIAS também está ligado ao teatro, ele próprio fez uma tradução/adaptação para português de Don Quixote de la Mancha. No entanto, este trabalho nunca foi posto em cena porque os autores americanos impuseram condições insuportáveis para permitir a produção portuguesa do musical.

E para quem não conhece o AFONSO DIAS aqui fica um vídeo gravado há pouquíssimo tempo no programa da Antena 1 VIVA A MÚSICA. Ele canta do seu último CD – 13 – o tema QUEM TIVER MEDO QUE FUJA, bem ao estilo do Zeca. OIÇAM BEM!

quarta-feira, 30 de março de 2011

MAN OF LA MANCHA - FINAL




Não há nenhuma gravação vídeo do espectáculo L’HOMME DE LA MANCHA adaptado por Jacques Brel em 1967. Nenhuma estação de televisão gravou o musical. Existem dois ou três pequenos excertos que serão provavelmente de ensaios. Segundo consta apenas há uma gravação áudio, ao vivo, algures.
No youtube existem bastantes excertos do espectáculo interpretadas pelas mais variadas companhias teatrais. Como por exemplo, estes dois aqui em baixo.
Duas versões do final do espectáculo: Um pela CUTC - Champaign-Urbana Theatre Company, USA, e outro por uma companhia de teatro Coreano.



E agora em coreano...

terça-feira, 29 de março de 2011

ALDONZA



Depois da Dulcineia imaginada por D.Quixote, não há nada como ouvir o que tem a dizer a própria, e pela sua própria voz: Aldonza.
Aqui interpretada magnificamente por Alexise Yerna , com José van Dam na pele de D.Quixote.

ALDONZA


Nasci como um cão, uma noite, quando chovia
Eu nasci e minha mãe partiu, cantando
E não sei nada dela a não ser este ódio que eu guardo
Eu deveria ter vindo ao mundo já morta.
É verdade que há o meu pai, dizem, muitas vezes é dito
Que as raparigas guardam o seu pai no fundo dos seus corações
Mas eu não conheci o meu pai, o meu pai eram vários
Porque o meu pai era um regimento.
Eu nem posso mesmo dizer se eles eram andaluzes ou prussianos
Se morreram lá para o norte, se morreram lá para o sul
Eu não sei nada!

Uma senhora, e como quer ele que eu seja uma senhora?

Eu cresci como uma cadela, de esquina em esquina
Eu cresci muitas vezes sobre a palha das mulas
De soldado em soldado, de canalha em canalha
Eu conheci os favores do amor
E vivo como um animal, e faço essas coisas como quem se assoa
E vivo sem saber nem para quê nem para quem
Por um centavo me levanto, por dois centavos me deito
Por três centavos eu faço qualquer coisa!
Se você não acredita em mim, por três centavos venha ver o resto
Da mais tonta das noivas aos mais nojentos bandidos da terra

Mas procure então no meio das suas nuvens e veja-me tal como eu sou

Uma senhora, uma verdadeira dama tem virtude, tem uma alma
Em nome de Deus, de todos os piores canalhas que conheci
Você que fala de uma estrela, você que mostra o céu,
Você é o mais infame, o mais cruel.
Bata-me, eu prefiro o chicote aos seus sonhos,
Bata-me mesmo no fogo, mesmo no chão, mesmo na terra
Mas guarde a sua ternura, deixe-me com o meu desespero
Eu nasci no estrume, e para lá voltarei,
Mas eu vos imploro não me fale mais de Dulcineia
Você vê bem que eu não sou nada, não sou mais que a puta Aldonza.



segunda-feira, 28 de março de 2011

DULCINEIA



Alonso Quijano, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por ter lido muitos romances de cavalaria, decide partir como cavaleiro errante em busca de aventura para imitar os seus heróis preferidos. Auto-intitula-se D.Quixote de la Mancha, monta uma pileca, a que chama Rocinante, e parte na companhia do seu grande amigo D.Sancho. Tem uma musa secreta a quem dedica todas as suas “vitórias”. É uma simples camponesa – Aldonza Lorenzo – mas que ele também rebaptiza DULCINEA del Toboso.

domingo, 27 de março de 2011

JOAN DIENER




D. Quixote de la Mancha foi adaptado para Francês por Jacques Brel, em 1967. Os produtores americanos do musical (Man of la Mancha) só autorizaram a adaptação se a protagonista – Aldonza (Joan Diener, casada com o encenador...) - interpretasse o mesmo papel em francês. Eis JOAN DIENER neste vídeo a cantar Un animal, que na versão original se chamava It’s all the same.

sábado, 26 de março de 2011

SÉRGIO GODINHO



No passado dia 19 de Março, na sua habitual crónica “CARÍSSIMAS QUARENTA CANÇÕES”, no semanário Expresso, Sérgio Godinho escreveu sobre JACQUES BREL e a canção MATHILDE.

SÉRGIO GODINHO teve o grande privilégio de ver Brel ao vivo e é com estas palavras que ele descreve o espectáculo: “Entrou (Brel) no palco a correr, quase não parou entre as palmas, deu o litro do seu e nosso suor, cansou-nos tanto que não demos pelo seu cansaço. E a correr saiu, um furacão que levou a minha casa pelos ares.”

Sobre MATHILDE Sérgio Godinho diz: Mathilde é o perfeito exemplo da sua estética. Um homem que vê a mulher que amou e lhe destruiu todo o sossego regressar à casa que abandonou (“Mathilde est revenue”). Ele interpela a mãe (“mãe chegou a hora de rezares pela minha salvação”), o taberneiro, que pode guardar o vinho, a criada, que terá de mudar os lençóis e aos amigos suplica “não me deixem”. Em quatro tempos, e apenas mudando algumas palavras (recurso que é muito da sua marca), expõe o drama do homem que quer o que não quer, a ser apanhado de novo numa teia fatal e, no entanto, inevitável. O exaltante “crescendo breliano” sublinha essa união venial do amor e da dependência: ”O teu Jacques volta ao inferno”: Pela “maldita Mathilde “, feita bela mais uma vez.

Neste vídeo Sérgio Godinho canta o CORO DAS VELHAS (onde poderia estar incluída a... Matildinha)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Grand Prix de la Chanson



Segundo informação das EDIÇÕES JACQUES BREL vai realizar-se no próximo dia 30 o 33º Grand Prix de la Chanson, no Palais des Beaux-Arts em Charleroi.
Este Festival da canção é organizado pelo Institut Royal Saint-Exupéry de Leernes e tem por lema: “A integração pela canção”. O espectáculo-concurso tem como concorrentes crianças, jovens e adultos com deficiência e serão acompanhados pela Orquestra ZENITH.
O INSTITUT ROYAL SAINT-EXUPERY é um instituto médico-pedagógico com internato que alberga 66 jovens dos 6 aos 18 anos com problemas de comportamento e/ou deficiência mental ligeira.
No próximo dia 30 Gaetan Fraczack interpretará de Brel QUAND ON N’A QUE L’AMOUR.

quinta-feira, 24 de março de 2011

29º FESTIVAL DE CINEMA d’ALÈS



Começa amanhã e prolonga-se até 3 de Abril o 29º FESTIVAL DE CINEMA d’ALÈS.
Dia 28 será exibido o filme FRANZ, realizado por JACQUES BREL e com a participação especial de Barbara.

Neste vídeo Brel e Barbara contracenam numa praia do Mar do Norte...

Avec la mer du Nord pour dernier terrain vague, et des vagues de dunes pour arrêter les vagues, et de vagues rochers que les marées dépassent, et qui ont à jamais le coeur à marée basse. Avec infiniment de brumes à venir. Avec le vent de l'est écoutez-le tenir le plat pays qui est le mien.

quarta-feira, 23 de março de 2011

DRESDEN DOLLS



THE DRESDEN DOLLS é um duo Americano de Boston formado por Amanda Palmer e Brian Viglione. Eles são criadores de um estilo muito próprio a que chamam” Punk cabaret Brechtiano”. Uma mistura de cabaret underground e gótico exótico.
Neste vídeo eles interpretam AMSTERDAM.

terça-feira, 22 de março de 2011

BRUSSELS REGION



JACQUES BREL é citado pela REGIÃO BRUXELAS CAPITAL na sua nova campanha de promoção: ”WELCOME TO THE BRUSSELS REGION!
Esta campanha de boas vindas destina-se sobretudo a viajantes estrangeiros e está localizada nos principais pontos de entrada em Bruxelas: Gare du Midi, aeroporto de Bruxelas e aeroporto de Charleroi. Estes locais receberam em 2010 perto de 38 milhões de passageiros internacionais. Este cartaz, da autoria de Phil van Duynen, permite aos visitantes fazerem uma pequena ideia do que os espera em Bruxelas. Nele encontramos alusões à boa cerveja, à gastronomia (frites et moules) e aos chocolates belgas. Há referências ao surrealismo e René Magritte, à BD e ao Tintin, aos ex-libris manneken pis e ao Atomium e também a... JACQUES BREL.
Pela sede das Edições Jacques Brel passam anualmente 10.000 visitantes.

segunda-feira, 21 de março de 2011

ROLAND MICHAUX




Mais um espectáculo sobre a obra de Jacques Brel. O actor de teatro ROLAND MICHAUX apresenta no Espace Marignan, em Charleroi, Bélgica, « Belgitude : Un homme et Brel ».
São dele estas palavras:
"…e por que não, dada a intensidade dramática de cada texto de Jacques Brel, excluir as notas musicais e ficar só agarrado às suas palavras? É isso que eu tento fazer em "Belgitude, um homem e Brel". Delicio-me com a destilação de cada palavra para depois dá-la ao espectador com o máximo de generosidade, para que ela o toque e ele se possa reconhecer nela. Como actor - e com pena de não ser o autor - só poderei servir como um espelho, um espelho da vida do "Grand Jacques". Ironia ou solidão, amor ou ódio. Que o poder das palavras faça estremecer as profundezas das vossas emoções. É isto que desejo oferecer-vos e partilhar com vocês”
Roland Michaux.

domingo, 20 de março de 2011

DANY GIORDANO



DANY GIORDANO e os seus ARTISTAS MELODIOSOS apresentam na Salle des Lices, Marselha, o espectáculo “Du port d'amsterdam à la valse à mille temps” uma comédia musical com os grandes sucessos de JACQUES BREL.
O espectáculo será no próximo Sábado, 26.

sábado, 19 de março de 2011

DIAMANDA GALÁS



O Festival Fade In 2011 vai abrir a 16 de Abril, noTeatro José Lúcio da Silva, em Leiria, com a norte-americana Diamanda Galás.
A cantora que tem uma amplitude vocal de três oitavas e meia, filha de pais gregos, é capaz de atrair admiradores tão diferentes como os amantes da música avantgarde e gótica, da música clássica e erudita, do blues e jazz, segundo a organização.
Serão também reinterpretados autores como egípcio Mohamed Abdel Wahab, os gregos Dionysis Savvapoulos e Lefteris Papadopoulos, a arménia Mara Yekmalian, os espanhóis Camarón de la Isla e Pastora Pavón, ou o belga JACQUES BREL.

Os bilhetes para o concerto encontram-se disponíveis para venda a partir de hoje ou através deste endereço reservas@fadeinfestival.com

Eis uma versão muito gótica da Canção dos velhos amantes...

sexta-feira, 18 de março de 2011

ROSA van VLAANDEREN




E ROSA é a quarta canção cantada em flamengo por Brel, em 1965. Podem ver AQUI o texto em português e um comentário sobre a canção.

ROSA

Rosa rosa rosam
Rosae rosae rosa
Rosae rosae rosas
Rosarum rosis rosis

Tango uit een grijs verleden
Die de schooljeugd van het heden
Op moet dreunen als gebeden
Bij het leren van Latijn
Tango van de lyceïsten
Die hun jeugd eraan verkwisten
En die dokteren aan listen
Om te ontkomen aan die pijn
Tango die de strenge ouders
Laden op de smalle schouders
Van hun Keesjes die de houders
Van het roer der toekomst zijn!

Tango van de knappe floppen
Die met pukkels op hun koppen
Hun gebrek aan ziel verkroppen
Als de besten van de klas
Tango van de slappe Kezen
Die geen letter kunnen lezen
Maar straks dokter moeten wezen
Omdat papa dat nooit was
Tango die ik nimmer leerde
Daar ik toen al rebelleerde
En verbuigingen begeerde
Van mijn nichtje Rosa, Rosa!

Tango van het zoete dwalen
Pink aan pink door liefdesdalen
Zo bertrapte vele malen
Ons de zwartrok in het gras
Tango van de Natte Garde
Waar ik in de plassen staarde
En genadeloos ontwaarde
Dat ik geen Columbus was
Maar ook de tango van 't plantsoen
Waar, in 't rosarium in 't groen
Mijn nichtje bij een korte zoen
Al bloosde als een rosa, Rosa!

Tango van het kantjeslopen
Tot ik nullen kreeg bij hopen
Die ik toen maar ging verkopen
Als aureolen voor Sint Jan
Tango van de hoogste prijzen
Voor de ijverigste wijzen
Propvol, op bepaalde wijze
Die geen mens gebruiken kan
En ook de tango van de spijt
Omdat een mens in later tijd
Ontdekt dat, in volwassenheid
Dat een rosa doornen dragen kan


quinta-feira, 17 de março de 2011

DE BURGERIJ

Continuando a divulgar as canções que Brel reinterpretou em flamengo hoje têm a vez LES BOURGEOIS, ou DE BURGERIJ naquele idioma da Flandres.
Como disse, são apenas 4 canções gravadas em 1965 e que estavam incluídas no EP (45RPM) cuja capa é esta:




DE BURGERIJ


Dronken, dol en dwaas
Beet ik in mijn bier
Bij de dikke Sjaan uit Monverland
Ik dronk een glas met Klaas
Ik dronk een glas met Peer
En sprong er aardig uit de band
Die Klaas hij voelde zich een Dante
Die Peer wou Casanova zijn
En ik de superarrogante
Ik dacht dat ik mezelf kon zijn
En om twaalf uur als de burgertroep
Huisging uit hotel de Goudfazant
Dan scholden wij ze poep
En zongen vol vuur
Pet in de hand

Burgerij, mannen van het jaar nul
Vette burgerkliek
Vette vieze varkens
Burgerij tamme zwijnenspul
Al die burger is is een ouwe...

Dronken, dol en dwaas
Beet ik in mijn bier
Bij de dikke Sjaan uit Monverland
Ik dronk een vat met Klaas
Ik dronk een fust met Peer
En sprong er heftig uit de band
Klaas Dante danste als mijn tante
En Casanova was te bang
Maar ik de superarrogante
Ik was zelfs voor mezelf niet bang

En om twaalf uur als de burgertroep
Huisging uit hotel de Goudfazant
Dan scholden wij ze poep
En zongen wij vol vuur
Pet in de hand

Burgerij, mannen van het jaar nul
Vette burgerkliek
Vette vieze varkens
Burgerij tamme zwijnenspul
Al die burger is is een ouwe...

Elk instinct de baas
Zoek ik mijn vertier
's Avonds in hotel de Goudfazant
Met meester-facteur Klaas
En met notaris Peer bespreek ik daar de avondkrant

En Klaas citeert eens wat uit Dante
Of Peer haalt Casanova aan
En ik ik bleef de superarrogante
Ik haal nog steeds mijn eigen woorden aan

Maar gaan wij naar huis
Meneer de brigadier
Dan staat daar bij die Sjaan uit Monverland
Een hele troep gespuis
Dronken van al het bier
Dat zingt dan van

Burgerij, mannen van het jaar nul
Vette burgerkliek
Vette vieze varkens
Ja meneer de brigadier
Ja dat zijn ze
Burgerij tamme zwijnenspul
Al die burger is is een ouwe...


quarta-feira, 16 de março de 2011

DE NUTTELOZEN VAN DE NACHT



Les paumés du petit matin foi outra das canções que Brel reescreveu em flamengo e voltou a gravar para fazer a vontade ao seu editor. Este queria que o cantor se reconciliasse com a Flandres depois do "verdadeiro escândalo” que foi a canção “LES FLAMANDES”, uma canção que feriu as susceptibilidades patrióticas dos flamenguentos.

Podem ler AQUI o texto de “LES FLAMANDES” para tentar perceber onde é que ele é ofensivo para quem quer que seja.

Segue-se o texto de Les Paumés... em flamengo. Quem for viajar em breve para os países-baixos pode ir-se familiarizando com a língua... (o vídeo contém a tradução em inglês).

DE NUTTELOZEN VAN DE NACHT

Ze ontwaken om een uur om vier
Ze ontbijten met een kleintje bier
Ze gaan uit omdat er thuis niets wacht
De nuttelozen van de nacht
Zij gedraagt zich arrogant omdat ze mooie borsten heeft
Hij is zeker en charmant omdat Papa hem centen geeft
Hun onmacht is hun hoogste macht
De nuttelozen van de nacht

Kom dans met mij
Vriendin, kom hier, vriendin, kom hier, kom hier; nee, nee blijf!
Kom dans met mij, laat ons dansen lijf aan lijf

Ze braken zonder ziek te zijn
Ze braken zacht en zonder pijn
Ze nemen zich bedroefd de nacht
De nuttelozen van de nacht
Ze bespreken zonder end
De poezie die geen van hen kent
De romans die geen van hen schreef
De vrouw die bij geen van hen bleef
De grap waarom geen van hen om lacht
De nuttelozen van de nacht

Kom dans met mij
Vriendin, kom hier, vriendin, kom hier, kom hier, kom hier; nee, nee blijf!
Kom dans met mij, laat ons dansen lijf aan lijf

In de liefde zijn ze zo berooid
't Was, 't was, ze was zo zacht
Ze was, ach, dat begrijp u nooit
De nuttelozen van de nacht
Ze nemen nog een laatste glas
Vertellen nog een laatste grap
En met een allerlaatste glas
De laatste dans
De laatste stap
Het laatste verdriet
De laatste klacht
De nuttelozen van de nacht

Kom, kom, kom huil met mij
Vriendin, kom hier, vriendin, kom hier, kom hier, nee blijf
Kom, kom huil met mij
Laat ons huilen lijf aan lijf
De nuttelozen van de nacht


terça-feira, 15 de março de 2011

MIJN VLAKKE LAND



JACQUES BREL cantou apenas quatro das suas canções em flamengo, o idioma falado no norte da Bélgica. O norte, a Flandres, onde vivem os “flamingants” (flamenguentos) como Brel lhes chama indignado na canção Les F.
E neste verso da canção está evidente o motivo de uma antipatia antiga pelos habitantes da Flandres: “...mas, vocês são equilibristas e nada mais que isso... São Nazis durante as guerras e católicos entre elas, vocês oscilam sempre entre o fuzil e o missal...”

Por curiosidade aqui fica o texto em flamengo de LE PLAT PAYS, da autoria do próprio Brel.

MIJN VLAKKE LAND

Wanneer de Noordzee koppig breekt aan hoge duinen
En witte vlokken schuim uiteen slaan op de kruinen
Wanneer de norse vloed beukt op het zwart basalt
En over dijk en duin de grijze nevel valt
Wanneer bij eb het strand woest is als een woestijn
En natte westenwinden gieren van venijn
Dan vecht mijn land, mijn vlakke land.

Wanneer de regen daalt op straten, pleinen, perken
Op dak en torenspits van hemelhoge kerken
Die in dit vlakke land de enige bergen zijn
Wanneer onder de wolken mensen dwergen zijn
Wanneer de dagen gaan in domme regelmaat
Een bolle oostenwind het land nog vlakker slaat
Dan wacht mijn land, mijn vlakke land

Wanneer de lage lucht vlak over het water scheert
Wanneer de lage lucht ons nederigheid leert
Wanneer de lage lucht er grijs als leisteen is
Wanneer de lage lucht er vaal als keileem is
Wanneer de noordenwind de vlakte vierendeelt
Wanneer de noordenwind er onze adem steelt
Dan kraakt mijn land, mijn vlakke land

Wanneer de Schelde blinkt in zuidelijke zon
En elke Vlaamse vrouw flaneert in zonjapon
Wanneer de eerste spin zijn lente-webben weeft
Of dampende het veld in juli zonlicht beeft
Wanneer de zuidenwind er schatert door het graan
Wanneer de zuidenwind er jubelt langs de baan
Dan juicht mijn land, mijn vlakke land

segunda-feira, 14 de março de 2011

LA LUMIÈRE JAILLIRA



La lumière jaillira é de 1958. É uma canção muito influenciada pelo espírito “padre-operário”, figura muito em voga nos anos 50 e 60. Para manter o ambiente desta espécie de sermão cantado Brel fez a gravação dentro de uma igreja acompanhado pelo órgão das “liturgias”. Como não encontrei a versão original cantada pelo “Abbé Brel” (como diria Brassens) aqui fica a versão de La Lumière jaillira interpretada por um grupo coral… numa igreja.

A LUZ VAI BROTAR (1958)

A luz vai brotar limpa e branca, uma manhã,
Bruscamente à minha frente em qualquer lugar do caminho...
A luz vai brotar e vou reconhecê-la porque, tantas, tantas vezes a esperei...
A luz vai brotar e por vê-la tão bela vou perceber porque tanto precisava dela...
A luz vai brotar e nós ficaremos unidos
Para sermos um só combate, para sermos uma única canção...
A luz vai brotar e eu vou convidá-la
Para vir para o meu tecto para que tudo se transforme...
A luz vai brotar e depois de tudo transformado
Apontarei a dedo os trastes do passado...
A luz vai brotar e eu terei um palácio...
Não muda tudo sob o sol de Julho?
A luz vai brotar e toda a minha casa,
Sentada à lareira, aprenderá as suas canções...
A luz vai brotar espalhando os meus silêncios
Os sorrisos de felicidade que morrem e recomeçam...
A luz vai brotar, qual eterno viajante o meu coração em vão procurava,
E que afinal estava dentro dele...
A luz vai brotar alargando o horizonte,
A luz vai brotar e trará o teu nome.


Igreja Saint-Thomas, Domingo 5 de Dezembro de 2010.
Grupo Coral Diapason sob a direcção de J. Hulard.

sábado, 12 de março de 2011

SUBMARINE



A canção QUAND O N’A QUE L’AMOUR, de Jacques Brel, foi escolhida para integrar a banda sonora do filme inglês SUBMARINE.
Filme com realização de Richard Ayoade e com Noah Taylor, Paddy Considine, Craig Roberts, Yasmin Paige e Sally Hawkins nos principais papéis. O filme, que estreia em Inglaterra no próximo dia 18, conta-nos a história de um jovem de 15 anos que tem dois objectivos: Perder a sua virgindade antes de chegar aos 16 e impedir o pai de trocar a mãe pela professora de dança.

Let’s look at the trailer…

sexta-feira, 11 de março de 2011

SAINT PIERRE




Jacques Brel com 17 anos de idade entrou para a Franche Cordée, um movimento filantrópico de inspiração católica. Os objectivos desta associação consistiam em ajudar os pobres, os fracos, os doentes, os velhos e os órfãos. Dentro das várias actividades desenvolvidas pela F.C. estava a organização de espectáculos para angariar fundos.
Brel chegará a ser presidente do movimento e no seu seio monta algumas peças de teatro. Uma delas é o “Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupery. É também nos espectáculos da F.C que ele começa a cantar em público acompanhado pela sua viola.
A propósito desta filiação em tal movimento, Georges Brassens apelida Brel de Abade Brel. A canção Saint Pierre, embora gravada em 1958, foi provavelmente escrita nos anos da F.C.

SÃO PEDRO (1957)

Já lá vai muito tempo, nos confins do céu, o bom do S. Pedro,
Como um colegial, inquietou-se por causa de uma estrela de coração de pedra...
Depois de pronta ela levantou voo, incendiando o olhar,
O coração, a barba e a auréola do bom São Pedro, que desesperado
Gritava e chorava pelas ruas do Paraíso.
Gritava e chorava, com todos a escarnecerem dele...

Desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela pensa em mim,
Desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela me vai amar...

O São Pedro foi então procurar a cavalo de uma bela nuvem,
Em vão, na via láctea, a sua jovem estrela de coração volúvel...
Logo que regressou ao Paraíso ficou à porta
Não ousando mostrar toda a sua mágoa aos camaradas aureolados
Que gritavam e choravam pelas ruas do Paraíso.
Que gritavam e choravam, escarnecendo dele...

Desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela pensa em ti,
Desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela te vai amar...

Mas, o bom Deus veio ajudá-lo, já que os barbudos são todos sindicalizados...
Transformou a estrela em planeta e fez do São Pedro o seu porteiro.
E dos seus anjos desfolhados pelos amores do bom São Pedro
Para não se perder nada, ele fez os diabos do inferno…
Esses que gritam e que choram à hora em que nascem as noites.
Esses que gritam e que choram num cantinho do vosso espírito...

Desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela pensa em mim,
desfolhemos a asa de um anjo para ver se ela me vai amar...


quinta-feira, 10 de março de 2011

JAzz BREL



SHIRLEY HORN (1934/2005) teve uma carreira musical no mundo do jazz que a põem entre as MELHORES cantoras e pianistas de sempre deste género. Ao longo da sua vida colaborou com Miles Davis, Dizzy Gillespie, Toots Thielemans, Ron Carter, Carmen McRae, Wynton Marsalis e muitos , muitos outros com quem gravou dezenas de discos. Em 2002 recebeu o grau académico de “Doutora em música” pelo Berklee College of Music e em 2005 foi galardoada com o National Endowment for the Arts, Jazz Masters Award (o mais importante prémio concedido nos EUA aos músicos de Jazz).

No seu último disco gravado em 2003 - May The Music Never End - SHIRLEY HORN canta If you go away, a versão inglesa de NE ME QUITTE PAS. Oiçam AQUI esta voz quente, emotiva, sensual...

quarta-feira, 9 de março de 2011

L’ESPRIT DE JACQUES



Micheline van Hautem e Bruno Brel vão estar Sexta-feira, 11, pelas 20h15, no Teatro Schouwburg De Meerse, Hoofddorp, Holanda, para mais uma exibição do seu espectáculo L’ESPRIT DE JACQUES.

Aqui está uma amostra do que vai acontecer.

terça-feira, 8 de março de 2011

DION & THIBERT



Marie-Élaine Thibert nasceu em 1982 no Quebec, Canadá. Em 2003 ganhou o concurso “Academia de Estrelas” e no ano seguinte gravou o seu primeiro CD. Tem feito a sua carreira artística no Canadá tendo já vários discos gravados e alguns prémios importantes no seu currículo.
Neste vídeo Marie-Élaine canta ao lado da consagrada CÉLINE DION, sua compatriota.

As duas canadianas cantam, de Jacques Brel, QUAND ON N’A QUE L’AMOUR, hoje dia 8 de Março. Dia Internacional da Mulher.

segunda-feira, 7 de março de 2011

BREL RETURNS

Sempre atento aos “covers” e aos eventos brelianos que vão acontecendo por esse mundo, o amigo RAFAEL OLIVEIRA, de Minas Gerais, alertou-me para mais dois espectáculos sobre Jacques Brel.



O primeiro é o famoso JACQUES BREL IS ALIVE AND WELL AND LIVING IN PARIS que volta à cena pela Companhia do TWO RIVER THEATRE em New Jersey. Tem produção e concepção de Eric Blau e Mort Shuman (que também traduziram os textos de Brel) e tem a Direcção de Amanda Dehnert.
Diz o Programa que o espectáculo “é atrevido, divertido e romântico… “



O segundo espectáculo é no Teatro The Triad em New York e intitula-se “Jacques Brel Returns...the music of Brel, Blau, Shuman and Jouannest en Cabaret“
Nele participam (em rotatividade) Robert Cuccioli, Natascia Diaz,Jim Stanek, Tamra Hayden, Ereni Sevasti, Eric Gillette, Anna Bergman, Avi Hoffman, Laura Turnbull, Tangi Colombel. O Director musical é Rick Hip-Flores.

Eis uma pequena amostra de “JACQUES BREL RETURNS”

domingo, 6 de março de 2011

HAREL SKAAT



HAREL SKAAT foi o intérprete israelita no FESTIVAL DA EUROVISÃO 2010 com a canção intitulada MILIM . Encontrei no youtube a versão de NE ME QUITTE PAS em hebraico cantada por Harel.

Aqui fica a letra e a interpretação de אל תלכי מכאן


אל תלכי מכאן
ביצוע: ריטה ורמי קלינשטיין
מילים ולחן: ז'אק ברל
גירסה עברית: נעמי שמר

אל תלכי מכאן, אל תקחי מכאן
את עקבות הזמן האבוד שלך
אדבר איתך על אוהב נשכח
שליבו נוצח בראותו אותך
אגלה לך איך, רק למענך
מלך מאוהב את כיסאו עזב
אל תלכי מכאן, אל תלכי מכאן
אל תלכי מכאן, אל תלכי מכאן.

לך אני אביא שלג באביב
ופניני מטר ממחוזות ניכר
ארץ אעבור ומפני הקור
אעטוף אותך אציפך באור
ולאהבה ממלכה אקים
ואמציא חוקים ואכתיר אותך
אל תלך מכאן, אל תלך מכאן
אל תלך מכאן, אל תלך מכאן.

אל תלך מכאן, לך אמציא שפה
כה מטורפה, אבל כה יפה
האמן לי את הכל אשכח
תאונות קטנות של הכאב וברח
ומילה רעה שאמרתי לך
אושר בן שעה הוא שביר כל כך
אל תלך מכאן, אל תלך מכאן
אל תלך מכאן, אל תלך מכאן.

כבר ראינו איך התחדשה האש
והר געש מת שב והתלהט
וראינו איך ארץ חרוכה
התכסתה שדות התמלאה פריחה
וראינו גם אופק שנדם
איך הוא שוב בוער
בשחור ודם
אל תלך מכאן
אל תלכי מכאן
אל תלך מכאן

אל תלך מכאן
אל תלכי מכאן
את עקבות הזמן
האבוד שלך
האמיני לי את הכל אשכח
תאמין לי את הכל אשכח
תאונות קטנות של הכאב וברח
רק אל תלכי מכאן

אל תלך מכאן
אל תלכי מכאן

sábado, 5 de março de 2011

PIERRE BACHELET



PIERRE BACHELET (1944/2005) foi um cantor francês que viveu parte da sua vida no norte do país, Pas-de-Calais, terra de mineiros.
O seu primeiro grande sucesso foi a banda sonora para o filme EMMANUELLE no ano de 1974. Mas acabou por se tornar famoso em toda a França com a canção "Les corons" (1982), um verdadeiro hino aos mineiros de Calais.
Bachelet era fisicamente muito parecido com Jacques Brel e no palco tinha uma postura que em tudo fazia lembrar o colega belga. Morreu aos 61 anos de idade com um cancro nos pulmões tal como Brel.



O seu último disco, editado em 2005, foi dedicado a JACQUES BREL e tinha por título “TU NE NOUS QUITTES PAS”. Nele constam 11 canções de Brel e uma composta por Bachelet em homenagem ao seu ídolo.

Neste vídeo Bachelet canta LE PLAT PAYS.

sexta-feira, 4 de março de 2011

TOOTS




TOOTS Thielemans nasceu na Bélgica (Bruxelas) em 1922 e começou a sua carreira como guitarrista. Em 1949 entrou numa jam session em Paris com Sidney Bechet, Charlie Parker, Miles Davis, Max Roach entre outros. Mudou-se para os EUA em 1952, onde foi membro do Charlie Parker's All-Stars. Tocou e gravou com nomes como Ella Fitzgerald, The George Shearing Quintet, Quincy Jones, Bill Evans, Paul Simon, Billy Joel, Astrud Gilberto, Elis Regina, Sivuca e outros.
O seu maior sucesso é "Bluesette" (1962), em cuja gravação original, usou o assobio e a guitarra em uníssono. No entanto, notabilizou-se pela sua maneira peculiar de tocar harmónica, transportando o instrumento para o mundo do jazz. Foi convidado para colaborar em bandas sonoras de filmes e a sua harmónica pode ser ouvida em Midnight Cowboy ou Bagdad Café .
Em 1986 gravou um disco intitulado NE MEQUITTE PAS com a versão jazzística deste tema de Brel.




Neste vídeo, TOOTS e os seus músicos interpretam Ne me quitte pas, ao vivo, no Festival de Jazz Middelheim, em 2009. Toots Thielemans estava, portanto, com 87 anos de idade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

CHANSON




Em 28 de Outubro de 2009 falei AQUI de Amanda McBroom e de um disco que ela tinha gravado na altura dedicado a Jacques Brel.
Hoje acrescento mais informações sobre AMANDA McBROOM.
Ela foi autora da canção THE ROSE, composta para um filme de 1979 com o mesmo nome e dedicado a Janis Joplin. No entanto, esta canção veio a celebrizar-se na voz de BETTE MIDDLER a protagonista do filme.
Amanda McBroom também participou no musical “Jacques Brel is alive and well and living in Paris” durante as suas primeiras formações.

No disco CHANSON, com canções de Brel, ela canta La chanson des vieux amants (Song for old lovers). Neste vídeo ela canta a versão inglesa dessa canção numa tradução feita por ela própria…

Amanda atribui o seu sucesso a "Uma intervenção divina e muita cafeína".

quarta-feira, 2 de março de 2011

DECIBREL



DECIBREL é um grupo belga que se formou para homenagear JACQUES BREL.
É formado por 4 músicos John Dumon, voz, Geoffrey Lesire, Guitarra, Olivier Waterkeyn, Baixo e Denys Ugeux, bateria. Do seu reportório consta uma vintena de canções de Brel “revisitadas” e rearranjadas em estilos ousados e inesperados e com ritmos suaves ou endiabrados.
Segundo o grupo “Brel ainda hoje desperta paixões juntos dos jovens e dos menos jovens, e nós apenas pretendemos trazer para o gosto actual a musicalidade dos seus textos com um profundo respeito pelo artista e uma boa dose de humildade, de humor e de alegria”.
A razão de ser deste grupo, e o seu lema, portanto, é "Brel est bien vivant !” (BREL ESTÁ BEM VIVO!)

terça-feira, 1 de março de 2011

NINA SIMONE



NINA SIMONE, aliás Eunice Kathleen Waymon, nasceu em 1933 na Carolina do Norte (EUA) e morreu na sua casa, em França, em 2003. Foi uma das maiores cantoras de blues que o mundo já conheceu. Tocava piano magistralmente e compôs muitas das canções do seu reportório. Com a idade foi perdendo popularidade e agarrou-se a êxitos alheios para se manter à tona. Cantou My Way que Sinatra celebrizou, Here comes the Sun e My Sweet Lord, de George Harrison, Suzanne de Leonard Cohen e muitos outros sucessos. Também cantou Ne me Quitte pas de JACQUES BREL. Podem ver essa interpretação AQUI no youtube.

No entanto, eu gosto mais da NINA SIMONE que canta My baby just cares for me.
Neste vídeo a canção de NINA é animada pelos tais gatos que à noite são todos pardos.