quinta-feira, 19 de agosto de 2010

UNE ÎLE



Brel lia muito mas sem organização de leituras. Um dos livros que o influenciaram na construção de uma canção foi A ILHA de Robert Merle.
Neste romance o autor evoca a espontaneidade, e a generosidade dos nativos taítianos face à mesquinhez calculista dos brancos ditos civilizados. Brel dá a volta ao texto e faz da ilha o paraíso onde o amor reinará longe dos prepotentes e dos hipócritas deste mundo. Tenham a cor que tiverem.


Uma ilha (1962)

Uma ilha, uma ilha ao largo da esperança, onde os homens não terão medo. Tão suave e calma como o teu espelho. Uma ilha clara como uma manhã de Páscoa oferecendo a languidez oceânica duma sereia em cada onda... Vem, vem meu amor. Lá, não vão estar esses tolos que nos dizem para sermos sensatos, ou que os vinte anos são a idade bonita... Chegou o tempo de viver, chegou o tempo de amar.

Uma ilha, uma ilha ao largo do amor, posta no altar do mar, cetim sobre veludo... Uma ilha, quente como a ternura, sequiosa como o deserto que uma nuvem de chuva acaricia...
Vem, vem meu amor. Lá, não vão estar esses tolos que nos escondem as imensas praias. Vem meu amor, fujamos à tempestade... Chegou o tempo de viver, chegou o tempo de amar.

Uma ilha, que ainda temos que construir, para poder guardar os sonhos que se sonham a dois... Uma ilha, uma ilha que está de partida, e que dormitava nos nossos olhos desde a infância...
Vem, vem meu amor, é lá que tudo começa, eu acredito na última oportunidade, e tu és essa oportunidade que eu quero... Chegou o tempo de viver, chegou o tempo de amar...


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