Em 1960 Jacques Brel encontra Charley Marouani que se torna o seu empresário. É o grande salto para a fama e para o sucesso internacional. Marouani organiza espectáculos de Brel por todo o mundo, e em 1961 consegue que Brel substitua Marlene Dietrich num concerto no Olympia de Paris. Marlene desistira à última hora do seu espectáculo por causas imprevistas e Brel não desiludiu o exigente público daquela importante sala de espectáculos. A canção L’ivrogne, é deste espectáculo de 1961.
O BÊBADO (1961)
Amigo, enche-me o copo... Só mais um, e eu vou-me embora. Não, não vou chorar... Estou alegre e até já canto, mas, dói-me ser assim... Amigo enche-me o copo, enche-me o copo...
Bebamos à tua saúde, tu que sabes tão bem dizer que tudo se vai arranjar, que ela vai voltar... Tanto pior se estás a mentir, taberneiro antipático... Daqui a bocado estarei bêbado e estarei sem tristeza...
Bebamos à saúde dos amigos e das paródias que eu vou reencontrar e que me vão agradar... Tanto pior se esses tipos me deixarem por aí caído... Eu estarei bêbado daqui a bocado e estarei sem cólera...
Bebamos à minha saúde... Bebam comigo, venham dançar, partilhem a minha alegria... Tanto pior se os dançarinos me deixarem por aí ao relento... Daqui a um bocado estarei bêbado e estarei sem rancor... Bebamos às miúdas que me resta amar, bebamos já às miúdas que eu vou fazer chorar. Tanto pior para as flores que me vão rejeitar... Eu estarei bêbado daqui a um bocado e estarei sem paixão...
Bebamos à puta que me destroçou o coração... Bebamos a pleno desgosto, bebamos a plenos prantos, e tanto pior para os prantos que me inundam esta noite... Eu estarei bêbado daqui a bocado e estarei sem memória. Bebamos, noite após noite, até que eu fique medonho para a insignificante Sylvie, para o insignificante remorso... Bebamos, que está na hora. Bebamos só por beber... Daqui a um bocado estarei bem... Estarei sem esperança...
Amigo, enche-me o copo... Só mais um e eu vou-me embora. Não, não vou chorar, estou alegre e até canto... Tudo se há-de arranjar, amigo enche-me o copo, enche-me o copo...
AMIGOS BEBAM UM COPO À MINHA SAÚDE QUE EU VOU BEBER À VOSSA !!!
BOM ANO DE 2010 !
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
L'HOMME DE LA MANCHA
Em Agosto de 1968, começam os ensaios de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées em Paris.
A 4 de Outubro é a estreia no Théâtre Royal de la Monnaie em Bruxelles. Dario Moreno interpreta o papel de Sancho Pança.
Em 30 de Novembro, Dario Moreno morre no aeroporto de Istambul e é substituído por Robert Manuel. É durante este mês de Novembro que a comédia musical americana "Jacques Brel is alive and well and living in Paris" é estreada em Londres.
A 11 de Dezembro tem lugar a primeira apresentação de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées, Paris.
O Homem da Mancha (1968)
Escuta-me pobre mundo, insuportável mundo
Isto é demais, já bateste no fundo, estás demasiado cinzento
Tu és demasiado feio abominável mundo,
Escuta-me, um cavaleiro desafia-te, sim sou eu Dom Quixote
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra
Porque eu tenho honra em ser EU, D.Quixote sem medo
E o vento da história canta em mim,
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
E eu sou Sancho, Sancho, o seu criado, o seu filho, o seu irmão
Sancho o seu único amigo, para sempre o seu único seguidor
e por isso me orgulho...
Olhem para mim, dragões, feiticeiros e feiticeiras, o vosso reino morre hoje
Olhem para mim, a virtude arde na minha bandeira
Olhem para mim, um cavaleiro desafia-vos. Sim, sou EU, D.Quixote,
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra,
Porque eu tenho honra em ser eu, D.Quixote sem medo...
E o vento da história canta em mim
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
A 4 de Outubro é a estreia no Théâtre Royal de la Monnaie em Bruxelles. Dario Moreno interpreta o papel de Sancho Pança.
Em 30 de Novembro, Dario Moreno morre no aeroporto de Istambul e é substituído por Robert Manuel. É durante este mês de Novembro que a comédia musical americana "Jacques Brel is alive and well and living in Paris" é estreada em Londres.
A 11 de Dezembro tem lugar a primeira apresentação de "L'Homme de la Mancha" no Teatro Champs-Elysées, Paris.
O Homem da Mancha (1968)
Escuta-me pobre mundo, insuportável mundo
Isto é demais, já bateste no fundo, estás demasiado cinzento
Tu és demasiado feio abominável mundo,
Escuta-me, um cavaleiro desafia-te, sim sou eu Dom Quixote
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra
Porque eu tenho honra em ser EU, D.Quixote sem medo
E o vento da história canta em mim,
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
E eu sou Sancho, Sancho, o seu criado, o seu filho, o seu irmão
Sancho o seu único amigo, para sempre o seu único seguidor
e por isso me orgulho...
Olhem para mim, dragões, feiticeiros e feiticeiras, o vosso reino morre hoje
Olhem para mim, a virtude arde na minha bandeira
Olhem para mim, um cavaleiro desafia-vos. Sim, sou EU, D.Quixote,
Senhor da Mancha, para sempre ao serviço da honra,
Porque eu tenho honra em ser eu, D.Quixote sem medo...
E o vento da história canta em mim
Além disso, que me importa a história, desde que ela me leve à glória...
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
LES SINGES
Brel dizia que “na vida o que conta é a intensidade da vida e não a sua duração... Viver é formidável. Não é um caso sério, não é um caso grave. É preciso saber fugir da gravidade dos imbecis” e já agora dos macacos, digo eu. O texto que publico hoje é de 1961 e chama-se Les singes, os macacos, aqueles que nos querem controlar a vida, penalizar a vida, amargurar a vida, destruir a vida... Os macacos dos nossos bairros...
OS MACACOS (1961)
Antes deles, antes dos cus pelados, a flor, o pássaro e nós, andávamos em liberdade... Mas, eles chegaram e a flor foi para um vaso, e o pássaro para uma gaiola... E nós para um número. Porque eles inventaram as prisões, e os condenados, e os registos criminais, e os buracos na fechadura, e as línguas cortadas das primeiras censuras...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, não havia problema quando as bananas amadureciam mesmo pela Quaresma... Mas, eles chegaram a abarrotar de intolerância, e foram caçar, pregando outras intolerâncias. Porque eles inventaram a caça aos albigenses, a caça aos infiéis e a caça a outros que tais... A caça aos macacos sensatos que não gostavam de caçar...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, o homem era um príncipe, a mulher uma princesa e o amor uma província... Mas, eles chegaram, e o príncipe é um vagabundo, a província definha e a princesa está à venda... Porque eles inventaram que o amor é pecado, o amor é um negócio, uma feira de virgens, o direito ao assédio… Inventaram as patroas de bordel...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles havia paz sobre a Terra, quando para dez elefantes não havia mais que um militar... Mas, eles chegaram, e foi à bastonada que a razão de Estado caçou a razão... Porque eles inventaram o ferro de empalar, e a câmara de gás, e a cadeira eléctrica, e a bomba de napalm, e a bomba atómica...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro... Os macacos do meu bairro!
OS MACACOS (1961)
Antes deles, antes dos cus pelados, a flor, o pássaro e nós, andávamos em liberdade... Mas, eles chegaram e a flor foi para um vaso, e o pássaro para uma gaiola... E nós para um número. Porque eles inventaram as prisões, e os condenados, e os registos criminais, e os buracos na fechadura, e as línguas cortadas das primeiras censuras...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, não havia problema quando as bananas amadureciam mesmo pela Quaresma... Mas, eles chegaram a abarrotar de intolerância, e foram caçar, pregando outras intolerâncias. Porque eles inventaram a caça aos albigenses, a caça aos infiéis e a caça a outros que tais... A caça aos macacos sensatos que não gostavam de caçar...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles, o homem era um príncipe, a mulher uma princesa e o amor uma província... Mas, eles chegaram, e o príncipe é um vagabundo, a província definha e a princesa está à venda... Porque eles inventaram que o amor é pecado, o amor é um negócio, uma feira de virgens, o direito ao assédio… Inventaram as patroas de bordel...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro...
Antes deles havia paz sobre a Terra, quando para dez elefantes não havia mais que um militar... Mas, eles chegaram, e foi à bastonada que a razão de Estado caçou a razão... Porque eles inventaram o ferro de empalar, e a câmara de gás, e a cadeira eléctrica, e a bomba de napalm, e a bomba atómica...
E só então, depois, é que ficaram civilizados, os macacos do meu bairro... Os macacos do meu bairro!
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
PLACE DE LA CONTRESCARPE
Encontrei aqui na net uma canção de Jacques Brel que não está gravada em qualquer suporte áudio. O texto também não consta em nenhum site especializado em "lyrics" desses que abundam na rede.
Os meus agradecimentos a Rodolphe Guillo que me ajudou a entender o texto.
Portanto, aqui vão os versos da canção em português sem link para a versão original.
Praça da Contrescarpe
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Eles batem os calcanhares
Eles têm os pés gelados
As mãos nos bolsos esburacados
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
No Verão, quatro árvores verdes
Quatro árvores negras no Inverno
E em redor dos cafés
Cerveja quente bem fresquinha
O vento varre a geada
Do telhado das casas
E dão voltas o negro zarolho
O árabe e o bretão
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
A música do vento
Esta noite fá-los dansar
E os últimos transeuntes
Passam com passo apressado
Depois os carros da polícia
Sem sirene nem buzina
Embalam seguros os vagabundos
Vagabundos campanários
Privilegiados, os pobres
Passarão a noite no violino
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Os nossos vagabundos dansam numa roda
Os meus agradecimentos a Rodolphe Guillo que me ajudou a entender o texto.
Portanto, aqui vão os versos da canção em português sem link para a versão original.
Praça da Contrescarpe
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Eles batem os calcanhares
Eles têm os pés gelados
As mãos nos bolsos esburacados
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
No Verão, quatro árvores verdes
Quatro árvores negras no Inverno
E em redor dos cafés
Cerveja quente bem fresquinha
O vento varre a geada
Do telhado das casas
E dão voltas o negro zarolho
O árabe e o bretão
Praça da Contrescarpe
Eles dansam todos numa roda
A música do vento
Esta noite fá-los dansar
E os últimos transeuntes
Passam com passo apressado
Depois os carros da polícia
Sem sirene nem buzina
Embalam seguros os vagabundos
Vagabundos campanários
Privilegiados, os pobres
Passarão a noite no violino
Praça da Contrescarpe
Os vagabundos dansam numa roda
Praça da Contrescarpe
Os nossos vagabundos dansam numa roda
domingo, 27 de dezembro de 2009
1 Km DE CADA VEZ
Viajar é usufruir. É sentir o momento e os locais por onde se passa.
“1 km de cada vez”, o mais recente livro de GONÇALO CADILHE, celebra “a preguiça do viajante”.
Publicado pela OFICINA DO LIVRO, “1 km de cada vez” foi lançado no passado dia 24 de Novembro 2009.
Neste novo livro de textos inéditos, o autor relata o que sentiu nas viagens efectuadas ao longo de quinze meses. Sem pressas e sem datas. Por destinos tão diversos e longínquos como as ilhas Galápagos, o Sueste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia.
Gonçalo Cadilhe esteve em Hiva Oa e estas são as suas palavras para descrever a sua visita ao cemitério onde jaz Jacques Brel:
"O pequeno cemitério onde jazem os restos mortais de Brel encontra-se numa colina em anfiteatro sobre o mar. Passei uma tarde no cemitério, sereno e alheado, a ler, a olhar o mar, a meditar no que teria sido a vida de Brel ali. Com o quê ocuparia o seu tempo? Que livros, vinhos, música, teria trazido para esta sua ilha deserta? E se a morte não o tivesse levado, o que teria sido a sua vida? Teria regressado a Paris, à Bélgica; ou ainda estaria nas ilhas Marquesas?”
Gonçalo Cadilhe
1 km de cada vez
“1 km de cada vez”, o mais recente livro de GONÇALO CADILHE, celebra “a preguiça do viajante”.
Publicado pela OFICINA DO LIVRO, “1 km de cada vez” foi lançado no passado dia 24 de Novembro 2009.
Neste novo livro de textos inéditos, o autor relata o que sentiu nas viagens efectuadas ao longo de quinze meses. Sem pressas e sem datas. Por destinos tão diversos e longínquos como as ilhas Galápagos, o Sueste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia.
Gonçalo Cadilhe esteve em Hiva Oa e estas são as suas palavras para descrever a sua visita ao cemitério onde jaz Jacques Brel:
"O pequeno cemitério onde jazem os restos mortais de Brel encontra-se numa colina em anfiteatro sobre o mar. Passei uma tarde no cemitério, sereno e alheado, a ler, a olhar o mar, a meditar no que teria sido a vida de Brel ali. Com o quê ocuparia o seu tempo? Que livros, vinhos, música, teria trazido para esta sua ilha deserta? E se a morte não o tivesse levado, o que teria sido a sua vida? Teria regressado a Paris, à Bélgica; ou ainda estaria nas ilhas Marquesas?”
Gonçalo Cadilhe
1 km de cada vez
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sábado, 26 de dezembro de 2009
Brel actor (5)
L'Aventure c'est l'aventure
Realização: Claude Lelouch
Imagem: Jean Collomb
Música: Francis Lai
Montagem: Jeannine Boublil
Produção: Films 13, Artistes Associés, Films Ariane
Duração: 120 min.
Estreia: 04/05/1972
COM: Jacques Brel, Lino Ventura, Charles Denner, Aldo Maccione, Charles Gérard, Johnny Halliday, Nicole Courcel.
Argumento :
Roubos, assaltos à mão armada, acertos de contas, homicídios... eis o festival de delitos oferecido aos parisienses, no ano de 1972. Mas isto não serve para concluir que os bandidos têm vida fácil, porque se é canja roubar um banco, não quer dizer que haja lá dinheiro. Jacques, Lino e Simon, três líderes de uma quadrilha e os seus lacaios Charlo e Aldo, reúnem-se então para resolver os seus problemas de golpes falhados. Conclusão: É preciso rever toda a metolodogia e aplicar à indústria do crime, em crise, as soluções usadas nas empresas, como por exemplo, gestão, reciclagem e formação acelerada de gestores. Depois desta preparação intensiva os cinco comparsas lançam-se no único ramo que ainda oferece oportunidades seguras – a política.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
DITES, SI C'ÉTAIT VRAI
Pintura flamenga do século XVI, de GERARD DAVID
Jacques Brel nascido em Bruxelas, mas de cepa flamenga, é educado na religião católica, mas sem fé. Na infância e adolescência frequenta um instituto católico, é escuteiro e colabora com a Franche Cordée, um movimento juvenil católico. A abordagem dos temas religiosos nas suas canções joga sempre com este dilema teológico: O mundo é cruel! Se Deus é bom e criador porque é que a criação é tão imperfeita? Um padre jesuíta, amigo do cantor, disse um dia que o problema essencial de Brel era o sofrimento do mundo.
DIGAM, SE FOI VERDADE - 1958
Digam, digam, se foi verdade. Se ele nasceu realmente em Belém, num estábulo.
Digam, se foi verdade. Se os Reis Magos vieram realmente de muito, muito longe para lhe trazer ouro, mirra e incenso...
Digam, se foi verdade, se foi verdade tudo o que eles escreveram, Lucas, Mateus, e os outros dois...
Digam, se foi verdade o caso das bodas de Canaã, e o caso do Lázaro...
Digam, se foi verdade, se foi verdade aquilo que contam às crianças, à noite, antes de adormecer. Vocês sabem, quando eles rezam o Pai-nosso e a Avé Maria.
Se isso foi tudo verdade, direi que sim, certamente que direi sim.
Porque isso é tudo tão belo quando se acredita que é verdade...
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
AXEL CHILL, "ZO BREL"
Rodolphe Guillo que foi ver o espectáculo de AXEL CHILL, "ZO BREL", no passado dia 18 em Saint-Malo, escreveu no seu blog LA CHANSON DE JACKY uma crítica ao espectáculo (que traduzi para O CANTO DO BREL). Ontem Rodolphe indicou-me o site onde estão excertos das interpretações de Axel Chill de algumas canções desse espectáculo sobre o Grand Jacques. Quem estiver interessado em escutar esses excertos clique AQUI.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Anthony Cable, THE RAGE TO LIVE
Recebi das Edições Jacques Brel mais uma informação sobre o espectáculo “Jacques Brel THE RAGE TO LIVE”. Este espectáculo de homenagem ao cantor (a que fiz referência no dia 19 de Setembro) tem tido imenso êxito na França, Alemanha e Inglaterra, não só pela afluência de público que tem esgotado as salas, como pelos comentários entusiásticos publicados pelos críticos teatrais.
A última actuação foi ontem, dia 21, no New End Theatre, em Hampstead, Londres.
Veja-se na página de ANTHONY CABLE, o actor que faz reviver Brel no palco, acompanhado por um pianista - Michael Roulston - e por um acordianista - Igor Outkine.
A última actuação foi ontem, dia 21, no New End Theatre, em Hampstead, Londres.
Veja-se na página de ANTHONY CABLE, o actor que faz reviver Brel no palco, acompanhado por um pianista - Michael Roulston - e por um acordianista - Igor Outkine.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
"ZO BREL" visto por RODOLPHE GUILLO
No dia 4 de Dezembro passado publiquei aqui o anúncio de mais um espectáculo em homenagem JACQUES BREL. Tratava-se de “ZO BREL”. Ora, um dos autores do site LA CHANSON DE JACKY, RODOLPHE GUILLO, foi ver este espectáculo, no dia 18, em Saint-Malo e publicou no seu BLOG as suas impressões sobre o que viu e ouviu. Tomo a liberdade de transcrever esse pequeno texto aqui no CANTO DO BREL.
“No porto de Saint-Malo, há artistas que interpretam os temas que os atormentam para lá de Saint-Malo”
Esta Sexta feira, 18 de Dezembro, enfrentando a neve, fui ver o espectáculo “Zo Brel” com Axel Chill, cantor e comediante, e Jean-Jacques Marin, pianista, que decorreu em Saint-Malo. Foi sobre um palco sóbrio, com um piano decorado com o desenho de duas margaridas e com dois bancos pequenos, que os dois companheiros representaram a comédia humana segundo Brel.
Se os textos permanecem, é claro, os mesmos, as músicas foram arranjadas de maneira diferente para permitir, a Axel Chill jogar com o seu talento de actor e Jean-Jacques Marin com o seu brilhantismo de pianista, a encenação dos textos. O conjunto das canções está organizado em consonância com os extractos mais marcantes da filosofia de Brel: as citações que ficaram célebres sobre a estupidez, o talento, o gosto da aventura...
O reportório apresentado é constituído por canções que jogam sobretudo com o contraste de sentimentos. Nada de "Ne me quitte pas", de "Chanson de Jacky" ou de "Marieke".
Começando com o pouco conhecido “Le cheval” , onde Axel Chill imediatamente demonstra sua capacidade de pantomima, fiquei logo fascinado pela sua interpretação
de "Fils de...", e verdadeiramente divertido com "Rosa", onde se passa da candura infantil e timidez pela segurança do estado amoroso à descoberta dos espinhosos problemas do amor. Tudo termina numa cena taciturna com “Ces gens-lá” lançando um véu de escuridão e melancolia sobre todos os temas tratados de modo tão divertido.
O espectáculo terminou sob o entusiasmo de um público fascinado e conquistado reclamando “mais uma, mais uma, mais uma!!!” Os intérpretes cumprimentaram, explicaram que o espectáculo era composto unicamente por canções de Brel, risos, o encenador agradeceu e concluiu: “Brel nunca fazia repetições (bis)”. A esperança floresceu e...Venha ver!!!
“No porto de Saint-Malo, há artistas que interpretam os temas que os atormentam para lá de Saint-Malo”
Esta Sexta feira, 18 de Dezembro, enfrentando a neve, fui ver o espectáculo “Zo Brel” com Axel Chill, cantor e comediante, e Jean-Jacques Marin, pianista, que decorreu em Saint-Malo. Foi sobre um palco sóbrio, com um piano decorado com o desenho de duas margaridas e com dois bancos pequenos, que os dois companheiros representaram a comédia humana segundo Brel.
Se os textos permanecem, é claro, os mesmos, as músicas foram arranjadas de maneira diferente para permitir, a Axel Chill jogar com o seu talento de actor e Jean-Jacques Marin com o seu brilhantismo de pianista, a encenação dos textos. O conjunto das canções está organizado em consonância com os extractos mais marcantes da filosofia de Brel: as citações que ficaram célebres sobre a estupidez, o talento, o gosto da aventura...
O reportório apresentado é constituído por canções que jogam sobretudo com o contraste de sentimentos. Nada de "Ne me quitte pas", de "Chanson de Jacky" ou de "Marieke".
Começando com o pouco conhecido “Le cheval” , onde Axel Chill imediatamente demonstra sua capacidade de pantomima, fiquei logo fascinado pela sua interpretação
de "Fils de...", e verdadeiramente divertido com "Rosa", onde se passa da candura infantil e timidez pela segurança do estado amoroso à descoberta dos espinhosos problemas do amor. Tudo termina numa cena taciturna com “Ces gens-lá” lançando um véu de escuridão e melancolia sobre todos os temas tratados de modo tão divertido.
O espectáculo terminou sob o entusiasmo de um público fascinado e conquistado reclamando “mais uma, mais uma, mais uma!!!” Os intérpretes cumprimentaram, explicaram que o espectáculo era composto unicamente por canções de Brel, risos, o encenador agradeceu e concluiu: “Brel nunca fazia repetições (bis)”. A esperança floresceu e...Venha ver!!!
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domingo, 20 de dezembro de 2009
LE PLAT PAYS
Le plat pays, foi escrito no ano de 1961. Brel tinha comprado uma casa em Roquebrune, à beira mar, e lá, em dez dias, escreveu um dos seus mais belos textos. No entanto, a canção teve uma má recepção por parte da Philips, empresa discográfica do cantor, e foi incluída num disco apenas para tapar um buraco. Só que, inesperadamente Le plat pays tornou-se num sucesso estrondoso! Jacques Brel não se considerava poeta, mas autor de canções. No entanto, admitia que este texto era uma excepção e seria um texto poético.
Nesta ilustração do álbum ASTERIX ENTRE OS BELGAS (Dargaud Editeur) Gosciny faz uma referência a Brel e à canção Le plat pays. Oppidum é uma fortaleza em latim.
O PAÍS PLANO - 1962
Com o Mar do Norte como último terreno baldio, e com as vagas de dunas para conter as vagas, e os vagos rochedos que as marés galgam e que têm para sempre o coração na maré baixa... Com um nunca acabar de brumas a chegar, trazidas pelo de vento de Leste, escutem-no a resistir, este país plano que é o meu...
Com catedrais, como únicas montanhas, e negros campanários, como mastros de cocanha, onde diabos em pedra esgaçam as nuvens... Com o correr dos dias como única viagem, e caminhos de chuva como única despedida... Com o vento de Oeste, escutem-no a implorar, este país plano que é o meu...
Com um céu tão baixo que um canal se afundou. Com um céu tão baixo que cria a humildade. Com um céu tão cinzento que um canal se enforcou... Com um céu tão cinzento que é preciso perdoar-lhe. Com o vento do norte que vem dilacerar-se... Com o vento do Norte, escutem-no estalar, este país plano que é o meu...
Com a Itália a descer o rio Escault, com a loira Frida a tornar-se Margot. Quando os filhos de Novembro regressam em Maio, quando a planície fumega e estremece em Julho. Quando o vento está alegre e corre pelo trigo, quando o vento está de Sul, escutem-no a cantar, este país plano que é o meu...
Nesta ilustração do álbum ASTERIX ENTRE OS BELGAS (Dargaud Editeur) Gosciny faz uma referência a Brel e à canção Le plat pays. Oppidum é uma fortaleza em latim.
O PAÍS PLANO - 1962
Com o Mar do Norte como último terreno baldio, e com as vagas de dunas para conter as vagas, e os vagos rochedos que as marés galgam e que têm para sempre o coração na maré baixa... Com um nunca acabar de brumas a chegar, trazidas pelo de vento de Leste, escutem-no a resistir, este país plano que é o meu...
Com catedrais, como únicas montanhas, e negros campanários, como mastros de cocanha, onde diabos em pedra esgaçam as nuvens... Com o correr dos dias como única viagem, e caminhos de chuva como única despedida... Com o vento de Oeste, escutem-no a implorar, este país plano que é o meu...
Com um céu tão baixo que um canal se afundou. Com um céu tão baixo que cria a humildade. Com um céu tão cinzento que um canal se enforcou... Com um céu tão cinzento que é preciso perdoar-lhe. Com o vento do norte que vem dilacerar-se... Com o vento do Norte, escutem-no estalar, este país plano que é o meu...
Com a Itália a descer o rio Escault, com a loira Frida a tornar-se Margot. Quando os filhos de Novembro regressam em Maio, quando a planície fumega e estremece em Julho. Quando o vento está alegre e corre pelo trigo, quando o vento está de Sul, escutem-no a cantar, este país plano que é o meu...
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
IVON CURI
IVON CURI (1928/1995)
Cantor, compositor e actor brasileiro.
No princípio dos anos 60 dizia-se que IVON CURI era o único intérprete brasileiro de Chevalier a Serge Gainsbourg, a Ricet Barrier, a Jacques Brel, a Gilbert Becaud passando por Jean Sablon, Georges Ulmer, Charles Trenet , Leo Ferré e Catherine Sauvage. Ivon Curi tinha com esta constelação francesa um parentesco: a inteligência do que cantava e o domínio do público só pela sua presença. Chamavam-lhe o “actor da canção”.
Foi ele quem primeiro traduziu para português canções de Jacques Brel, e nos seus espectáculos, como “actor da canção” que era, dava-lhes a encenação que os textos exigiam, tornando as canções grandes êxitos do seu reportório.
E para se ter uma ideia do que seriam as suas interpretações de Brel, hoje transcrevo o texto OS BOMBONS. A tradução de Ivon Curi não é uma tradução à letra, mas uma tradução cantável com rimas e métricas ajustadas à melodia original. No entanto, Ivon Curi soube dar-lhe o inconfundível sabor sarcástico de Brel.
Agradeço a RODOLPHE GUILLO o envio do ficheiro com as canções de Ivon Curi do LP “Um espectáculo à parte”.
OS BOMBONS (Trad. Ivon Curi) 1963
Boa tarde Teresa Cristina
Que linda tarde de Primavera, não acha, então?
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis
E os bombons além de bons, cá para nós
São bem mais comíveis,
Pois rosas... só quando em “botons”
Por isso eu optei pelos bombons...
Vim convidá-la a passear
Com você mamã não vai zangar,
Nós vamos ver o trem passar
Verá como é lindo seu apitar,
E nós dois presos de “emoçon”
Comeremos juntos um bombon...
Quantos olhares invejosos
Todos me olham de soslaio,
Momentos tão maravilhosos
Que eu desfaleço, quase desmaio,
O Freud tem a “explicaçon”,
A propósito experimente um bombon...
Olha a Mafalda tão demodé
Tão presunçosa e tão cruel,
Mafalda é lixo perto de você
Mafalda é a própria cascavel,
Eu falo porque tenho mil “razons”
Só p’ra você eu traria bombons...
A Praça Boris está em festa,
Olha o Leon a nos olhar,
Teresa Cristina ele não presta
Mas se prefere ... dou meu lugar,
Se você fica com o Leon
Eu levo de volta o meu bombon...
Boa tarde senhorita Mafalda
Que linda tarde de Primavera,
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis,
E os bombons além de bons
Cá para nós são bem mais comíveis...
O texto em português, tradução do original, está publicado neste blog em 10 de Setembro.
Cantor, compositor e actor brasileiro.
No princípio dos anos 60 dizia-se que IVON CURI era o único intérprete brasileiro de Chevalier a Serge Gainsbourg, a Ricet Barrier, a Jacques Brel, a Gilbert Becaud passando por Jean Sablon, Georges Ulmer, Charles Trenet , Leo Ferré e Catherine Sauvage. Ivon Curi tinha com esta constelação francesa um parentesco: a inteligência do que cantava e o domínio do público só pela sua presença. Chamavam-lhe o “actor da canção”.
Foi ele quem primeiro traduziu para português canções de Jacques Brel, e nos seus espectáculos, como “actor da canção” que era, dava-lhes a encenação que os textos exigiam, tornando as canções grandes êxitos do seu reportório.
E para se ter uma ideia do que seriam as suas interpretações de Brel, hoje transcrevo o texto OS BOMBONS. A tradução de Ivon Curi não é uma tradução à letra, mas uma tradução cantável com rimas e métricas ajustadas à melodia original. No entanto, Ivon Curi soube dar-lhe o inconfundível sabor sarcástico de Brel.
Agradeço a RODOLPHE GUILLO o envio do ficheiro com as canções de Ivon Curi do LP “Um espectáculo à parte”.
OS BOMBONS (Trad. Ivon Curi) 1963
Boa tarde Teresa Cristina
Que linda tarde de Primavera, não acha, então?
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis
E os bombons além de bons, cá para nós
São bem mais comíveis,
Pois rosas... só quando em “botons”
Por isso eu optei pelos bombons...
Vim convidá-la a passear
Com você mamã não vai zangar,
Nós vamos ver o trem passar
Verá como é lindo seu apitar,
E nós dois presos de “emoçon”
Comeremos juntos um bombon...
Quantos olhares invejosos
Todos me olham de soslaio,
Momentos tão maravilhosos
Que eu desfaleço, quase desmaio,
O Freud tem a “explicaçon”,
A propósito experimente um bombon...
Olha a Mafalda tão demodé
Tão presunçosa e tão cruel,
Mafalda é lixo perto de você
Mafalda é a própria cascavel,
Eu falo porque tenho mil “razons”
Só p’ra você eu traria bombons...
A Praça Boris está em festa,
Olha o Leon a nos olhar,
Teresa Cristina ele não presta
Mas se prefere ... dou meu lugar,
Se você fica com o Leon
Eu levo de volta o meu bombon...
Boa tarde senhorita Mafalda
Que linda tarde de Primavera,
Eu comprei p’ra você uns bombons
Pois as rosas são tão perecíveis,
E os bombons além de bons
Cá para nós são bem mais comíveis...
O texto em português, tradução do original, está publicado neste blog em 10 de Setembro.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (3)
O bimotor Beech Twin-Bonanza é baptizado de JOJO, alcunha do melhor amigo de Jacques Brel, Georges Pasquier (que tinha falecido em 1974 quando o cantor iniciou a sua volta ao mundo no iate Askoy). Na companhia da sua amiga Maddly Bamy efectua voos naquela zona do Pacífico que ele próprio considera memoráveis e entre os mais belos que sempre fez.
Em Julho de 1977, Brel vai a Paris gravar o seu último disco e reencontra o seu velho amigo Jean Liardon. Juntos voam até à Suiça num Stampe et Vertongen SV.4, um bimotor belga, de dois lugares.
Depois regressou ao seu paraíso tropical, mas logo a seguir, no Verão de 1978, faz a sua última longa viagem de avião, em vida. Não como piloto, mas como passageiro em estado terminal. A sua doença leva-o até Paris e, lá, vem a falecer no hospital Franco-Musulman de Bobigny no dia 9 de Outubro com uma embolia pulmonar.
Três dias depois o seu corpo regressará a Hiva Oa.
O Beech Twin-Bonanza JOJO está agora exposto num hangar do Aeroclube JACQUES BREL em Hiva Oa, perto do Aeroporto também chamado… JACQUES BREL.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (2)
Em 17 de Abril de 1970 Brel obtém a certificação IFR (Instrument Flight Rules) e torna-se co-piloto de Learjet . No ano seguinte voa para as Caraíbas na companhia de alguns amigos a bordo de um Learjet 25 alugado em Geneve. Com uma autonomia de menos de 2.000 Km faz várias etapas, sendo a mais demorada na Gronelândia... devido a uma avaria no trem de aterragem.
Depois de um intervalo consagrado a outra paixão – a vela – ele retomará os comandos de um avião. Na ilha Hiva Oa, no arquipélago das Marquesas, em Julho de 1976, Jacques Brel decide repetir a sua certificação de piloto e faz um curso com o piloto Michel Gauthier. Mas só após a resolução de vários problemas burocráticos, relacionados com a sua doença, ele consegue a revalidação da sua licença para voar.
Compra um Beech Twin-Bonanza em Tahiti, e passa a fazer regularmente o circuito das ilhas para entregar correio, encomendas, medicamentos e até víveres necessários às populações esquecidas naquele fim do mundo.
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
JACQUES BREL AVIADOR (1)
Jacques Brel era um apaixonado pela aviação. Uma paixão tardia dado que começou só aos 35 anos de idade. Em 1964 depois de um concerto em Biarritz, o seu empresário Charley Marouani, alugou uma avioneta para voarem para Charleville, próxima etapa da digressão.
Quem dirigia a aeronave era um ex-piloto da Aéronavale que depois se tornou piloto de ensaios na Sud-Aviation: Paul Lepanse
Durante esse voo de quatro horas Brel tomou a decisão de aprender a pilotar!
O próprio Lepanse foi o seu instrutor e muito rapidamente o cantor consegue a licença para pilotar aviões particulares. Compra um Gardan Horizon com matrícula F-BLPG e voa nele por toda a França durante 3 anos. Depois troca-o por um Wassmer 40 e faz uma longa viagem, com várias etapas, na companhia de Lepanse. Vai de Nice a Beyrouth e regressa via Ankara e Istambul.
Em 1969 decide-se pelo voo com instrumentos e inscreve-se numa das melhores escolas de aviação em Geneve-Cointrin. Lá, vai encontrar Jean Liardon, que além de seu instrutor se vai tornar um dos seus grandes amigos.
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domingo, 13 de dezembro de 2009
DE BRUXELLES AUX MARQUISES
Das edições JACQUES BREL recebi a informação sobre mais um espectáculo dedicado ao cantor. Chama-se BREL DE BRUXELAS ÀS MARQUESAS – BIOGRAFIA MUSICAL - e é da autoria de Jacques Pessis com interpretação de Nathalie Lhermitte.
Esta produção de ETLA PROD é levada à cena no Teatro Dejazet (Paris) de 19 de Novembro 3 de Janeiro.
Esta produção de ETLA PROD é levada à cena no Teatro Dejazet (Paris) de 19 de Novembro 3 de Janeiro.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Brel actor (4)
LA BANDE À BONNOT ou Les Anarchistes
Realização: Philippe Fourastié
Argumento: Rémo Forlani, Philippe Fourastié
Imagem: Alain Levent
Música: François Rauber et Jacques Brel
Montagem: Jacqueline Thiédot
Produção: Intermondia, Kinésis, Mega Films
Duração: 110 min. Estreado: 30/10/1968
Com: Jacques Brel, Annie Girardot, Bruno Cremer.
Argumento :
Um grupo de anarquistas franceses decide entrar pelos caminhos da luta armada quando o seu chefe Raymond (Jacques Brel) é capturado. Juntam-se a um famoso gangster, Bonnot (Bruno Cremer), roubam um carro e começam a assaltar Bancos. E os pacíficos anarquistas rapidamente se tornam perigosos criminosos depois de matar pessoas e fugirem para a Bélgica. Escondem-se num bordel até que a dona os denuncia. O grupo separa-se mas os seus elementos sentem-se inseguros sem o lider Bonnot. A polícia local prende um elemento do bando e logo de seguida cerca o resto dos elementos e pede a ajuda do exército para quenhum consiga escapar. Este filme de gangsters passa-se no princípio do século XX e foi inspirado em factos relatados no Petit Journal.
Realização: Philippe Fourastié
Argumento: Rémo Forlani, Philippe Fourastié
Imagem: Alain Levent
Música: François Rauber et Jacques Brel
Montagem: Jacqueline Thiédot
Produção: Intermondia, Kinésis, Mega Films
Duração: 110 min. Estreado: 30/10/1968
Com: Jacques Brel, Annie Girardot, Bruno Cremer.
Argumento :
Um grupo de anarquistas franceses decide entrar pelos caminhos da luta armada quando o seu chefe Raymond (Jacques Brel) é capturado. Juntam-se a um famoso gangster, Bonnot (Bruno Cremer), roubam um carro e começam a assaltar Bancos. E os pacíficos anarquistas rapidamente se tornam perigosos criminosos depois de matar pessoas e fugirem para a Bélgica. Escondem-se num bordel até que a dona os denuncia. O grupo separa-se mas os seus elementos sentem-se inseguros sem o lider Bonnot. A polícia local prende um elemento do bando e logo de seguida cerca o resto dos elementos e pede a ajuda do exército para quenhum consiga escapar. Este filme de gangsters passa-se no princípio do século XX e foi inspirado em factos relatados no Petit Journal.
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
L'AIR DE LA BÊTISE
Jacques Brel grava o seu terceiro disco em 1957. É um disco ainda influenciado por temas muito líricos, de matriz moralista. Há, porém, neste trabalho uma canção que deixa antever um Brel NOVO. Um Brel que pretende dizer coisas diferentes. Nesta canção, L’air de la Bêtise, o cantor deixa-se de lirismos e revela-se duro, ríspido, crítico. A agressividade e a provocação manifestam-se...
A ÁRIA DA ESTUPIDEZ (1957)
Mãe das pessoas sem preocupações. Mãe dos que se dizem poderosos... Mãe dos brandos costumes e princesa das gentes sem remorsos... Nós te saudamos, Dona Estupidez, tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez,...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para teres tantos amantes e tantos namorados, tantos representantes e tantos prisioneiros... Para urdires tantos malentendidos, e fazer crer aos cretinos que afinal nós somos persuadidos a vencer na vida à custa de falsos respeitos... De invejas mesquinhas... De nobres intolerâncias...
Mãe das mulheres fatais e dos casamentos por dinheiro... Mãe de todas as meretrizes... Princesa pálida do Vison, nós te saudamos, Dona Estupidez... tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para que a gente não veja o sorriso cúmplice que fará de nós todos, cornudos muito nobres... Para nos fazer esquecer que as verdadeiras putas são aquelas que se fazem pagar, não antes, mas depois... Para que seja possível, certas noites, eu cruzar-me com o teu olhar familiar no fundo do meu espelho...
A ÁRIA DA ESTUPIDEZ (1957)
Mãe das pessoas sem preocupações. Mãe dos que se dizem poderosos... Mãe dos brandos costumes e princesa das gentes sem remorsos... Nós te saudamos, Dona Estupidez, tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez,...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para teres tantos amantes e tantos namorados, tantos representantes e tantos prisioneiros... Para urdires tantos malentendidos, e fazer crer aos cretinos que afinal nós somos persuadidos a vencer na vida à custa de falsos respeitos... De invejas mesquinhas... De nobres intolerâncias...
Mãe das mulheres fatais e dos casamentos por dinheiro... Mãe de todas as meretrizes... Princesa pálida do Vison, nós te saudamos, Dona Estupidez... tu que tens um reino desconhecido... Nós te saudamos, Dona Estupidez...
Mas, diz-me lá, qual é o teu segredo para que a gente não veja o sorriso cúmplice que fará de nós todos, cornudos muito nobres... Para nos fazer esquecer que as verdadeiras putas são aquelas que se fazem pagar, não antes, mas depois... Para que seja possível, certas noites, eu cruzar-me com o teu olhar familiar no fundo do meu espelho...
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
L’INACCESSIBLE ÉTOILE
Das Edições Jacques Brel recebi a informação sobre mais um espectáculo sobre Brel, desta vez produzido por ANTONIA BOSCO, com encenação de Clémentine Yelnik e arranjos de Vincent Minazzoli.
L’INACCESSIBLE ÉTOILE é o nome do espectáculo que terá lugar no Teatro95, em Cergy-Pontoise, no dia 18 de Dezembro, Sexta-feira, às 21Horas e no Domingo às 16Horas.
L’INACCESSIBLE ÉTOILE é o nome do espectáculo que terá lugar no Teatro95, em Cergy-Pontoise, no dia 18 de Dezembro, Sexta-feira, às 21Horas e no Domingo às 16Horas.
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
OS NOMES DE PARIS
Segundo as próprias palavras de Brel, para se vencer na vida do espectáculo musical só havia uma cidade: PARIS. Em Fevereiro de 1953 ele tinha gravado em Bruxelas um disco com duas canções que vendeu duzentos exemplares. Desiludido comprou um bilhete de 3ª classe para a cidade luz. Quando saiu o primeiro disco de Brel, em França, um crítico de um prestigiado jornal parisiense escreveu “este belga cantor não se esqueça que há dois comboios por dia para Bruxelas…”
Brel não se deixou abater pelas críticas e Paris foi realmente o seu grande trampolim para a fama.
OS NOMES DE PARIS(1961)
O sol nasce e acaricia os telhados e é PARIS DIA... O Sena passeia-se e faz-se meu guia e é PARIS SEMPRE. O meu coração pára sobre o teu que sorri e é PARIS BOM DIA! A tua mão na minha mão diz-me que sim, e é PARIS AMOR... O primeiro encontro na Ilha de São Luís e é PARIS QUE COMEÇA... O primeiro beijo roubado nas Tulherias e é PARIS DESEJO... E o primeiro beijo recebido sob um alpendre e é PARIS ROMANCE e duas cabeças estonteadas ao olhar Versailles e é PARIS FRANÇA!
Os dias que esquecemos esquecem-se de nós e é PARIS ESPERANÇA... As horas em que os nossos olhares são apenas um olhar e é PARIS ESPELHO. Há sempre mais noites a separar as nossas canções e é PARIS BOA NOITE... E chega, enfim, o dia em que já não dizes NÃO e é PARIS ESTA NOITE! Um quarto tristonho onde termina a nossa viagem e é PARIS NÓS DOIS... Um olhar que recebe toda a ternura do mundo e é PARIS TEUS OLHOS... Essa jura que é mais chorada que falada e é PARIS SE TU QUISERES, sabendo que amanhã será como foi hoje e é PARIS FELICIDADE...
Mas chega o fim da viagem, chega o fim da canção e é PARIS CINZENTO, último dia, última hora, primeira lágrima também, e é PARIS CHUVA... Esses jardins já sem graça, que perderam todo o encanto e é PARIS TÉDIO, a gare onde se vai cumprir a última ruptura e é PARIS DESFECHO... Longe dos olhos, longe do coração, escorraçado do Paraíso e é PARIS TRISTEZA... Mas, uma carta tua, uma carta que diz sim, e é PARIS AMANHÃ... As vilas e as cidades, as estradas tremem de entusiasmo e é PARIS A CAMINHO! E tu estás lá à minha espera, e tudo vai recomeçar, e é PARIS ESTOU DE VOLTA!!!
Brel não se deixou abater pelas críticas e Paris foi realmente o seu grande trampolim para a fama.
OS NOMES DE PARIS(1961)
O sol nasce e acaricia os telhados e é PARIS DIA... O Sena passeia-se e faz-se meu guia e é PARIS SEMPRE. O meu coração pára sobre o teu que sorri e é PARIS BOM DIA! A tua mão na minha mão diz-me que sim, e é PARIS AMOR... O primeiro encontro na Ilha de São Luís e é PARIS QUE COMEÇA... O primeiro beijo roubado nas Tulherias e é PARIS DESEJO... E o primeiro beijo recebido sob um alpendre e é PARIS ROMANCE e duas cabeças estonteadas ao olhar Versailles e é PARIS FRANÇA!
Os dias que esquecemos esquecem-se de nós e é PARIS ESPERANÇA... As horas em que os nossos olhares são apenas um olhar e é PARIS ESPELHO. Há sempre mais noites a separar as nossas canções e é PARIS BOA NOITE... E chega, enfim, o dia em que já não dizes NÃO e é PARIS ESTA NOITE! Um quarto tristonho onde termina a nossa viagem e é PARIS NÓS DOIS... Um olhar que recebe toda a ternura do mundo e é PARIS TEUS OLHOS... Essa jura que é mais chorada que falada e é PARIS SE TU QUISERES, sabendo que amanhã será como foi hoje e é PARIS FELICIDADE...
Mas chega o fim da viagem, chega o fim da canção e é PARIS CINZENTO, último dia, última hora, primeira lágrima também, e é PARIS CHUVA... Esses jardins já sem graça, que perderam todo o encanto e é PARIS TÉDIO, a gare onde se vai cumprir a última ruptura e é PARIS DESFECHO... Longe dos olhos, longe do coração, escorraçado do Paraíso e é PARIS TRISTEZA... Mas, uma carta tua, uma carta que diz sim, e é PARIS AMANHÃ... As vilas e as cidades, as estradas tremem de entusiasmo e é PARIS A CAMINHO! E tu estás lá à minha espera, e tudo vai recomeçar, e é PARIS ESTOU DE VOLTA!!!
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domingo, 6 de dezembro de 2009
NOEL HARRISON
Os anos 60 fecharam musicalmente com chave de ouro. Uma bela canção com música de Michel Legrand e um texto excelente de A.&M.Bergman foi interpretada por NOEL HARRISON e incluída na banda sonora de um filme de 1968 de Norman Jewison THOMAS CROWN AFFAIR. Tratava-se da canção THE WINDMILLS OF YOUR MIND que ganhou um Oscar para o melhor tema musical desse ano. Os anos 70 abriram também com chave de ouro.
Don McLean lançou em 1970 VINCENT, uma das mais belas canções escritas em língua inglesa. Depois desse período áureo dá vontade de reescrever o refrão de American Pie, de Don McLean, cantando... “After those years the music died”.
Vem isto tudo a propósito do filho do famoso Sir Rex Harrison, NOEL HARRISON, um cantor e actor inglês nascido em 1934 que em 2002 lançou um CD com o título “Adieu, Jacques”. Este disco contém 10 canções de Brel e acedendo a este site podemos ouvir uma delas MARIEKE, numa versão actual e numa versão de 1966.
sábado, 5 de dezembro de 2009
BREL e o TEMPLO DO SOL
Quando se fala na Bélgica e na sua cultura moderna três nomes surgem imediatamente:
George Simenon, o Escritor, criador do Inspector Maigret.
Hergé, o autor de BD criador do Tintim.
Jacques Brel, o Cantor e autor de algumas das melhores canções da língua francesa.
Qualquer deles levou o nome da Bélgica aos 4 cantos do mundo. Todos os três têm a sua obra traduzida em inúmeras línguas e venderam milhões de exemplares dos seus trabalhos.
Em 1969 Brel colaborou com Hergé fazendo duas canções para o filme O TEMPLO DO SOL. Esta aventura em BD tinha sido publicada em álbum alguns anos antes.
Quarenta anos depois presto esta pequena homenagem aos dois belgas divulgando aqui o texto de ODE À NOITE do filme de animação Temple du Soleil.
A melodia é da autoria de François Rauber.
(Uma curiosidade: Em 2001 foi feito na Bélgica um Musical baseado noTemplo do Sol)
ODE À NOITE
As flores selvagens escondem a sua idade debaixo da folhagem
eis a noite
o fogo esvai-se de pirilampo em pirilampo
negra é a noite
a lua passa a lua arrefece a lua apaga-se
fria é a noite
a águia poisa junto das outras na Cordilheira
longa é a noite
a serpente dorme na árvore morta que o tempo morde
morta é a noite
o rio rola que se desenrola e que arrulha
canta a noite
a noite protege o doce artifício das ternas armadilhas
louca é a noite
sobre todas as coisas a noite poisa e repousa
longa é a noite....
George Simenon, o Escritor, criador do Inspector Maigret.
Hergé, o autor de BD criador do Tintim.
Jacques Brel, o Cantor e autor de algumas das melhores canções da língua francesa.
Qualquer deles levou o nome da Bélgica aos 4 cantos do mundo. Todos os três têm a sua obra traduzida em inúmeras línguas e venderam milhões de exemplares dos seus trabalhos.
Em 1969 Brel colaborou com Hergé fazendo duas canções para o filme O TEMPLO DO SOL. Esta aventura em BD tinha sido publicada em álbum alguns anos antes.
Quarenta anos depois presto esta pequena homenagem aos dois belgas divulgando aqui o texto de ODE À NOITE do filme de animação Temple du Soleil.
A melodia é da autoria de François Rauber.
(Uma curiosidade: Em 2001 foi feito na Bélgica um Musical baseado noTemplo do Sol)
ODE À NOITE
As flores selvagens escondem a sua idade debaixo da folhagem
eis a noite
o fogo esvai-se de pirilampo em pirilampo
negra é a noite
a lua passa a lua arrefece a lua apaga-se
fria é a noite
a águia poisa junto das outras na Cordilheira
longa é a noite
a serpente dorme na árvore morta que o tempo morde
morta é a noite
o rio rola que se desenrola e que arrulha
canta a noite
a noite protege o doce artifício das ternas armadilhas
louca é a noite
sobre todas as coisas a noite poisa e repousa
longa é a noite....
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
ZO BREL !
Das Edições JACQUES BREL recebi a informação sobre mais um espectáculo em homenagem ao cantor. Trata-se de "ZO BREL!" - Tellement humain.
Um espectáculo musical de Axel Chill (voz) e Jean-Jacques Marin (piano)com encenação de Jacques Ledran.
Terá lugar em Saint Malo, no Teatro Chateaubriand, a 18 de Dezembro.
Um espectáculo musical de Axel Chill (voz) e Jean-Jacques Marin (piano)com encenação de Jacques Ledran.
Terá lugar em Saint Malo, no Teatro Chateaubriand, a 18 de Dezembro.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
VIERZON
No passado dia 28 de Novembro falei aqui da homenagem a Brel “ Ils parlent de Jacques”, feita por Christian Petit e Philippe Callens.
O espectáculo foi ontem, dia 2.
Para o promover, o lavrador DANIEL DONIN DE ROSIÈRE, de Troyes, com o seu tractor de marca VIERZON, foi durante o último fim-de-semana percorrer a distância de duzentos quilómetros entre Troyes e Vesoul. Pelo caminho , Daniel distribuiu gulodices , vendeu postais com a foto de Jacques e recolheu telemóveis velhos ou estragados para reciclagem. Esta promoção do espectáculo teve o apoio da Téléthon que agora fará chegar o dinheiro apurado à Associação Francesa Contra as Miopatias.
Na canção “VESOUL “ Jacques Brel fala desta e de outras localidades: Vierzon, Honfleur, Anvers ou Hambourg. Daniel de Rosière já foi a Vierzon, já foi a Vesoul, e agora pretende ir no seu tractor às outras cidades para recolher telemóveis fora de uso e promover a figura de Jacques Brel.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS
Ontem falei aqui da canção dos Velhos Amantes numa versão portuguesa, afadistada por Mísia. Hoje transcrevo a tradução livre do texto de Brel, sem os espartilhos da rima ou da métrica...
A CANÇÃO DOS VELHOS AMANTES (1967)
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Não resisto à tentação de divulgar uma versão desta canção em holandês. Um dos maiores “cabaretier” deste país, HERMAN VAN VEEN , sempre cantou canções de Brel nos seus espectáculos, e um dos seus sucessos era precisamente LIEFDE VAN LATER – La chanson des vieux amants. E dou o link desta interpretação Herman de Van Veen por duas razões: Por não ter encontrado a versão ao vivo do próprio Brel, e porque vi Herman Van Veen ao vivo no Teatro Carré. Eu estava em Amesterdão em 1976, e por acaso fui assistir ao espectáculo de que presumivelmente estas são algumas imagens…
A CANÇÃO DOS VELHOS AMANTES (1967)
É certo que entre nós existiram algumas tormentas. Vinte anos de amor é um amor louco... Mil vezes tu fizeste as malas, mil vezes eu bati a asa. E cada móvel, deste quarto sem berço, se lembra dos estrondos das nossas tempestades... Já nada era como dantes, tu tinhas perdido o gosto pela água, e eu, o gosto pela conquista... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Eu conheço todos os teus sortilégios, tu conheces todos os meus feitiços. Foste-me apanhando de cilada em cilada, e eu perdi-te de tempos a tempos... É certo que tu tiveste alguns amantes. Era preciso passar bem o tempo, era preciso contentar bem o corpo. E finalmente, finalmente, foi-nos preciso muito talento para sermos velhos sem sermos adultos... Mas, meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
E quanto mais tempo passava por nós, mais sofrimento ele nos trazia. Mas, viver em paz, não será a pior das ciladas para dois amantes? É certo que tu choras um pouco menos cedo, e eu só me atormento um pouco mais tarde... Protegemos menos os nossos mistérios, não deixamos as coisas ao acaso, desconfiamos das águas mansas, mas esta guerra da ternura não tem fim... Meu amor, meu doce, meu terno, meu maravilhoso amor, da clara madrugada ao cair do dia, ainda te amo, tu sabes que ainda te amo...
Não resisto à tentação de divulgar uma versão desta canção em holandês. Um dos maiores “cabaretier” deste país, HERMAN VAN VEEN , sempre cantou canções de Brel nos seus espectáculos, e um dos seus sucessos era precisamente LIEFDE VAN LATER – La chanson des vieux amants. E dou o link desta interpretação Herman de Van Veen por duas razões: Por não ter encontrado a versão ao vivo do próprio Brel, e porque vi Herman Van Veen ao vivo no Teatro Carré. Eu estava em Amesterdão em 1976, e por acaso fui assistir ao espectáculo de que presumivelmente estas são algumas imagens…
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
OS VELHOS AMANTES
Em 1969, um fadista da nossa praça, chamado CARLOS BASTOS, lembrou-se de transformar a canção HEY JUDE, dos Beatles, num fado castiço. Manteve o texto em inglês e, com um arranjo de António Chainho, conseguiu algum sucesso na rádio e nas casas de fado alfacinhas. Gravou mesmo um disco com outros sucessos anglo-americanos recriados no mais puro estilo fadista rufião. Não é difícil fazer esta “habilidade” . Eu próprio cheguei a “cantar” o famoso THOSE WERE THE DAYS (Mary Hopkins) à laia de fado, e era um sucesso... nas festas de amigos, claro!
Tudo isto vem a propósito para falar do texto que vou publicar hoje.
A poetisa ROSA LOBATO FARIA traduziu para português a canção de Jacques Brel,
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS, e a fadista MISIA transformou a canção num... FADO! Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é... falso!
OS VELHOS AMANTES
Amor que grita, amor que cala, amor que ri, amor que chora
Mil vezes eu peguei na mala, mil vezes tu te foste embora
E tanto barco a ir ao fundo tornava o mar da nossa casa
Em oceano de loucura, quando oscilava o nosso mundo
Eu perdia o golpe de asa e tu o gosto da aventura…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
Conheço bem os teus desejos e tu as minhas fantasias
Morreste em mim todos os beijos, nasci em ti todos os dias
Se muita vez fomos traição e muita vez mudou o vento
E muito gesto foi insulto, em tanta dor de mão em mão
Não aprendemos o talento, de envelhecer sem ser adultos…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
E quanto mais o tempo passa e quanto mais a vida flui
e quanto mais se perde a graça do que tu foste e da que eu fui
Mais a ternura nos aperta, mais a palavra fica certa
Mais o amor toma lugar, envelhecemos mais depressa
mas nos teus olhos a promessa vai-se cumprindo devagar…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
(trad. Rosa Lobato Faria)
Tudo isto vem a propósito para falar do texto que vou publicar hoje.
A poetisa ROSA LOBATO FARIA traduziu para português a canção de Jacques Brel,
LA CHANSON DES VIEUX AMANTS, e a fadista MISIA transformou a canção num... FADO! Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é... falso!
OS VELHOS AMANTES
Amor que grita, amor que cala, amor que ri, amor que chora
Mil vezes eu peguei na mala, mil vezes tu te foste embora
E tanto barco a ir ao fundo tornava o mar da nossa casa
Em oceano de loucura, quando oscilava o nosso mundo
Eu perdia o golpe de asa e tu o gosto da aventura…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
Conheço bem os teus desejos e tu as minhas fantasias
Morreste em mim todos os beijos, nasci em ti todos os dias
Se muita vez fomos traição e muita vez mudou o vento
E muito gesto foi insulto, em tanta dor de mão em mão
Não aprendemos o talento, de envelhecer sem ser adultos…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
E quanto mais o tempo passa e quanto mais a vida flui
e quanto mais se perde a graça do que tu foste e da que eu fui
Mais a ternura nos aperta, mais a palavra fica certa
Mais o amor toma lugar, envelhecemos mais depressa
mas nos teus olhos a promessa vai-se cumprindo devagar…
Ai meu amor, meu doce e terno e deslumbrante amor
Amor à chuva, amor em sol maior, amor demais, amor eterno.
(trad. Rosa Lobato Faria)
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