quarta-feira, 30 de junho de 2010

BREL... NO FAIAL



É já no Sábado, 3 de Julho, que será apresentado no Teatro Faialense o espectáculo BREL NOS AÇORES, da autoria de Nuno Costa Santos e interpretado pelo actor Dinarte Branco.

Depois de ter sido apresentado em Ponta Delgada, em Lisboa e agora na Horta, fica aqui a proposta que BREL NOS AÇORES seja levado a Bruxelas e a Paris para que as comunidades portuguesas conheçam a história da passagem de JACQUES BREL pelos Açores.

Por falar no espectáculo "seguinte" aqui está uma versão de AU SUIVANT pelos ARTYSANTS onde o actor Philippe Bot faz a sua recriação da canção de Brel de uma maneira bem conseguida e que agradaria a Brel de certeza.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ON N'OUBLIE RIEN



Não esquecemos nada (1961)

Não esquecemos nada, nada, não esquecemos absolutamente nada, habituamo-nos, e é tudo...

Nem essas partidas, nem esses navios, nem essas viagens que nos afundam, de paisagem em paisagem, de rosto em rosto...
Nem todos esses portos, nem todos esses bares, nem todos essas ressacas onde se espera a manhã sombria no cinema do seu whisky.
Nem tudo isso, nem nada no mundo, nos pode fazer esquecer, que é tudo tão verdade como a terra ser redonda...

Nem esses “nuncas”, nem esses “sempres”, nem esses “amo-te”.
Nem essas paixões, que se perseguem a corta-corações, de tristeza em tristeza, de pranto em pranto...
Nem esses braços brancos duma única noite, colar de mulher que se desprende para o nosso tédio, de madrugada, por promessas de reencontro...
Nem tudo isso, nem nada no mundo, nos pode fazer esquecer, que é tudo tão verdade como a terra ser redonda...

Nem mesmo esse tempo em que eu teria feito mil canções das minhas mágoas.
Nem mesmo esse tempo em que as minhas memórias tomavam as rugas por um sorriso... Nem essa grande cama onde os meus remorsos têm encontro marcado com a morte.
Nem essa grande cama que eu desejo que em certos dias seja uma festa...
Nem tudo isso, nem nada no mundo, nos pode fazer esquecer, que é tudo tão verdade como a terra ser redonda...

Não esquecemos nada, nada, não esquecemos absolutamente nada, habituamo-nos, e é tudo...

domingo, 27 de junho de 2010

Versões BREL

Das Edições JACQUES BREL recebi estas informações:
A actriz libanesa ARPIE DADOYAN, que tem feito a sua vida artística principalmente nos Estados Unidos e no Canadá, gravou agora um disco – SANDPLAY – onde inclui dois temas de Brel, La Chanson Des Vieux Amants e Ne Me Quitte Pas.



O cantor francês YVON SOLAC gravou no seu último disco – RIEN QUE VOUS – a canção de Brel LA VALSE À MILLE TEMPS.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SPRECHEN SIE DEUTSCH?



O site LA CHANSON DE JACKY está a ser traduzido para alemão o que perfaz sete idiomas em que este site pode ser consultado: Alemão, Holandês, Português, Francês, Italiano, Inglês e Espanhol.
É sem dúvida o melhor site sobre o JACQUES BREL, não só pelas estatísticas sempre actualizadas como pelos conteúdos bem diversificados, bem documentados, e expostos com clareza.
Os seus autores e mentores são o italiano DINO GIBERTONI e o francês RODOLPHE GUILLO.
A tradução do site para alemão está a cargo de Dieter Kaiser, um cantor alemão “especializado” na canção francesa.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

BREL NOS AÇORES (IV)



O São Luiz Teatro Municipal , em Lisboa, vai acolher a partir de HOJE, dia 24 de Junho, e até ao próximo dia 26, às 22:00 horas, «Brel nos Açores», de Nuno Costa Santos, com interpretação de Dinarte Branco.

Para o autor, esta é «uma história humanamente rica», a história de uma amizade simples e isolada das referências exteriores.

As sessões terão lugar de quinta-feira a sábado, às 22:00 horas, no Jardim de Inverno, no âmbito da programação «Açores Região Europeia 2010».


Sinopse: Esta é a história da passagem de Jacques Brel pelos Açores. No Faial, em 1974, adoeceu com uma forte gripe e foi visto pelo médico Luís Carlos Decq Mota, que o convidou para a sua casa. Uma narrativa escrita por Nuno Costa Santos e interpretada por Dinarte Branco que procura recuperar a personagem do artista belga e os Açores aquela época. Conjugar o universal e o local e desfiar uma narrativa de uma amizade entre duas pessoas no meio de Atlântico. Há, pois, a ideia de, ao mesmo tempo, dar a conhecer ao público um episódio interessante e rico humanamente e de homenagear um dos maiores artistas mundiais, fazendo um périplo pelas várias fases do seu percurso e da sua existência.

BILHETES À VENDA - O preço é de dez euros.

Contactos de Bilheteira:

bilheteira@teatrosaoluiz.pt
Tel. 213 257 650
Todos os dias, das 13h00 às 20h00.

terça-feira, 22 de junho de 2010

TRIUNFO DOS F...



Do site Brel Trente ans déjà recebi a seguinte informação:

O jornal LIBÉRATION titulava no passado dia 20 “O TRIUNFO DO FLAMENGUENTO” para anunciar a vitória folgada da Nieuw-Vlaams Alliantie (Nova aliança flamenga) de Bart de Wever nas eleições legislativas belgas realizadas nesse dia.
“As eleições legislativas belgas do 13 de Junho de 2010, desembocaram no triunfo dos independentistas flamengos, um autêntico sismo político para o país...”
Em 1977, quando Brel gravou o album Marquises, deixou lá o seu último libelo aos flamengos nacionalistas, OS FLAMENGUENTOS, na canção “LES F...”.
Um texto muito violento que denuncia os extremismos e os fundamentalismos dos belgas do norte, de tal maneira que a Ministra (flamenga) da Cultura, Rita De Backer, ameaçou então Brel de o levar a tribunal.
E a música desta canção? A música é da autoria de um brasileiro - JOÃO DONATO – e tem por título “A rã”. E esta, hein?
E porque é que Brel utilizou esta música em vez de ter composto uma?
A história é esta.
Maddly Bamy, a companheira do cantor nas Marquesas, dava aulas de dança às crianças da ilha e utilizava sempre, sempre, esta música do João Donato horas e horas a fio. É claro que isto bulia com o sistema nervoso de Brel que começou a detestar a canção.
E ganhou-lhe tal aversão que escreveu o texto de Les F... para justificar tal aversão.
Foi assim como juntar o inútil ao desagradável.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

JE SUIS UN SOIR D'ÉTÉ



Brel retrata na perfeição a esclerose que acompanha o aburguesamento da alma e do corpo. Em Je suis un soir d’été, revisitamos uma cidade da província - neste caso, nas margens do Meuse - entorpecida no meio dos campos, longe do mar e dos portos, vivendo devagar, sufocante de tanta pasmaceira. Mas lá não faltam os seus notáveis que organizam festas pirosas, com os seus divertimentos medíocres, com muita bebida, muita comida, muitas saias, adultérios, mexericos, etc. Brel considerava esta uma das suas melhores canções. Chamo a atenção para o ambiente criado com a orquestração e com a dolência da interpretação. É uma noite quente de Verão, não há dúvida !

Eu sou uma noite de Verão (1968)

E a Sub-Prefeitura festeja a sua Sub-Prefeita, sob um candelabro cheio de pingentes reluzentes...
Chovem laranjadas, espumantes mornos e comentários frios das fêmeas enfadonhas dos funcionarizados...
Eu sou uma noite de Verão...

Nas janelas abertas os comensais do costume empurram os pratos e dizem que está calor...
Os homens lançam arrotos de cavaleiros teutónicos e as toalhas caem em migalhas sobre as varandas...
Eu sou uma noite de Verão...

Nos terraços confusos alguns beberrões transpirados falam de pilecas e de velhas pérfidas...
É a hora em que os suspensórios seguram o presente dos transeuntes dispersos e dos bêbados...
Eu sou uma noite de Verão...

Apaixonadas de peso, com cheiro a cozinha, passeiam a peitaça pelas margens do Meuse...
Falta-lhes um soldado para que o Verão se regabofe e suba, haja o que houver, até às suas partes baixas...
Eu sou uma noite de Verão...

Nas fontes, os velhos enrolados em recomendações, regressam à sua infância com passinhos chuvosos...
Riem-se com um só dente para trincar o silêncio que rodeia as raparigas que dançam a morte de uma Primavera... Eu sou uma noite de Verão...

O calor envertebra-se e desaguam bebedeiras... O Verão tem as suas missas cantadas e é à noite que as celebra... A cidade, aos quatro ventos, pestaneja o remorso inútil e passageiro, por não ser um porto...
Eu sou uma noite de Verão...