Em 1963 o orquestrador
de Jacques Brel, FRANÇOIS RAUBER (1933/2003), que tinha formação clássica em
piano, pediu a Brel um poema que ele pudesse orquestrar para concorrer a um
concurso da Academia Francesa. Brel escreveu 3 poemas baseados numa figura
mítica belga chamada JEAN DE BRUGES. Um
velho marinheiro que a troco de uma cerveja contava aventuras fantásticas que tinha vivido por esses mares e
oceanos.
Hoje vou transcrever o
primeiro dos poemas sinfónicos traduzido para português – A BALEIA – e transferir
do YOUTUBE a versão original da canção veio de um disco de Brel que nunca
esteve à venda. Foram feitas umas dezenas de cópias para oferecer numa festa
relacionada com velhos marinheiros belgas.
A mim, a mim, Jean de Bruges
Grande contramestre da
"Coquette"
Trinta anos de mar e de tempestades
A mim, Jean de Bruges
A mim, tu ofereces-me um copo, loiro e cheínho
Tu ofereces-me um copo de cerveja espumosa
E eu conto-te já
A minha pesca com um cachalote
Que era sem dúvida o maior da terra
Então ofereces-me esse copo?
Jean de Bruges, aqui está o teu copo
Jean de Bruges, aqui está a tua cerveja
O lúpulo vai-te fazer falar
E tu mentirás mais facilmente…
Era uma baleia enorme
Era uma baleia enorme
Comprida como um canal de chuva
Grande como uma cervejaria
Com olhos como sóis
Como nunca viste parecidos
Era uma baleia enorme, enorme
Na "Coquette" todo a
gente rezava
Esta baleia é o fim do mundo
Gritava, gritava no mastro da proa
Gritava, gritava o capitão
Mas é o inferno e o seu demónio
Gritou, gritou o marujo
Mas eu , mas eu
Sem medo no extremo da ponte
Com minhas facas e arpões,
Eu saltei-lhe sobre as costas
Feri-o, matei-o
Acabou-se o cachalote
Ele sangrou, sangrou,
Mas não o pudemos trazer
Foi no Mar do Oriente
Nem mais uma única baleia lá se move
E este mar, é o Mar Vermelho.
Ah Jean de Bruges,
Esta baleia, mataste-a para nós
cem vezes
Ah Jean de Bruges,
Esta baleia, ela é tanto nossa quanto tua.
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