Brel passou por Portugal em 1974. 35 anos depois, a sua obra traduzida para português.
sábado, 26 de março de 2011
SÉRGIO GODINHO
No passado dia 19 de Março, na sua habitual crónica “CARÍSSIMAS QUARENTA CANÇÕES”, no semanário Expresso, Sérgio Godinho escreveu sobre JACQUES BREL e a canção MATHILDE.
SÉRGIO GODINHO teve o grande privilégio de ver Brel ao vivo e é com estas palavras que ele descreve o espectáculo: “Entrou (Brel) no palco a correr, quase não parou entre as palmas, deu o litro do seu e nosso suor, cansou-nos tanto que não demos pelo seu cansaço. E a correr saiu, um furacão que levou a minha casa pelos ares.”
Sobre MATHILDE Sérgio Godinho diz: Mathilde é o perfeito exemplo da sua estética. Um homem que vê a mulher que amou e lhe destruiu todo o sossego regressar à casa que abandonou (“Mathilde est revenue”). Ele interpela a mãe (“mãe chegou a hora de rezares pela minha salvação”), o taberneiro, que pode guardar o vinho, a criada, que terá de mudar os lençóis e aos amigos suplica “não me deixem”. Em quatro tempos, e apenas mudando algumas palavras (recurso que é muito da sua marca), expõe o drama do homem que quer o que não quer, a ser apanhado de novo numa teia fatal e, no entanto, inevitável. O exaltante “crescendo breliano” sublinha essa união venial do amor e da dependência: ”O teu Jacques volta ao inferno”: Pela “maldita Mathilde “, feita bela mais uma vez.
Neste vídeo Sérgio Godinho canta o CORO DAS VELHAS (onde poderia estar incluída a... Matildinha)
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